terça-feira, 4 de outubro de 2016

Desejo

Deixa-me encostar a cabeça
na curva do teu pescoço.

Quero o cheiro da tua pele na minha.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Moving forward

"...
We have no need of false revolutions
In a world where categories tend to tyrannize our minds
And hang our wills up on narrow pegs.
It is well at every given moment to seek the limits in our lives.
And once those limits are understood
To understand that limitations no longer exist.
Earth could be fair. And you and I must be free
Not to save the world in a glorious crusade
Not to kill ourselves with a nameless gnawing pain
But to practice with all the skill of our being
The art of making possible."



- Nancy Scheibner, "The art of making possible"

segunda-feira, 13 de junho de 2016

60

60 segundos.
60 minutos.
60 dias.

A velocidade mantém-se elevada, seja a passo rápido ou pressão controlada no acelerador.
Mergulhei de cabeça nesta nova realidade e, em vez de voltar à superfície à procura de terra firme, adaptei-me - como se tivesse ganho um espiráculo que me permite dançar, fluir entre as ondas, contrariar as marés, longe dos seres para quem o mundo subaquático é algo que atemoriza.

Descobri-me afoita, exploradora.
Onde outros se encolhem de medo, eu danço.
Aprendo a cada dia, a cada percurso e em mim deixou de haver lugar para o medo de nadar onde não há pé.

Prestes a entrar num novo reino ainda mais incrível, novos caminhos se abrem à minha frente.
A viagem segue dentro de momentos.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

30+

... e sem dar por isso, já passou mais de um mês.

Nesta realidade que é agora a minha, há dias a velocidade supersónica. E outros com tempo para reorganizar coisas, rever listas, prioridades.
Mas, a cada dia, parece que já vivo isto há anos, pela forma como flui.

Como se só faltasse o momento certo para ir para onde já deveria há muito ter ido, estar onde já deveria há muito estar.

À medida.
O resto? Vamos ver.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Flying solo

Uma quinzena de apostas, de inícios e novas experiências.
Uma quinzena de dúvida, de esforço, de tentar não falhar.
Uma quinzena de aprendizagem prática, onde quase tudo foi novo mas à distância - ou com rede de segurança.

Amanhã a prova de fogo, o primeiro voo a solo, de GPS em punho - e sem rede.

Fingers crossed (but not while I'm driving)

Leap of faith

Às vezes há projectos que habitam em nós sem que os possamos realizar. Sentimos cá no fundo que temos as capacidades necessárias, a vontade, a energia - mas não as condições. "Um dia...", pensamos, acarinhando o sonho antes de o pousar na prateleira.
Alguns vão-se enchendo de pó porque as condições não surgem.
Outros definham porque elas nunca chegam a surgir.

Mas, às vezes... o telefone toca.

Quando alguém que não conhecemos e que nunca tinha ouvido falar de nós nem do nosso sonho vem ter connosco sem que o tivéssemos procurado, tudo parece surreal.

Quando essa pessoa nos estende sobre a mesa um projecto, que não é mais do que uma versão diferente do nosso sonho que repousava na prateleira, e nos pergunta se gostaríamos de embarcar nele, tudo parece possível.

Quando, a seguir, essa pessoa nos ouve dizer que mais tarde vamos a outro lado discutir um projecto semelhante, e responde sorrindo "espero que não gostes!", tudo parece um filme.

Quando, finalmente, essa pessoa toma a iniciativa de nos dar condições para abraçar o projecto (prometendo ainda mais), ficamos a pensar se afinal essa coisa do destino existe ou não, e se algures na nossa carta astral estava marcado que esta oportunidade chegaria.

Alguém que não nos conhece de todo mas acredita em nós e nas nossas capacidades a ponto de se dispor a apostar nelas desta forma... é uma sensação tremenda.

"Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela."

Só que, às vezes, os corredores são longos e sombrios, e as janelas minúsculas.
E, outras vezes, as janelas são enormes... panorâmicas e de sacada.

Sinto-me como se me tivessem aberto uma dessas, dizendo "vem!".

Mas sinto também o peso da responsabilidade, por ter nas mãos a confiança que outra pessoa depositou nelas, dando-me desde o primeiro dia provas sucessivas da mesma à medida que se assume como meu Mestre. Alguém que deu um salto de fé ao apostar em mim e se propõe colocar ao meu alcance as ferramentas necessárias que permitirão que um dia deixe de ser Aprendiz e passe a ser peça importante do seu projecto.

Não posso senão dar o meu melhor para não trair essa confiança, e fazer tudo o que estiver ao meu alcance para fortalecer este projecto que abracei e do qual passei a fazer parte, tornando-o também meu.

No que depender de mim, Mestre, o teu salto de fé será uma aposta ganha.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Conyac

Não, não, não.
Não estou a dizer "Fim" em checo como no final dos desenhos animados que o Vasco Granja nos mostrava. Isso era "koniek".

Conyac é algo diferente. Não sabem o que é? Eu explico.

Já ouviram falar de crowdfunding? Um grupo de pessoas (cinquenta, cem, dez mil) a contribuir financeiramente para que um projecto se realize, seja para a produção de um álbum, de um livro ou roupa interior revolucionária.

É o poder da crowd, um grupo de pessoas anónimas, e do seu esforço colectivo.

Conyac (https://conyac.cc/en) assenta no modelo de crowdsourcing: trata-se de tradução colectiva e colaborativa, um serviço criado no Japão e que conta com participantes e utilizadores de todo o mundo.

Quando pela primeira vez vi isto anunciado no Facebook, estranhei pois nunca tinha ouvido falar de tal coisa. Espreitei o site, li um pouco mais e fiquei curiosa o suficiente para me inscrever. "Deixa lá ver no que dá", pensei, enquanto identificava os pares de línguas em que poderia fazer tradução de pequenos textos.

Pouco tempo depois soube do início de um projecto colaborativo que me interessou. A minha inscrição foi aprovada e fui ver os textos disponibilizados para tradução; escolhi um e submeti. Depois outro. E outro. E outro.
Às tantas já estava noutro projecto. E mais outro. Os outros membros faziam comentários, pediam ajuda, tiravam dúvidas. E sem saber bem como alguns já se conheciam pelo nome e brincavam.

Participar tornou-se quase num hábito. O facto de poder traduzir à medida do meu tempo, seleccionando o que queria traduzir (dentro dos projectos disponíveis) já era interessante. Ganhar algum dinheiro com isso, ainda por cima, era a cereja no topo do bolo.

A esta data, os projectos em que participei terminaram.
Mas os membros continuam a comunicar, a tirar dúvidas uns aos outros, a trocar novidades e a fazer planos para o evento (sim, vai haver um evento!) em diferentes países no mesmo dia.

Mais do que membros de um mesmo projecto, tornámo-nos uma comunidade.
Isso é bom, não é? Venham daí :)

terça-feira, 12 de abril de 2016

14

Modo countdown.

O que para algumas pessoas seria motivo de crises de nervos, pensamentos depressivos, fúria, irritação ou uma machadada na auto-estima, para mim foi um STOP.

Reavaliar.
Estou no caminho correcto?
Para onde quero ir?
E há outra forma de chegar ao destino sem ser por onde ia?

Repensar.
Abrir a mente e o espírito às possibilidades, não descartar nada "porque é difícil", "porque nunca fiz", "porque não dá jeito". E, a dada altura, impensável o "posso esperar mais algum tempo antes de decidir".
Porque, às vezes, é o estar parado que se revela a pior opção.

Devagar, estou a desbravar novo caminho...

14.
Está quase.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Outra vez MEC

"O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende."
[Miguel Esteves Cardoso]

domingo, 6 de março de 2016

< END >

Por fim, o adeus.

Não havia volta a dar, claro. Nem retrocesso, curva ao lado, nem nada - apenas caminhos que se tornaram divergentes.

Ainda assim, esperava... algo. Não ter sido tão facilmente esquecida, talvez, como se nunca me tivesse cruzado sequer com aquelas pessoas. Mas não deixei que isso me modificasse a intenção que levava, de despedir-me da mesma forma que usei para lidar com os outros nesses dois anos: o mimo, a doçura.

Sei que não serei apagada de todas as memórias, que algumas pessoas que me foram e são queridas também não me esquecerão - e até se lembrarão, de tempos a tempos, de me ligar ou mandar uma mensagem a perguntar como estou e o que tenho feito, tal como tenciono fazer no sentido contrário. E talvez nos encontremos por aí, por acaso ou por acordo, e troquemos sorrisos e abraços e notícias.

E sei que haverá quem, embora se recorde, não vá sequer pegar num telemóvel para escrever "olá, como estás?" ou responder à mesma pergunta. Porque manter amizades, quando as pessoas não se vêem e falam diariamente, depende de duas coisas: ou de um laço tão, tão forte que os dois podem estar meses, anos sem se falar e ao reconectar-se tudo clica no sítio como se tivessem estado juntos ainda na véspera, ou então de um esforço, ainda que pequeno, de parte a parte para que o fio criado pela convivência não se rompa.

Há fios que não quero romper, laços que não quero quebrar.
Laços que quereria ver mais apertados. Mas não sei se tal será possível - porque, mesmo que eu esteja disposta ao "esforço", ninguém me garante que do outro lado se darão ao trabalho de me responder. E, se isso acontecer, vai doer, porque dói sermos ignorados.

Sei, porque já aconteceu - e magoou.
Mesmo assim estou disposta a tentar de novo; é que, mesmo que quem está do outro lado não esteja disposto a esforçar-se, eu estou, porque acho que a amizade merece ser alimentada.
E há amizades que merecem até ser nutridas, para que cresçam e floresçam.
Para que se tornem árvores grandes e frondosas.

Algumas árvores em particular serão regadas e acarinhadas para que o laço não se perca - pequeno fio que me liga a quem trago no coração.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Código inerte

(...)
"o Abismo é feito de todos os lugares onde ninguém está, das paisagens que ninguém vê. É feito do silêncio, e da falta, e do apagado, e do não-lido; é o abismo existente entre aquilo que queremos e aquilo que temos, entre amor e afeição, entre esperança e verdade. É o sítio de onde vêm as interpretações erradas e é a resposta a uma pergunta: uma árvore existe se não houver ninguém para a ver?"

Michael Marshall Smith, in «Clones»

É sobre o abismo que se estendem as cordas que ainda nos ligam - mas esfiapam-se, tornando-se mais finas, mais finas, cada vez mais finas até o dia em que por fim se partirão. Aí, não haverá mais nada, nem sequer ecos da presença há muito desvanecida. As recordações perder-se-ão como um pedaço de código comentado, tornado inútil, soterrado, esquecido.

Entre o que não era e o que nunca chegou a ser, a memória desaparecerá no abismo.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

É assim uma dor...

Às vezes tenho dificuldade em traduzir para texto o que sinto e quero dizer.
Dou voltas, apago, escrevo, apago de novo e lá acaba por sair qualquer coisa que consegue transmitir mais ou menos o que eu queria - mas só mais ou menos, porque nisto de escrever não chego sequer aos calcanhares de muita gente que por aí anda.

O pior de tudo, a frustração, é encontrar, algum tempo depois, um texto escrito por uma dessas pessoas e que consegue o que eu não consegui: cristalizar, tornar tangível e perceptível a outros um dado momento, um sentimento, uma ideia ou sensação. E só posso abanar a cabeça e dizer "Bolas... quem me dera, raisparta." 
E entre a frustração e o maravilhamento leio e releio a crónica ou o excerto, desejando ter um centésimo daquela mestria, revendo-me a cada frase, encontrando-me em cada parágrafo. Acabando por chegar à conclusão de que tenho de trazer esse texto para aqui, afixá-lo com cavilhas para que fique bem seguro e exposto para ser lido, para que eu possa dizer "Era isto! Era isto! Percebem agora?"

Quando for grande quero saber escrever como o Miguel Esteves Cardoso.

«Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguém antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.»

Miguel Esteves Cardoso in "Último Volume" - encontrado aqui.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Um dia qualquer

Há anos que cá por casa o dia 14 de Fevereiro é apenas mais um dia como outro qualquer. Nenhum de nós celebra aniversário neste dia, nem sequer o gato.

Chateia-me que existam pessoas que acham que "dar" no âmbito da relação é lembrar-se religiosamente de aniversários, Natais e S. Valentim enquanto no resto do ano se marimbam para qualquer pequeno gesto de carinho.

Estaria a mentir se dissesse que "gestos grandiosos" não me impressionam - na realidade, impressiona-me mais o esforço colocado no acto do que o dinheiro gasto. Dou mais valor a quem resolve aprender a pintar, para criar pelas próprias mãos um quadro para oferecer, do que a quem compra um carro topo de gama ou um "cachucho" de vários milhares. Mas daria ainda mais valor se o pintor escolhesse algo para ser feito por ambos.

Se sou romântica? Só um bocadinho. Q.b., acho eu. Dou valor a coisas feitas a dois, mas nem tudo tem de ser feito a dois. Passeio à beira mar ao fim de tarde? Se não estiver a chover torrencialmente, sim. Tratar dos impostos? Nem pensar, a menos que ambos sejam contabilistas e estejam atulhados de trabalho - mas aí isso torna-se apenas "mais um dia no escritório".
Acima de tudo, tem de ser algo a que ambos dêem valor, de que ambos gostem. Não algo para um ostentar e outro sentir-se avassalado. Nem algo para um contar e mostrar a todo o mundo no fb "olhem como sou fixe e extravagante" enquanto o outro desejaria ter um saco de papel enfiado na cabeça.

Falo por mim: gostaria mais de um serão caseiro com boa comida, vinho, um sofá, um edredão quente e um DVD, do que um jantar de luxo naqueles sítios onde eu nem sei para que servem todos os garfos, mais champanhe e camarote VIP num espectáculo de um artista que não aprecie. No entanto, há quem goste, e acho bem que nesse caso a outra parte, se puder, lho proporcione. Mas também acho irrealista e insensível que uma das partes espere que a outra lhe ofereça um encontro de luxo quando sabe que no resto do mês a mesma pessoa terá de contar os tostões para beber café ou jantar decentemente.
Odeio exigências baseadas no que o resto do mundo espera que se faça ou goste.

Para mim, e simples: expectativas realistas e cada um saber aquilo de que o/a outro/a gosta. E tentar proporcionar pequenos momentos que façam ambos felizes. Não tem de ser no dia 14 nem sequer em Fevereiro. Melhor ainda num dia "só porque sim", porque apeteceu, porque por mero acaso encontrámos na montra de uma pequena loja algo que sabemos que a outra pessoa irá apreciar.

Mostrar-lhe, com um pequeno gesto, que não é num só dia que nos lembramos, mas sim todos os dias que trazemos essa pessoa no coração.

Como não tenho quem me convide a ficar, abraçados, junto à janela enquanto lá fora a tempestade ruge e os relâmpagos parecem rachar o céu em dois, nenhum dia é especial nem "porque sim". Este e todos os outros em que assisto ao magnífico espectáculo da natureza sozinha, não passam de um dia qualquer.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

[Palavras de outros]


Recolho o mel, guardo a alegria e digo-te baixinho: "Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge".

Al Berto - O Último Coração do Sonho

sábado, 30 de janeiro de 2016

O dia seguinte

Ontem, alguns sorrisos tristes ou sem jeito.
As frases.
"Faz-me confusão"
"Não faz sentido"
"Já??"
"Que pena..."
Os adeus foram poucos pois só alguns sabiam. Os outros foram às suas vidas, aos seus horários, voltaram para as suas famílias como habitualmente.
A vida continuou.

Hoje, o regresso.
O lugar vazio.
 As perguntas, os telefonemas, as mensagens.

A alguns km, uma corrida. Tanto para fazer, tão pouco tempo

O regresso rumo a um breve reencontro combinado, que originou outros não planeados.
Mas nessas caras rapidamente viradas só havia indiferença.

O reencontro dos amigos.
A saudade que já marca presença.
O calor de um abraço apertado de despedida, e os risos na promessa de nova data.

A tristeza que alastra e se instala, mitigada por palavras amigas, inesperadas.

A vida continua.
E continuará.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Mate

Calculava-o. Previa-o.
Ainda assim esperava que não acontecesse. Que me tivesse sido dado mais tempo. Tempo para continuar, para fazer, para crescer e ser. Tempo para estar.

Mas aconteceu, e nada posso fazer.
Acabam os bons dias vivaços ou apagados, os passos calados no corredor alcatifado, os sorrisos abertos que chegam aos olhos e os sorrisos falsificados de cortesia.
Acabam os debates e as conversas.
Acaba a música e a partilha.
Acabam-se as vozes.

Sobram alguns dias ainda no mesmo local.
Dias para cumprir calendário e terminar tarefas.
Dias para deixar uma lembrança positiva para trás e guardar em mim imagens, sons e (algumas) pessoas.
Ecos de dois anos intensos.

Pessoas que levarei comigo na memória e recordarei com saudade até que a vida nos permita cruzar novamente caminhos e recomeçar onde pararmos.
Pessoas a quem levo no coração.