Sempre me encantou esta forma de poesia japonesa.
Na forma ocidentalizada, consiste numa única estrofe de 3 linhas, estruturada numa divisão de 5/7/5 sílabas (no original, morae).
E consegue-se dizer por vezes algo tão intenso só nesse bocadinho ...
Hoje tentei, pegando num dos meus pensamentos soltos e encaixando-o na estrutura.
E até nem desgostei do resultado ;)
Pálpebras descem
como estores cobrindo
janelas da alma
Acho que vou fazer mais disto.
O sítio onde os meus pensamentos se transformam em palavras ... e onde os colo conforme me dá na telha
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Estampilha
Epá ... estou comovida, estou babada, tenho um sorriso de orelha a orelha.
Isto porque a Metade da Laranja resolveu dar-me esta bela prendinha, a tempo da "comemoração" do meu centésimo post. Com isto, fica dedicado a ela o início da segunda centena ...
Uma amazona com um olhar destemido sobre o futuro e a garra de um Falcão.
Laranjita, és uma querida ... vou limpar as prateleiras para o colocar no lugar de honra :) E em vez de comemorar ... vamos mas é bebemorar!
Isto porque a Metade da Laranja resolveu dar-me esta bela prendinha, a tempo da "comemoração" do meu centésimo post. Com isto, fica dedicado a ela o início da segunda centena ...
Uma amazona com um olhar destemido sobre o futuro e a garra de um Falcão.
Laranjita, és uma querida ... vou limpar as prateleiras para o colocar no lugar de honra :) E em vez de comemorar ... vamos mas é bebemorar!
100
Há blogs que celebram o seu centésimo post em muito menos tempo do que eu. Mas isso é porque os seus donos têm muito para dizer, para partilhar.
Eu, por vezes, fecho-me na minha concha ou parto para alturas incertas - porque há momentos em que a solidão é a melhor companheira.
Volto sempre, porque a companhia dos que nos são queridos é um bálsamo e o calor da sua estima cura-me as mágoas, enxuga as lágrimas e apaga os sorrisos tristes.
Ao longo destes anos, destes 100 posts, conheci algumas pessoas a quem me orgulho de ter como amigos. Pessoas especiais que aceitam a minha forma de ser, reconhecem a minha necessidade de me afastar de vez em quando. Pessoas com quem partilhei pedacinhos de uns e outros traduzidos em palavras - alegrias e desilusões, tristezas e risos, músicas e sítios especiais. Pessoas cujos recantos virtuais visito com frequência porque as alegrias partilhadas são multiplicadas e as dores partilhadas são divididas.
Hoje, porque tenciono rever um filme que encontrei há pouco tempo em DVD, divido com todos os visitantes - amigos, conhecidos ou desconhecidos - um poema que David Jewell escreveu para esse filme (Before Sunrise).
Delusion Angel
daydream delusion
limousine eyelash
oh baby with your pretty face
drop a tear in my wine glass
look at those big eyes on your face
see what you mean to me
sweet cakes and milk shakes
i'm a delusion angel
i'm a fantasy parade
want you to know what i think
don't want you to guess anymore
you have no idea where i came from
we have no idea where we're going
lodged in life like branches in a river
flowing downstream
caught in the current
i'll carry you you carry me
that's how it could be
don't you know me
don't you know me by now.
Obrigado a todos os que fizeram parte desta caminhada até agora.
Venham mais 100.
Eu, por vezes, fecho-me na minha concha ou parto para alturas incertas - porque há momentos em que a solidão é a melhor companheira.
Volto sempre, porque a companhia dos que nos são queridos é um bálsamo e o calor da sua estima cura-me as mágoas, enxuga as lágrimas e apaga os sorrisos tristes.
Ao longo destes anos, destes 100 posts, conheci algumas pessoas a quem me orgulho de ter como amigos. Pessoas especiais que aceitam a minha forma de ser, reconhecem a minha necessidade de me afastar de vez em quando. Pessoas com quem partilhei pedacinhos de uns e outros traduzidos em palavras - alegrias e desilusões, tristezas e risos, músicas e sítios especiais. Pessoas cujos recantos virtuais visito com frequência porque as alegrias partilhadas são multiplicadas e as dores partilhadas são divididas.
Hoje, porque tenciono rever um filme que encontrei há pouco tempo em DVD, divido com todos os visitantes - amigos, conhecidos ou desconhecidos - um poema que David Jewell escreveu para esse filme (Before Sunrise).
Delusion Angel
daydream delusion
limousine eyelash
oh baby with your pretty face
drop a tear in my wine glass
look at those big eyes on your face
see what you mean to me
sweet cakes and milk shakes
i'm a delusion angel
i'm a fantasy parade
want you to know what i think
don't want you to guess anymore
you have no idea where i came from
we have no idea where we're going
lodged in life like branches in a river
flowing downstream
caught in the current
i'll carry you you carry me
that's how it could be
don't you know me
don't you know me by now.
Obrigado a todos os que fizeram parte desta caminhada até agora.
Venham mais 100.
terça-feira, 10 de março de 2009
As asas do Amor
Este post nasceu de uma conversa que venho tendo com a minha siss de há algum tempo para cá. Como reconhecer o Amor? Bom - para isso primeiro temos que identificar o que é para que o possamos reconhecer ...
Então afinal o que é o Amor? Tanta gente discute sobre isso e cada um acaba por tirar as suas conclusões pessoais. Ou nenhumas, ficando na dúvida. Aqui ficam as minhas.
O Amor traz uma grande vontade e capacidade de entrega. E numa relação a entrega é mútua. Só que por vezes essa entrega não é bem Amor - é Paixão.
Muitas vezes agimos com base em impulsos, avançamos para relações porque estamos apaixonados e a outra pessoa nos faz sentir bem - apenas para descobrir mais tarde que o Amor não é apenas isso.
Quando se tem que fazer demasiadas concessões para que uma relação resulte, não é Amor. É compromisso, é entrega, é vontade de fazer com que funcione. Mas não Amor.
É claro que há concessões e concessões! Uma coisa é mudarmos de hábitos - outra é mudarmos o que somos. E se o fazemos apenas para agradar à outra pessoa e não por nós próprios isso acaba por voltar ao cimo mais tarde ou mais cedo, a menos que à força de fazer tanta concessão e mudar tanta coisa um dos dois se torne um capacho do outro. E uma relação dessas pode ser funcional, podem ambos sentir-se bem assim preenchendo as necessidades um do outro. Mas não venham dizer-me que isso é Amor!
Para mim, o Amor tem que ter uma grande base de respeito aliada à tal adaptabilidade que nos permite fazer a concessão de alterar hábitos. Se numa relação um quer mudar características do outro, não ama essa pessoa per se mas sim um ideal ao qual quer que o outro se molde. E aí, ou o outro se deixa moldar, perdendo com isso a sua individualidade, ou acabam por chegar à conclusão que não existe, de facto, Amor. Isto tanto pode demorar semanas como anos. Mas mais tarde ou mais cedo as dúvidas surgem e as relações são abaladas.
Outro ingrediente importante é a Amizade. Todos nós temos conhecidos, amigos com letra pequena e Amigos com letra grande. Quando um Amigo está em baixo apoiamo-lo e sabemos que fará o mesmo quando precisarmos; se tiver uma atitude errada fazemos-lho notar (em privado) embora o possamos apoiar publicamente - ou pelo menos tomar uma atitude neutra. Falar de algo que achamos que está errado também é ser Amigo. A questão aqui é esta: gostamos dos Amigos como são, não como gostaríamos que fossem. Não tentamos mudar um Amigo, aceitamos melhor ou pior as suas idiossincrasias e eles as nossas. Porque haveríamos então de tentar mudar a pessoa com quem mantemos uma relação amorosa? Um Amigo vale mais do que um parceiro?
Para mim não - um parceiro deve, isso sim, ser um Amigo. Alguém a quem confiamos os nossos segredos, a nossa vida se for o caso, cujo espaço respeitamos sabendo que o nosso será respeitado porque o Amigo também nos aceita como somos e não nos tenta mudar a todo o custo.
O Amor pode acabar. Mas se da essência de uma relação fizerem parte o respeito e a amizade não se acumulam amarguras. Desapontamento, talvez. Pena. Tristeza. Mas não amargura porque a alegria e carinho dos momentos que se partilharam é grande. Cabe aí aos dois elementos serem suficientemente grandes para deixar o outro viver a sua vida, reconhecer que o espaço de cada um já não se sobrepõe. Deixar voar em liberdade porque queremos que o outro seja feliz. Sem amarras.
O Amor dá asas, faz-nos voar. Uma relação de verdadeiro Amor é um voo partilhado à descoberta de nós próprios e do mundo que nos rodeia, em que cada um pode estender livremente as suas asas ao máximo. Em conjunto.
Agora com licença, vou ali dar uma voltinha pelo céu ;)
Então afinal o que é o Amor? Tanta gente discute sobre isso e cada um acaba por tirar as suas conclusões pessoais. Ou nenhumas, ficando na dúvida. Aqui ficam as minhas.
O Amor traz uma grande vontade e capacidade de entrega. E numa relação a entrega é mútua. Só que por vezes essa entrega não é bem Amor - é Paixão.
Muitas vezes agimos com base em impulsos, avançamos para relações porque estamos apaixonados e a outra pessoa nos faz sentir bem - apenas para descobrir mais tarde que o Amor não é apenas isso.
Quando se tem que fazer demasiadas concessões para que uma relação resulte, não é Amor. É compromisso, é entrega, é vontade de fazer com que funcione. Mas não Amor.
É claro que há concessões e concessões! Uma coisa é mudarmos de hábitos - outra é mudarmos o que somos. E se o fazemos apenas para agradar à outra pessoa e não por nós próprios isso acaba por voltar ao cimo mais tarde ou mais cedo, a menos que à força de fazer tanta concessão e mudar tanta coisa um dos dois se torne um capacho do outro. E uma relação dessas pode ser funcional, podem ambos sentir-se bem assim preenchendo as necessidades um do outro. Mas não venham dizer-me que isso é Amor!
Para mim, o Amor tem que ter uma grande base de respeito aliada à tal adaptabilidade que nos permite fazer a concessão de alterar hábitos. Se numa relação um quer mudar características do outro, não ama essa pessoa per se mas sim um ideal ao qual quer que o outro se molde. E aí, ou o outro se deixa moldar, perdendo com isso a sua individualidade, ou acabam por chegar à conclusão que não existe, de facto, Amor. Isto tanto pode demorar semanas como anos. Mas mais tarde ou mais cedo as dúvidas surgem e as relações são abaladas.
Outro ingrediente importante é a Amizade. Todos nós temos conhecidos, amigos com letra pequena e Amigos com letra grande. Quando um Amigo está em baixo apoiamo-lo e sabemos que fará o mesmo quando precisarmos; se tiver uma atitude errada fazemos-lho notar (em privado) embora o possamos apoiar publicamente - ou pelo menos tomar uma atitude neutra. Falar de algo que achamos que está errado também é ser Amigo. A questão aqui é esta: gostamos dos Amigos como são, não como gostaríamos que fossem. Não tentamos mudar um Amigo, aceitamos melhor ou pior as suas idiossincrasias e eles as nossas. Porque haveríamos então de tentar mudar a pessoa com quem mantemos uma relação amorosa? Um Amigo vale mais do que um parceiro?
Para mim não - um parceiro deve, isso sim, ser um Amigo. Alguém a quem confiamos os nossos segredos, a nossa vida se for o caso, cujo espaço respeitamos sabendo que o nosso será respeitado porque o Amigo também nos aceita como somos e não nos tenta mudar a todo o custo.
O Amor pode acabar. Mas se da essência de uma relação fizerem parte o respeito e a amizade não se acumulam amarguras. Desapontamento, talvez. Pena. Tristeza. Mas não amargura porque a alegria e carinho dos momentos que se partilharam é grande. Cabe aí aos dois elementos serem suficientemente grandes para deixar o outro viver a sua vida, reconhecer que o espaço de cada um já não se sobrepõe. Deixar voar em liberdade porque queremos que o outro seja feliz. Sem amarras.
O Amor dá asas, faz-nos voar. Uma relação de verdadeiro Amor é um voo partilhado à descoberta de nós próprios e do mundo que nos rodeia, em que cada um pode estender livremente as suas asas ao máximo. Em conjunto.
Agora com licença, vou ali dar uma voltinha pelo céu ;)
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