Ser "bonzinho" compensa ? Neste momento e neste estado de espírito, digo logo de caras: NÃO.
Andava eu com um astral óptimo, a cantarolar no carro a caminho do trabalho.
Pista importante: a canção chama-se "Bad Day", dos Fuel. A pensar que se o tempo andasse bom durante esta semana ia voltar à Guia.
Ao chegar perto da escola secundária, duas garotas paradas no princípio da passadeira.
Armei-me em "boazinha", Miss Goody Two-Shoes. Parei para as miúdas passarem porque calculei que queriam ir para a paragem do autocarro ou algo semelhante. E a pensar que se fosse a minha filha a caminho da escola também gostaria que outro condutor parasse para ela passar.
Elas agradecem, eu sorrio. Olho para o retrovisor.
"Aquele Honda vem muito depressa ... olha que po.... não me digas que não vai parar ! F...... !!!"
Não parou - pelo menos a tempo.
O carrito ficou com ar tristonho, como a caricatura de um bebé chorão. Não é para menos: em menos de um ano e meio é a terceira pantufada que este carro leva. Completamente parado. Aquele pára-choques nem seis meses tinha ...
A companhia de seguros demorou um bocadinho mais do que o habitual para abrir o processo de sinistro (devem andar cheiiiiiinhos de trabalho). E autorizar a peritagem. E vamos ver que carro me vão dar para circular enquanto este estiver parado.
Planos para ir passear à Guia ? Ao Guincho ? A vida é o que nos acontece enquanto andamos a fazer outros planos.
E naquele estado não tenho vontade nenhuma de andar a passear com o pobre "bolinhas". Bolas, nem às compras posso ir porque não dá para abrir o porta-bagagem! (Ou melhor, não experimentei porque se calhar depois não o consigo fechar).
Moral da história: se eu não fosse "boazinha" as miúdas talvez tivessem perdido o autocarro. E o meu bolinhas estava inteiro. E eu podia fazer planos. Agora assim ... nem antes do Natal.
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