terça-feira, 19 de outubro de 2010

O medo

Num dos blogues que costumo visitar (esses aí da listinha da esquerda, podem ir vê-los, não vão ser maltratados nem vos vão cair os dedos ou qualquer outra extremidade que considerem importante) fixei os olhos numa imagem e, de facto, parei com o resto para atentar no que lia.
O Zhu Di, do Acatar, tem uma capacidade tremenda de captar imagens que me fazem sorrir, sonhar, pensar. Acho que é a profissão dele, mas isso não vem ao caso. O importante é que um texto sobre a contestação a Berlusconi foi ilustrado com várias imagens. E uma delas foi "a tal".
Algo tão simples como uma rapariga de cócoras numa manifestação a estender um pano, lençol, sei lá o quê, com uns bonecos tipo pacman em roxo-viola.

O que me prendeu o olhar, a atenção, foi a t-shirt que ela vestia.

"Chi ha paura muore ogni giorno, chi non ha paura muore una volta sola."
Isto, traduzido às três pancadas sem peixe-de-babel, dá algo como "Quem tem medo morre em cada dia, quem não tem medo morre uma só vez".

Pus-me a pensar com os meus botões (ou melhor, com as contas da pulseira que hoje só tenho um botão). Morrer todos os dias é uma treta. Se calhar é por isso que eu ando com pouca energia, ando a morrer diariamente sem dar por isso e a recuperação é do caraças.

Eu sei do que é que tenho medo.
Talvez esteja na altura de perdê-lo.

1 comentário:

Vitor disse...

...Então vamos lá a arribar esse astral e,quando tiveres que morrer (o que vai ainda muito longe),que seja de repente...e quanto a só teres hoje um botão?...hummmm

Bj*