A amiga de quem falei no post anterior e à qual por razões de privacidade chamarei agora (até que ela me diga o contrário) Prinçusa Leandra adora escrever. Tenho acompanhado a sua evolução de escrita (meteórica, por sinal) e gosto de brincar aos revisores com ela - que é como quem diz, olhar para um texto em bruto e dizer-lhe o que acho que falta ou está a mais. Coisas como vírgulas ou parágrafos, por exemplo.
Um dia destes a Prinçusa veio falar-me de um concurso. Uma editora propunha-se lançar uma antologia de contos e ilustrações na área do Fantástico, com prémios para os primeiros classificados em cada categoria e tudo. É claro que pensei "Fantástico! Até que enfim alguém dá lugar aos autores desconhecidos!". Ainda pensei em concorrer também - mas, como devem ter calculado pelo ar de abandono que o blog teve até esta manhã, estava total e completamente desinspirada tirando uma ou outra convulsão sináptica que jorrou para o Arco-Íris do lado.
Surgiram vozes contestando a editora (chamando-lhe vanity press e author mill) e a validade do concurso. Mas o concurso foi para a frente e no final de Outubro passado o livro foi lançado. Quase todos os textos submetidos foram publicados - creio que com as ilustrações se passou o mesmo. Perguntei à Prinçusa qual o saldo da experiência: "Negativo. A revisão foi pobre e o preço dos livros foi alto... se soubesse não me tinha metido nisso". Passou a encarar concursos/passatempos com esta tipologia com um pé atrás.
Mas gostou, como eu sei que um dia gostarei, de pegar num livro e ver o seu nome, o seu texto, as suas palavras impressas e à disposição do público. Não como num blog, onde damos as nossas palavras, o nosso tempo e muito do que nos vai cá dentro. Um livro, material, palpável, que outros pagarão para ter. O nosso "trabalho" a ser avaliado, a ser apreciado, a servir de prenda para alguém, a ser lido por quem vai saber o nosso nome - não apenas XR, Mag, Laranja ou Prinçusa Leandra, mas quem somos "lá fora".
Para ti, Prinçusa, o meu voto de que as tuas palavras cheguem aos escaparates das grandes livrarias, que os teus contos sejam lidos à lareira ou nos transportes públicos, oferecidos ao irmão ou à namorada. Sabe-se lá se um dia até fazem um filmucho baseado nas tuas histórias ... olha que acho que gostaria de o ver. ;)
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