terça-feira, 23 de outubro de 2012

A vida, a esperança, o futuro

Será que quando nascemos já trazemos o itinerário traçado? Os sítios onde haveremos de ir, cabendo-nos a nós escolher a rota e a forma de lá chegar?
Uns vão de concorde, foguete, maglev, whatever, chegam, assunto resolvido, karma saldado e pronto; outros levam tempo, perdem-se, enganam-se, tentam não ir àquele sítio ou ignorar que mais tarde ou mais cedo vão ter que passar por lá, mesmo que numa outra vivência.

Será que quando nascemos já trazemos marcadas as doses do que iremos ter? Quanto de amor, quanto de carinho, quanto de frustração, dor ou alegria? E será que se soubéssemos de antemão quanto do quê nos está reservado viveríamos de outra forma? Desistiríamos antes do tempo, talvez, se achássemos que as doses do que é negativo ou menos bom seriam demasiado para suportarmos?

Será que perderíamos a esperança se soubéssemos que já tínhamos vivido todo o amor, carinho e alegria a que tínhamos direito nesta vida? Ou será que faríamos finca-pé de resistir e tentar reverter as possibilidades, trocar as cartas que nos foram dadas como quem tenta nova mão no poker?

Não sabemos. Nada. O futuro é uma incógnita, por mais que queiramos conhecê-lo, por mais que nos anunciem que no-lo vão revelar a troco de algumas notas. E talvez não o saibamos para nossa própria protecção, para que continuemos a tentar, para que não percamos a esperança de que um dia vamos (voltar a) ser felizes, por fim.

1 comentário:

Liliana Fernandes disse...

Já estava com saudades das tuas publicações!

Nunca o tinha feito, mas estava a ler o livro "Não de escolhe quem se ama", de Joana Miranda, e fui ler o final...que parvoíce a minha... agora, há mais de uma semana que não toco no livro. Aliás, comecei a ler outro. É como se tivesse perdido o interesse, desanimei... Penso que se conhecesse todos os capítulos da minha vida tudo perderia um pouco de graça, talvez até de interesse...
Beijinho.