Há pessoas com o coração emparedado; outras com ele empedrado.
Há ainda os que o têm em permanente sobressalto, descompassado como um (mau) acrobata. Há também os que criam borboletas lá dentro, que vivem cada paixão (sempre novas, sempre curtas) como se fosse a primeira, só para sentir as tais borboletas a esvoaçar.
E há os que o têm bem quente - uns em chamas, outros em brasa.
Nem sempre esta brasa é visível, aparecendo aos olhos dos outros como cavacos arrefecidos pela vida. Mas só os seus donos e aqueles com quem partilham o seu calor sabem a que ponto arde um coração assim, a que ponto pode fazer derreter os outros.
Muitos dos que têm o coração a elevadas temperaturas criam vasos comunicantes desse órgão abrasador até aos dedos.
Escrevem.
As suas palavras não são cerebrais, são sentidas.
E só elas deixam transparecer o calor que lhes deu origem - como faúlhas lançadas através dos dedos e guiadas através de uma caneta ou um teclado.
Ainda que escrevam em prosa, a esses chamamos Poetas.
8 comentários:
Como posso acrescentar algo? está tudo dito!
Beijoca!
Este texto bem que podia ter sido escrito por um poeta :):)
E é, uma poeta! ;)
E eu gostei muito desta tua pequena prosa!
um beijo
Obrigada pelos vossos comentários :) os meus vasos comunicantes riram-se e agradecem também.
É o que se chama um post a preceito…parabéns!
Bj*
Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!
Abraços forte
Que bonito... :) Gostei muito.
Eu não me esqueci! Perdoa-me a falta de oportunidade para te responder ao que me pediste... A minha vida anda de todo...
Deixo-te um beijo e prometo enviar-te um email em breve!
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