quinta-feira, 13 de abril de 2017

Primavera

§ Este é um relato de como o sol reentrou na minha vida.§

Muito aconteceu de há um ano para cá.

Novos projectos, novos desafios, novas posturas, novos paradigmas, novas pessoas.
Um carrocel com muitos altos e baixos. Algumas batalhas, nem todas ganhas, mas em que me empenhei totalmente. Alguns momentos de acalmia, de placidez, de reflexão.
E muitos momentos em que atirei as mãos ao ar em exasperação, semi-clamando "mas o que raio é que falta acontecer?"

É que um ano, teoricamente (ou supostamente?) tem quatro estações, pelo menos nesta zona do berlinde azul. E este meu ano teve de tudo: princípios, meios e fins. Coisas que se arrastaram e coisas que acabaram, estiolando no verão ou gelando no inverno.
Daí que, quando voltou o equinócio, embora ainda com uma réstia de esperança eu me sentisse pouco optimista.
Mas o karma lá terá achado que estava na altura de algo diferente - talvez porque já era tempo, ou talvez porque eu tenha entrado numa de decluttering e começado a optar por coisas mais simples e (muito mais) ao meu gosto.
Numa etapa dessa jornada decidi que precisava de cadeirões novos e comecei a procurá-los... mas nada me encantava. Achava alguns bonitos mas não tinham aquele não-sei-o-quê que me fizesse dizer "é isto!!!"
Até que os encontrei, num anúncio: usados mas em bom estado, de uma madeira exótica forte. E almofadados cor de sol.

Fizeram-se os contactos da praxe, para ver ao vivo e decidir. E chegou o dia, que por mero acaso foi o do meu aniversário.
A porta abriu-se, entrei... e puff! Paixão à primeira vista.
Dentro da minha mente soltavam-se foguetes ("É isto, é mesmo isto!!!") e senti-me como se o Universo me estivesse a dar um presente.
Entre dois dedos de conversa que se tornaram vinte, fechou-se o acordo no meio de um rol de histórias e referências em comum. Os sorrisos e a gentileza foram o bónus extra.


Os cadeirões foram para a sua nova casa, enchendo-a de sol, e eu vim-me embora com um brilhozinho nos olhos: é que hoje fiz um amigo, e coisa mais preciosa no mundo não há.

Parece que, finalmente, a Primavera chegou.


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