sábado, 23 de janeiro de 2016

Mate

Calculava-o. Previa-o.
Ainda assim esperava que não acontecesse. Que me tivesse sido dado mais tempo. Tempo para continuar, para fazer, para crescer e ser. Tempo para estar.

Mas aconteceu, e nada posso fazer.
Acabam os bons dias vivaços ou apagados, os passos calados no corredor alcatifado, os sorrisos abertos que chegam aos olhos e os sorrisos falsificados de cortesia.
Acabam os debates e as conversas.
Acaba a música e a partilha.
Acabam-se as vozes.

Sobram alguns dias ainda no mesmo local.
Dias para cumprir calendário e terminar tarefas.
Dias para deixar uma lembrança positiva para trás e guardar em mim imagens, sons e (algumas) pessoas.
Ecos de dois anos intensos.

Pessoas que levarei comigo na memória e recordarei com saudade até que a vida nos permita cruzar novamente caminhos e recomeçar onde pararmos.
Pessoas a quem levo no coração.

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