segunda-feira, 6 de outubro de 2008

De todas as cores

As conversas com a M e o livro que ela me emprestou ("Azul", de Carlos Canto Moniz) despoletaram uma torrente de ideias que tenho vindo a anotar.
Não sei porquê - as cores tornaram-se dominantes. Tenho notas para alguns contos, algo vermelho sobre um pescador, algo verde sobre uma floresta (o primeiro ensaio está já noutro lado, vou apenas transcrevê-lo para aqui), algo rosa sobre uma adolescente ... conforme as ideias vão surgindo (algumas em catadupa) tenho-as anotado. Pode ser que um dia saia disto um livrinho de contos; eu bem gostava.

...

Verde/Azul

Quando a floresta encontrou o mar, os cavalos subitamente começaram a galopar no seu âmago e o rio vermelho correu mais forte ... a floresta como que brilhou no reflexo das águas calmas até que a noite desceu sobre eles e a fímbria da maré cheia tocou as raízes das árvores. Uma pedra na praia fez salpicar a doce água salgada de encontro ao verde/castanho das copas fazendo as gotas assemelhar-se a lágrimas caindo de mil pestanas obscurecidas.

A maré baixou e o mar afastou-se ... mas as lágrimas permaneceram nas folhas como se a floresta chorasse a distância entre os dois.

4 comentários:

morfose disse...

Quem é a M.?
Ou terei de ler o blog inteiro para descobrir? ;-)

XR disse...

Ora, és bem vinda a ler e comentar qualquer das entradas do blog - mas duvido que descubras a M por aí, é bem mais recatada do que a LH, essa alinha em paródias com mais facilidade ;o)

Anónimo disse...

acho que a M esta apaixonada pelo autor do livro...será?

XR disse...

Posso dizer com toda a certeza que não - o "Azul" fá-la lembrar da outra pessoa ...
Se não conhece o livro, recomendo vivamente a sua leitura, embora possa não ser muito fácil adquiri-lo.