Uma. Muitas.
São cinzentas e doem.
Quando o sentir nos enche e transborda
abrimos a porta à dádiva
oferta, partilha
mas abrimos também a porta à dor
ao abandono
ferida profunda
A madrugada dói, cinzenta.
A manhã passa em turbilhão,
cheia de afazeres da vida lá fora
das milhentas coisas que nos rodeiam
e de que não podemos, não devemos nos alhear
quando somos elo e não ilha.
O dia desliza até ao anoitecer
e enche-se o espaço de risos e imagens
palavras partilhadas aqui e ali
para manter afastado o silêncio ensurdecedor
deixado na esteira de quem não volta.
Vem o escuro, a pausa.
A luz que acendo todas as noites,
farol teimosamente erguido na mão do espírito
para alumiar um regresso que não acontece,
apaga-se no nevoeiro denso.
Alquebrada, a alma recolhe-se
enroscada no seu próprio regaço
sem mão carinhosa que a sossegue
sem outros sons que não o do próprio coração
e do respirar entrecortado de soluço.
Noite após noite adormece
de braços vazios
na madrugada cinzenta que dói.
O sítio onde os meus pensamentos se transformam em palavras ... e onde os colo conforme me dá na telha
quarta-feira, 12 de junho de 2013
sexta-feira, 7 de junho de 2013
Note
[Suddenly, out of the blue...]
.......................
«preciso falar-te ao ouvido. Que estarei onde sempre estive, entre o rio e o vento, uma pedra e uma raiz, entre o sono e o sonho, a sombra e a lua. Dizer-te que preciso do teu amor feito de palavras. De cravar os meus dedos na tua memória e escrever os nossos silêncios com a minha língua na tua pele. E que são os teus braços que se fecham em torno de mim, num abraço, que fazem a minha casa.
F para R»
.......................
bilhete encontrado por Jorge Petroff numa fenda na base da terceira coluna do Templo de Diana, voltada para a Pousada dos Lóios.
.......................
(Jorge Phyttas Raposo, in Ventos Brancos)
.......................
«preciso falar-te ao ouvido. Que estarei onde sempre estive, entre o rio e o vento, uma pedra e uma raiz, entre o sono e o sonho, a sombra e a lua. Dizer-te que preciso do teu amor feito de palavras. De cravar os meus dedos na tua memória e escrever os nossos silêncios com a minha língua na tua pele. E que são os teus braços que se fecham em torno de mim, num abraço, que fazem a minha casa.
F para R»
.......................
bilhete encontrado por Jorge Petroff numa fenda na base da terceira coluna do Templo de Diana, voltada para a Pousada dos Lóios.
.......................
(Jorge Phyttas Raposo, in Ventos Brancos)
quinta-feira, 6 de junho de 2013
Às vezes
Once upon a long ago, I believed.
I actually thought we would be together, that our souls would become irrevocably entwined along with our bodies, since our minds already appeared to be in that state.
And I sang the body electric, back then.
But time has elapsed, faded, like sand falling between our fingers.
I miss that time, once upon a long ago,
when I would smile at the mere thought of you
and my heart would sing this song
Sometimes
when I look deep in your eyes
I swear I can see your soul.
I miss that.
I miss you.
And I sang the body electric, back then.
But time has elapsed, faded, like sand falling between our fingers.
I miss that time, once upon a long ago,
when I would smile at the mere thought of you
and my heart would sing this song
Sometimes
when I look deep in your eyes
I swear I can see your soul.
I miss you.
Subscrever:
Mensagens (Atom)