quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Reflexões

Pode-se estar só no meio de um ror de gente, mesmo que conheçamos todas e cada uma das caras que nos rodeiam e todos parem para nos cumprimentar.

É impossível manter a sanidade sem amigos - estes são quem nos mantém à tona quando nos cansamos de nadar contra algumas ondas mais fortes que a vida nos atira.
Por vezes, a volta da maré presenteia-nos com exemplares raros a quem podemos dar o nome de Amigos com maiúscula; são pessoas que talvez estejamos longo tempo sem ver face a face (em alguns casos, nunca) mas que mesmo assim sabemos que estarão "lá", que nos estenderão a mão sem hesitar e a quem não teremos pejo de fazer o mesmo.

São essas pessoas que nos fazem perder o(s) medo(s), que nos animam a gozar cada minuto da vida, a arriscar a perder o pé. Porque estão lá, connosco - mesmo que fisicamente estejam longe, estão por vezes mais perto de nós do que a multidão que nos rodeia. Com eles vale a pena parar para pensar ou pelo contrário partir à descoberta de visões mágicas, sejam golfinhos ou ursos polares adormecidos sobre arco-íris duplos - como portões de passagem para qualquer outro lugar.



Sem medo de perder o pé.

5 comentários:

Paulo disse...

A solidão é mais um sentimento do que a realidade. E não se está só porque se vive sozinho. As pessoas que habitam no nosso pensamento e que acreditamos que gostam de nós e que estão lá se precisarmos delas são mais importantes que a multidão que encontram num bar.
E como dizia o poeta, levem-me tudo, levem-me os amores, mas deixem os amigos, sem eles não consigo viver.

Anónimo disse...

Tenho saudades dos comentários da XS... embora continue sem saber quem é, mas já tenho duas pistas ;)
Concordo contigo, acho que todos nós já passamos por situações em que estamos rodeados de pessoas, a falar, a rir, e no entanto, sentimo-nos tremendamente sós. O estar acompanhado é relativo, podemos ter alguém ao nosso lado que apenas nos ouve mas na verdade não nos escuta...que nos vê mas não nos observa, e por aí em diante. Amigos para valer existem muito poucos, é de desconfiar quem diz ter muitos amigos. Nas horas cruciais é que vemos quem são os nossos verdadeiros amigos, aqueles que estão lá connosco, e por vezes temos surpresas, umas boas outras más.
Posso confessar que passei um desses momentos bem recentemente, e quem esperava ter a meu lado...fugiu. Mas também ganhei um novo amigo.

Passa pelo meu blog, acho que vais gostar dos últimos posts, principalmente do último. Terás a sensibilidade para entender o que a maioria não compreenderá ;))

Beijinhos Sofia

Maguetas disse...

You are never alone, because I am part of you, like you are part of me...

Anónimo disse...

Por vezes estamos mais sós no meio da multidão do que isolados no alto de uma montanha, alguém o disse que não eu. Eu nunca estou só, mesmo só, estou comigo, mas quantas vezes comigo eu me sinto tão só. Há momentos, breves lampejos de esperança, há pequenas brechas de luz que se abrem, há dores que se perdem, paixões que nos acompanham, há, por vezes, esperança. Saindo da minha caverna onde apenas via as sombras, mesmo ofuscada pela luz do dia, percebi que há, por muito que digam que não, amores impossíveis, embora isso não faça com que os deixemos de sentir em nós para toda a vida.

Carlos disse...

Não podia estar mais de acordo. Por muitas vezes já experimentei desse sentimento de isolamento. Embora conheça muita gente, há apenas 5 ou 6 pessoas em que realmente posso confiar,que considero realmente meus amigos. São eles que estão lá nas horas más para dar aquele apoio, aquela palavra de conforto, tão rara neste mundo que se torna cada vez mais frio e distante a cada dia que passa.
Se cada um de nós tiver pelo menos uma pessoa assim na nossa vida, nunca poderemos dizer que estamos realmente sós.