sábado, 30 de janeiro de 2016

O dia seguinte

Ontem, alguns sorrisos tristes ou sem jeito.
As frases.
"Faz-me confusão"
"Não faz sentido"
"Já??"
"Que pena..."
Os adeus foram poucos pois só alguns sabiam. Os outros foram às suas vidas, aos seus horários, voltaram para as suas famílias como habitualmente.
A vida continuou.

Hoje, o regresso.
O lugar vazio.
 As perguntas, os telefonemas, as mensagens.

A alguns km, uma corrida. Tanto para fazer, tão pouco tempo

O regresso rumo a um breve reencontro combinado, que originou outros não planeados.
Mas nessas caras rapidamente viradas só havia indiferença.

O reencontro dos amigos.
A saudade que já marca presença.
O calor de um abraço apertado de despedida, e os risos na promessa de nova data.

A tristeza que alastra e se instala, mitigada por palavras amigas, inesperadas.

A vida continua.
E continuará.

sábado, 23 de janeiro de 2016

Mate

Calculava-o. Previa-o.
Ainda assim esperava que não acontecesse. Que me tivesse sido dado mais tempo. Tempo para continuar, para fazer, para crescer e ser. Tempo para estar.

Mas aconteceu, e nada posso fazer.
Acabam os bons dias vivaços ou apagados, os passos calados no corredor alcatifado, os sorrisos abertos que chegam aos olhos e os sorrisos falsificados de cortesia.
Acabam os debates e as conversas.
Acaba a música e a partilha.
Acabam-se as vozes.

Sobram alguns dias ainda no mesmo local.
Dias para cumprir calendário e terminar tarefas.
Dias para deixar uma lembrança positiva para trás e guardar em mim imagens, sons e (algumas) pessoas.
Ecos de dois anos intensos.

Pessoas que levarei comigo na memória e recordarei com saudade até que a vida nos permita cruzar novamente caminhos e recomeçar onde pararmos.
Pessoas a quem levo no coração.