segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Manifesto: a um Amigo

Para o Thanabur

Que as ondas do mar te refresquem a alma
e levem embora as sombras que te inquietam
não te deixando ver o nascer do sol
que se avizinha, sereno e indiferente
aos problemas e sofrimentos
das pobres criaturas transitórias
que somos.

Tem fé em que o sol nascerá, imutável
ainda que toldado por negras nuvens.
Tarde ou cedo se dissiparão
deixando-te olhar de novo
a imensidão do azul do céu
reflectido na imensidão do mar
(esse mar que tanto te diz).

Vem, vamos ver as gaivotas
em perene volteio
que aguardam o fim da tormenta
para regressar ao seu natural elemento
... esse mar que tanto amas.

Não receies a tempestade
pois sabes (eu sei que sabes)
que de quando em vez
uma revolução é necessária
para que tudo volte a assentar
ainda que por vezes da mesma maneira.

O mar é eterna mudança.
Aceita as mudanças
como aceitas o mar.
Uma onda de cada vez.
17/09/2004

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