Depois de uns dias de qualquer coisa que me deitou abaixo com tanta força que me impediu de celebrar a consoada com a família, voltei hoje ao trabalho. Encolhida e enregelada.
O trabalho é muito meu amigo. Esperou pacientemente por mim...
Mas o que me colocou um sorriso no rosto esta manhã foi um postal.
Não um postal qualquer - nada disso. Um postal quadripolar.
Ao que parece, estes dias têm sido pródigos em sorrisos para uma quantidade de gente da "comunidade blogótica".
Ursa rulez. :)
O sítio onde os meus pensamentos se transformam em palavras ... e onde os colo conforme me dá na telha
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Terapia
Esta manhã estava com uma disposição pouco recomendável. Sim, daquelas que dá para topar só de olhar. Pés quase a arrastar-se, ombros descaídos, lábios esquecidos de como se sorri.
À hora do almoço, algo que tinha de ir fazer: comprar mitenes lá para casa. Aparentemente, são o ideal para manter a mão quente sem perder a sensibilidade nos dedos, mas as que há por lá estão cheias de pêlo de gato.
Pronto, ok, eu vou comprar mitenes. Mas passo primeiro pela tabacaria a ver se já chegou a minha encomenda. Ainda não, mas deparo com algo que não conhecia e que acho que vai dar uma excelente prenda para alguém que está quase a fazer anos: um postal, quadrado, com o ano X (supostamente do nascimento da pessoa) num tipo de letra do mesmo estilo do que se usava nessa altura - à frente alguns acontecimentos importantes, atrás uma selecção de músicas que foram sucesso, tudo relacionado com o ano. Os dos anos 80 têm um estilo "disco", os dos 50 são adoravelmente "retro". Interessante, a sério. E subitamente os lábios recordam-se e sorriem.
Ainda a arrastar o passo chego à loja. Mitenes, luvas, check. Já chegaram os pijamas polares? Já, sim. Oh, boa, um casaco como o que S. queria. Se calhar tiro uma foto e mostro-lha a ver se ela o quer. Contorno o expositor e dou de caras com algo de que não vou falar para o caso dela até calhar vir aqui ler - a prenda que "é a cara" da minha irmã. Mando embrulhar, ganho votos de feliz natal, descontos e uma lembrancinha pela quadra.
Quando dou por mim estou a sair da loja com dois sacos cheios, costas direitas e sorriso aberto.
Ir às compras é mesmo terapêutico!
À hora do almoço, algo que tinha de ir fazer: comprar mitenes lá para casa. Aparentemente, são o ideal para manter a mão quente sem perder a sensibilidade nos dedos, mas as que há por lá estão cheias de pêlo de gato.
Pronto, ok, eu vou comprar mitenes. Mas passo primeiro pela tabacaria a ver se já chegou a minha encomenda. Ainda não, mas deparo com algo que não conhecia e que acho que vai dar uma excelente prenda para alguém que está quase a fazer anos: um postal, quadrado, com o ano X (supostamente do nascimento da pessoa) num tipo de letra do mesmo estilo do que se usava nessa altura - à frente alguns acontecimentos importantes, atrás uma selecção de músicas que foram sucesso, tudo relacionado com o ano. Os dos anos 80 têm um estilo "disco", os dos 50 são adoravelmente "retro". Interessante, a sério. E subitamente os lábios recordam-se e sorriem.
Ainda a arrastar o passo chego à loja. Mitenes, luvas, check. Já chegaram os pijamas polares? Já, sim. Oh, boa, um casaco como o que S. queria. Se calhar tiro uma foto e mostro-lha a ver se ela o quer. Contorno o expositor e dou de caras com algo de que não vou falar para o caso dela até calhar vir aqui ler - a prenda que "é a cara" da minha irmã. Mando embrulhar, ganho votos de feliz natal, descontos e uma lembrancinha pela quadra.
Quando dou por mim estou a sair da loja com dois sacos cheios, costas direitas e sorriso aberto.
Ir às compras é mesmo terapêutico!
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Ai!
Tenho o braço dorido.
Raisparta os jogos da PSMove que nos fazem parecer tontinhos a dar pulos e mover uma coisa parecida com um microfone às voltas pelo ar, ora é uma espada, uma marreta ou uma raquete de ping-pong, até ficarmos a suar num dia de Inverno.
Bolas, está dorido - mesmo.
E hoje vai haver mais. É que apesar das figuras de tontinhos aquilo é divertido à brava...
Raisparta os jogos da PSMove que nos fazem parecer tontinhos a dar pulos e mover uma coisa parecida com um microfone às voltas pelo ar, ora é uma espada, uma marreta ou uma raquete de ping-pong, até ficarmos a suar num dia de Inverno.
Bolas, está dorido - mesmo.
E hoje vai haver mais. É que apesar das figuras de tontinhos aquilo é divertido à brava...
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Ena...
... é a primeira vez em não sei quanto tempo que não vou levar trabalho para acabar em casa e que consegui tratar de tudo o que tinha para tratar - hoje.
Sabe bem.
Sabe bem.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Not that weird
É no que dá andar nas leituras.
Fui visitar o estaminé da Pólo Norte e fisguei o olho em mais um teste parvo, que é algo óptimo para distrair uma cabeça cansada excepto se contiver perguntas com números binários.
Ok, I'm a bit weird - so what?
Aviso já: se for igual para toda a gente, tem mesmo números binários...
Fui visitar o estaminé da Pólo Norte e fisguei o olho em mais um teste parvo, que é algo óptimo para distrair uma cabeça cansada excepto se contiver perguntas com números binários.
Ok, I'm a bit weird - so what?
Aviso já: se for igual para toda a gente, tem mesmo números binários...
sábado, 30 de outubro de 2010
Cold hands, warm heart
It's cold.
Outside, the rain pours over everything, thundering on the tile roof. I put on my coat and grab some coffee to warm me up, to warm my cold cold hands.
The sound of the unstopping rain is almost unbearable... I play a beautiful song to lift up my spirits but the only thing I get is starting to look out through the window wondering where you are.
I carry you here and there's something of you in everything that I love.
Yes, it's the same song I shared a while ago. But that doesn't mean what it says isn't true, because it is. It is.
No matter how long.
Outside, the rain pours over everything, thundering on the tile roof. I put on my coat and grab some coffee to warm me up, to warm my cold cold hands.
The sound of the unstopping rain is almost unbearable... I play a beautiful song to lift up my spirits but the only thing I get is starting to look out through the window wondering where you are.
I carry you here and there's something of you in everything that I love.
Yes, it's the same song I shared a while ago. But that doesn't mean what it says isn't true, because it is. It is.
No matter how long.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
O medo
Num dos blogues que costumo visitar (esses aí da listinha da esquerda, podem ir vê-los, não vão ser maltratados nem vos vão cair os dedos ou qualquer outra extremidade que considerem importante) fixei os olhos numa imagem e, de facto, parei com o resto para atentar no que lia.
O Zhu Di, do Acatar, tem uma capacidade tremenda de captar imagens que me fazem sorrir, sonhar, pensar. Acho que é a profissão dele, mas isso não vem ao caso. O importante é que um texto sobre a contestação a Berlusconi foi ilustrado com várias imagens. E uma delas foi "a tal".
Algo tão simples como uma rapariga de cócoras numa manifestação a estender um pano, lençol, sei lá o quê, com uns bonecos tipo pacman em roxo-viola.
O que me prendeu o olhar, a atenção, foi a t-shirt que ela vestia.
"Chi ha paura muore ogni giorno, chi non ha paura muore una volta sola."
Isto, traduzido às três pancadas sem peixe-de-babel, dá algo como "Quem tem medo morre em cada dia, quem não tem medo morre uma só vez".
Pus-me a pensar com os meus botões (ou melhor, com as contas da pulseira que hoje só tenho um botão). Morrer todos os dias é uma treta. Se calhar é por isso que eu ando com pouca energia, ando a morrer diariamente sem dar por isso e a recuperação é do caraças.
Eu sei do que é que tenho medo.
Talvez esteja na altura de perdê-lo.
O Zhu Di, do Acatar, tem uma capacidade tremenda de captar imagens que me fazem sorrir, sonhar, pensar. Acho que é a profissão dele, mas isso não vem ao caso. O importante é que um texto sobre a contestação a Berlusconi foi ilustrado com várias imagens. E uma delas foi "a tal".
Algo tão simples como uma rapariga de cócoras numa manifestação a estender um pano, lençol, sei lá o quê, com uns bonecos tipo pacman em roxo-viola.
O que me prendeu o olhar, a atenção, foi a t-shirt que ela vestia.
"Chi ha paura muore ogni giorno, chi non ha paura muore una volta sola."
Isto, traduzido às três pancadas sem peixe-de-babel, dá algo como "Quem tem medo morre em cada dia, quem não tem medo morre uma só vez".
Pus-me a pensar com os meus botões (ou melhor, com as contas da pulseira que hoje só tenho um botão). Morrer todos os dias é uma treta. Se calhar é por isso que eu ando com pouca energia, ando a morrer diariamente sem dar por isso e a recuperação é do caraças.
Eu sei do que é que tenho medo.
Talvez esteja na altura de perdê-lo.
domingo, 17 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Exames
Desiludam-se caso tenham vindo aqui parar à procura de respostas a algum tipo de teste. Eu não tenho respostas e devo ter tantas ou mais perguntas do que vocês, à conta da idade.
Acontece é que fui à consulta da medicina do trabalho e recebi os resultados dos exames. Diagnóstico: "Tudo nos parâmetros normais. O cardiologista aconselhou a fazer umas caminhadas, mais nada."
Espreitei os papelinhos... tenho umas hemácias rechonchudas e o colesterol deve estar em saldos porque havia pouco. Mas no ECG havia uma nota de rodapé: Notice: Borderline abnormal.
Eu pensava que às vezes não batia muito bem da tola mas nunca tive confirmação. O que pelos vistos ficou provado é que o meu coração não é muito normal. Anda lá pela beirinha entre o igual-aos-outros e o maluco.
Pois, já calculava. Tenho um coração idiota.
Isso explica um monte de coisas.
Acontece é que fui à consulta da medicina do trabalho e recebi os resultados dos exames. Diagnóstico: "Tudo nos parâmetros normais. O cardiologista aconselhou a fazer umas caminhadas, mais nada."
Espreitei os papelinhos... tenho umas hemácias rechonchudas e o colesterol deve estar em saldos porque havia pouco. Mas no ECG havia uma nota de rodapé: Notice: Borderline abnormal.
Eu pensava que às vezes não batia muito bem da tola mas nunca tive confirmação. O que pelos vistos ficou provado é que o meu coração não é muito normal. Anda lá pela beirinha entre o igual-aos-outros e o maluco.
Pois, já calculava. Tenho um coração idiota.
Isso explica um monte de coisas.
domingo, 10 de outubro de 2010
Lousy weather
Às vezes acordo de madrugada e ouço a chuva.
Fico com pena de quem àquela hora anda já na rua, a trabalhar ou a caminho disso, sob uma carga de água intensa.
Não me interpretem mal - não desgosto da chuva nem tenho medo dela (excepto quando cai um aguaceiro medonho enquanto vou a conduzir). Mas prefiro ouvi-la quando estou enroscada na caminha :)
Por outro lado, adoro uma boa noite de trovoada. Há algo que me faz sentir viva, desperta e com vontade de ir lá para fora dançar e dar pulos, como se o trovão me chamasse. Fico à janela à espera do próximo clarão, quase ansiosa, contando os segundos até ouvir o estrondo.
Já uma vez - há muito tempo - fiquei debruçada na janela numa noite assim e consegui fotografar um relâmpago; não sei é o que foi feito dessa foto, mas lembro-me de olhar para ela e recordar as sensações dessa noite e as conversas do dia seguinte com um amigo.
"Caneco, viste a trovoada de ontem?"
"Epá, foi forte! Choveu à brava."
"Bem, acreditas que havia um maluco qualquer a correr rua abaixo debaixo da chuvada?"
"Pois, era eu! Mas havia alguém mais maluco que estava numa janela a tirar fotografias!"
"Ah... pois! Essa era eu..."
Fotos de relâmpagos. Hei-de voltar a tirar uma, um dia destes :) mas enquanto é apenas chuva, deixo-me ficar no quentinho.
É tão bom...
Fico com pena de quem àquela hora anda já na rua, a trabalhar ou a caminho disso, sob uma carga de água intensa.
Não me interpretem mal - não desgosto da chuva nem tenho medo dela (excepto quando cai um aguaceiro medonho enquanto vou a conduzir). Mas prefiro ouvi-la quando estou enroscada na caminha :)
Por outro lado, adoro uma boa noite de trovoada. Há algo que me faz sentir viva, desperta e com vontade de ir lá para fora dançar e dar pulos, como se o trovão me chamasse. Fico à janela à espera do próximo clarão, quase ansiosa, contando os segundos até ouvir o estrondo.
Já uma vez - há muito tempo - fiquei debruçada na janela numa noite assim e consegui fotografar um relâmpago; não sei é o que foi feito dessa foto, mas lembro-me de olhar para ela e recordar as sensações dessa noite e as conversas do dia seguinte com um amigo.
"Caneco, viste a trovoada de ontem?"
"Epá, foi forte! Choveu à brava."
"Bem, acreditas que havia um maluco qualquer a correr rua abaixo debaixo da chuvada?"
"Pois, era eu! Mas havia alguém mais maluco que estava numa janela a tirar fotografias!"
"Ah... pois! Essa era eu..."
Fotos de relâmpagos. Hei-de voltar a tirar uma, um dia destes :) mas enquanto é apenas chuva, deixo-me ficar no quentinho.
É tão bom...
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Boa pergunta...
Life coaching, amigos próximos, psicólogos, etc., dizem-nos que para nos sentirmos felizes temos que nos realizar pessoalmente. Que temos que fazer o que manda o coração, a alma, o Id, whatever, caso contrário continuaremos insatisfeitos. E que tendemos a arranjar mil e uma desculpas para não o fazer porque, no fundo, temos medo.
Ora, se não tentamos atender ao desejo da alma por questões muito terra-a-terra como a renda da casa ou a conta da luz... estamos a ter medo ou apenas a ser muito práticos?
Ora, se não tentamos atender ao desejo da alma por questões muito terra-a-terra como a renda da casa ou a conta da luz... estamos a ter medo ou apenas a ser muito práticos?
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Epa... será que vou a tempo?
“O destino costuma estar ao virar da esquina. Como se fosse um gatuno, uma rameira ou um vendedor de lotaria: as suas três encarnações mais batidas. Mas o que não faz é visitas ao domicílio. É preciso ir atrás dele.”
Carlos Ruiz Zafón, em "A sombra do vento"
Eu já o encontrei há uns tempos e não ia à procura dele. Ia a andar, simplesmente, virei uma determinada esquina e... paft! Perdi o equilíbrio, barafustei, andei para trás e para a frente e em círculos. Ele continuou parado - porque me esperava e porque era meu. Era; ou é. Não sei bem.
Falamos (quase todos!) imenso do destino, de como gostaríamos de o conhecer de antemão ou de como gostaríamos de o alterar - pensando à partida que o conhecemos muito bem, que sabemos o seu aspecto, cor, tamanho. Não tinha criado grandes expectativas mas mesmo assim fui apanhada de surpresa. Tudo porque decidi ir naquela direcção e virar aquela esquina. Mas a verdade é que não estava à espera de o encontrar (não ali, não naquele momento) e fiquei um bocado à nora.
Achei melhor resolver uma série de coisas antes de seguir o caminho que me mostrava. Sabem como é, arrumar isto, tratar daquilo, a comida do gato e a água dos vasos.
Só que o tempo passou e ainda há coisas para arrumar ou para tratar e o gato tem que comer todos os dias e os vasos continuam a ter que ser regados.
E eu não sei se ele vai esperar por mim, ali, naquela esquina. Ou se vou ter que palmilhar muitas mais esquinas para o encontrar - e aí não será necessariamente o mesmo. E posso não gostar da mudança.
Concluo que se é aquele o destino que quero para mim, o que encontrei naquela esquina, não posso andar a perder tempo. Um dia pode já não estar à minha espera...
Vou ter que deixar de me preocupar com as coisas que ainda estão por resolver. O gato e os vasos precisam de mim, sim - mas posso levá-los comigo nem que seja num carrinho de mão. Quem sabe? Até podem gostar. Importante é agarrá-lo, ao meu destino, antes que seja demasiado tarde.
Carlos Ruiz Zafón, em "A sombra do vento"
Eu já o encontrei há uns tempos e não ia à procura dele. Ia a andar, simplesmente, virei uma determinada esquina e... paft! Perdi o equilíbrio, barafustei, andei para trás e para a frente e em círculos. Ele continuou parado - porque me esperava e porque era meu. Era; ou é. Não sei bem.
Falamos (quase todos!) imenso do destino, de como gostaríamos de o conhecer de antemão ou de como gostaríamos de o alterar - pensando à partida que o conhecemos muito bem, que sabemos o seu aspecto, cor, tamanho. Não tinha criado grandes expectativas mas mesmo assim fui apanhada de surpresa. Tudo porque decidi ir naquela direcção e virar aquela esquina. Mas a verdade é que não estava à espera de o encontrar (não ali, não naquele momento) e fiquei um bocado à nora.
Achei melhor resolver uma série de coisas antes de seguir o caminho que me mostrava. Sabem como é, arrumar isto, tratar daquilo, a comida do gato e a água dos vasos.
Só que o tempo passou e ainda há coisas para arrumar ou para tratar e o gato tem que comer todos os dias e os vasos continuam a ter que ser regados.
E eu não sei se ele vai esperar por mim, ali, naquela esquina. Ou se vou ter que palmilhar muitas mais esquinas para o encontrar - e aí não será necessariamente o mesmo. E posso não gostar da mudança.
Concluo que se é aquele o destino que quero para mim, o que encontrei naquela esquina, não posso andar a perder tempo. Um dia pode já não estar à minha espera...
Vou ter que deixar de me preocupar com as coisas que ainda estão por resolver. O gato e os vasos precisam de mim, sim - mas posso levá-los comigo nem que seja num carrinho de mão. Quem sabe? Até podem gostar. Importante é agarrá-lo, ao meu destino, antes que seja demasiado tarde.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Quando se copia o "gostar"
Quando não se tem originalidade, o mais fácil é copiar. Mas ao menos que se respeite o original, não se limitando a colocar apenas umas iniciaizinhas de caca no fim do texto sem sequer um link quando o texto que se copiou também está online. E com as formatações bem feitinhas ainda por cima.
Há quem diga que a imitação é uma forma de admiração.
Pois eu continuo a achar que o plágio é uma coisa muito feia. E vai daí que hoje resolvi fazer algo quanto a isso.
Há quem diga que a imitação é uma forma de admiração.
Pois eu continuo a achar que o plágio é uma coisa muito feia. E vai daí que hoje resolvi fazer algo quanto a isso.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Pois
Quando fazemos uma previsão pessimista não sei o que será pior: descobrir que nos enganámos ou descobrir que tínhamos toda a razão.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
10, 9, 8...
Houston, preparing to take off!
Foi lançado oficialmente no dia 21 de Julho. Recebi-o hoje, catita e com dedicatória do director/responsável do projecto.
O Conto Fantástico.
Não sei se estará disponível em todas, mas na loja online da Fnac já aparece.
Subitamente, acho que afinal consigo mesmo voar.
Mas não como um passarinho. Não.
Como um falcão. O céu é meu e o horizonte o meu destino.
Para já.
Depois? As estrelas parecem prometedoras. Acho que para lá das montanhas do Universo Conhecido há muitos outros mundos para descobrir.
Hei de lá ir um dia :) e depois conto como foi.
Foi lançado oficialmente no dia 21 de Julho. Recebi-o hoje, catita e com dedicatória do director/responsável do projecto.
O Conto Fantástico.
Não sei se estará disponível em todas, mas na loja online da Fnac já aparece.
Subitamente, acho que afinal consigo mesmo voar.
Mas não como um passarinho. Não.
Como um falcão. O céu é meu e o horizonte o meu destino.
Para já.
Depois? As estrelas parecem prometedoras. Acho que para lá das montanhas do Universo Conhecido há muitos outros mundos para descobrir.
Hei de lá ir um dia :) e depois conto como foi.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Silêncio no espaço
Meteram-se as férias.
Sim, as férias justificariam muita coisa, muita ausência, muito silêncio.
Mas a verdade é que para além das férias há mais qualquer coisa. Uma falta de vontade. Incapacidade, falta de coragem, empenho, sei lá.
Só sei que um inspirar fundo se transforma em suspiro, que os ombros se abatem e os olhos se voltam para cima. Eu queria mesmo, mesmo era voar.
Mas não tenho asas.
Sim, as férias justificariam muita coisa, muita ausência, muito silêncio.
Mas a verdade é que para além das férias há mais qualquer coisa. Uma falta de vontade. Incapacidade, falta de coragem, empenho, sei lá.
Só sei que um inspirar fundo se transforma em suspiro, que os ombros se abatem e os olhos se voltam para cima. Eu queria mesmo, mesmo era voar.
Mas não tenho asas.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
...
Mais do que fazeres-me rir durante anos, a tua viagem fez-me pensar.
Nos momentos, nas coisas que se dizem e se fazem. E, acima de tudo, nas que não se dizem e não se fazem. E nos momentos que se nos escaparam.
Tal como o tempo acaba por nos fugir.
Foi assim contigo, não foi?
Fugiu-te, o sacana do tempo, António.
Vou ver se o consigo segurar o meu...
Se não pelas gargalhadas, pelo exemplo, agradeço-te pela consciência do que tentaste transmitir: "aproveitem a vida, e ajudem-se uns aos outros, apreciem cada momento, agradeçam, não deixem nada por dizer, nada por fazer".
Prometo que vou tentar.
Obrigado, António.
Até sempre!
Nos momentos, nas coisas que se dizem e se fazem. E, acima de tudo, nas que não se dizem e não se fazem. E nos momentos que se nos escaparam.
Tal como o tempo acaba por nos fugir.
Foi assim contigo, não foi?
Fugiu-te, o sacana do tempo, António.
Vou ver se o consigo segurar o meu...
Se não pelas gargalhadas, pelo exemplo, agradeço-te pela consciência do que tentaste transmitir: "aproveitem a vida, e ajudem-se uns aos outros, apreciem cada momento, agradeçam, não deixem nada por dizer, nada por fazer".
Prometo que vou tentar.
Obrigado, António.
Até sempre!
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Foooooooonix
Nem dois minutos depois do post anterior recebo uma mensagem: "Crise de meia-idade? loool!"
Epá, sei lá!
Sei que ando irritadiça e com vontade de fazer algo "revolucionário". É bem possível que seja deste calor anormal de que tanta gente se queixa.
Mas também pode ser da tal crise, ó que porra!
Como é que eu hei de saber? Nunca tive esta idade antes!!!!!
Epá, sei lá!
Sei que ando irritadiça e com vontade de fazer algo "revolucionário". É bem possível que seja deste calor anormal de que tanta gente se queixa.
Mas também pode ser da tal crise, ó que porra!
Como é que eu hei de saber? Nunca tive esta idade antes!!!!!
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Flashes
A vida é feita de pequenos momentos presos uns aos outros com fita-cola.
Só que às vezes o medo impede-nos de aproveitar cada um deles.
Disfarçamos o medo com outras razões - a falta de tempo, os filhos, as responsabilidades, as contas para pagar - embora muitas vezes elas sejam reais e perfeitamente válidas. Mas não sozinhas. O medo une-as e coloca-lhes à frente uma lupa que as torna imensamente maiores.
No fim do rolo, se formos a contar quantos momentos foram de facto vividos, descolarmos os outros e os descartarmos... à maior parte de nós resta-nos um álbum de fotos muito pequeno.
E eu quero um álbum cheio...
Raisparta.
Só que às vezes o medo impede-nos de aproveitar cada um deles.
Disfarçamos o medo com outras razões - a falta de tempo, os filhos, as responsabilidades, as contas para pagar - embora muitas vezes elas sejam reais e perfeitamente válidas. Mas não sozinhas. O medo une-as e coloca-lhes à frente uma lupa que as torna imensamente maiores.
No fim do rolo, se formos a contar quantos momentos foram de facto vividos, descolarmos os outros e os descartarmos... à maior parte de nós resta-nos um álbum de fotos muito pequeno.
E eu quero um álbum cheio...
Raisparta.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Contas finais
Troféu de Campeões do Mundo de Futebol 2010: La Roja
Troféu Bola de Ouro do Campeonato Mundial de Futebol 2010: Diego Forlán
Troféu "Ainda há românticos que não ligam ao facto de estarem em directo e dão um chocho na sua mais-que-tudo": Iker Casillas
É justo.
Troféu Bola de Ouro do Campeonato Mundial de Futebol 2010: Diego Forlán
Troféu "Ainda há românticos que não ligam ao facto de estarem em directo e dão um chocho na sua mais-que-tudo": Iker Casillas
É justo.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Y viva
Podem vir todos os "entendidos" dizer o que quiserem: eu hoje não vou puxar pelos alemães.
"Ah, e tal, os espanhóis venceram-nos, devias querer que perdessem para termos a nossa vingançazinha". Epá! Se estivermos à espera que outros nos vinguem, bem podemos fechar já as portas ao desporto profissional. Vamos lá com amadores (se calhar alguns com mais empenho do que aquilo que se viu) e quando perdermos os outros que nos vinguem.
Claro que me deu uma fúria quando o Villa marcou o golo (epá, és giro e gosto muito da tua forma de jogar mas se pudesse naquele dia estrafegava-te). Também protestei "fora de jogo". Mas tive, como todos os portugueses, que engolir o sapo.
Ganharam porque souberam explorar os nossos erros. Desculpem lá - isso faz parte do saber jogar. Souberam jogar = souberam ganhar. A partir daí... batatas.
David, hoy, por todo lo que te es más sagrado, apuntate un gol a los alemanes para que se caigan de sus alturas - no son dioses y tienen que saberlo. Por eso te pido - DAVID, HACE ESO EN QUE ERES UN DE LOS MEJORES: APÚNTALES DOS, TRES, CUATRO! Te perdonaré tu gol en la meta de Eduardo y aplaudiré tus goles como si fueras portugues! Hoy, David, soy por ti y por La Roja!
"Ah, e tal, os espanhóis venceram-nos, devias querer que perdessem para termos a nossa vingançazinha". Epá! Se estivermos à espera que outros nos vinguem, bem podemos fechar já as portas ao desporto profissional. Vamos lá com amadores (se calhar alguns com mais empenho do que aquilo que se viu) e quando perdermos os outros que nos vinguem.
Claro que me deu uma fúria quando o Villa marcou o golo (epá, és giro e gosto muito da tua forma de jogar mas se pudesse naquele dia estrafegava-te). Também protestei "fora de jogo". Mas tive, como todos os portugueses, que engolir o sapo.
Ganharam porque souberam explorar os nossos erros. Desculpem lá - isso faz parte do saber jogar. Souberam jogar = souberam ganhar. A partir daí... batatas.
David, hoy, por todo lo que te es más sagrado, apuntate un gol a los alemanes para que se caigan de sus alturas - no son dioses y tienen que saberlo. Por eso te pido - DAVID, HACE ESO EN QUE ERES UN DE LOS MEJORES: APÚNTALES DOS, TRES, CUATRO! Te perdonaré tu gol en la meta de Eduardo y aplaudiré tus goles como si fueras portugues! Hoy, David, soy por ti y por La Roja!
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Coisas que mexem cá comigo e me fazem pensar
Algumas difíceis de compreender, como esta.
Gostei particularmente da questão colocada pela mãe... pegando exactamente e de forma, a meu ver, inteligente no argumento "empunhado" pela outra parte.
Outras que me fazem sorrir, como a foto que acompanha o artigo.
Também há as que me fazem abanar a cabeça, como alguns dos comentários feitos na página do jornal. Mostras de tacanhez já não me surpreendem - mas ainda me fazem mossa.
Mas há também as que me enchem de um certo luso-orgulho, em (alguns de) nós e no domínio que algumas pessoas têm da nossa língua-mãe, a ponto de, num tom politicamente muito correcto (ou não fosse este cavalheiro um dos nossos Embaixadores) deixar uma série de apontamentos entrelinhados para quem os souber ler. Uma Carta que dá gosto, pela escrita e pelo conteúdo.
Um abraço, Mathis, Magda e Sérgio.
E cumprimentos ao Embaixador, pela postura e pela carta.
:)
Gostei particularmente da questão colocada pela mãe... pegando exactamente e de forma, a meu ver, inteligente no argumento "empunhado" pela outra parte.
Outras que me fazem sorrir, como a foto que acompanha o artigo.
Também há as que me fazem abanar a cabeça, como alguns dos comentários feitos na página do jornal. Mostras de tacanhez já não me surpreendem - mas ainda me fazem mossa.
Mas há também as que me enchem de um certo luso-orgulho, em (alguns de) nós e no domínio que algumas pessoas têm da nossa língua-mãe, a ponto de, num tom politicamente muito correcto (ou não fosse este cavalheiro um dos nossos Embaixadores) deixar uma série de apontamentos entrelinhados para quem os souber ler. Uma Carta que dá gosto, pela escrita e pelo conteúdo.
Um abraço, Mathis, Magda e Sérgio.
E cumprimentos ao Embaixador, pela postura e pela carta.
:)
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Ideia genial a fingir
E se toda a malta tuga que tem quintas lá no LivroDasCaras começasse a plantar tomates como se não houvesse amanhã?
Será que chegavam para mais uma boa dose de ketchup imaginário?
É que não me importo que seja esquisito, de mochilinha, com o esquerdo, com o direito, com a cabeça, o calcanhar ou sequer com o traseiro!
Quero é que entrem - na baliza deles!
Será que chegavam para mais uma boa dose de ketchup imaginário?
É que não me importo que seja esquisito, de mochilinha, com o esquerdo, com o direito, com a cabeça, o calcanhar ou sequer com o traseiro!
Quero é que entrem - na baliza deles!
terça-feira, 22 de junho de 2010
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Não, não é para a Lídia
... mas não quis alterar as palavras de um Mestre!
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, 1914
Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para o pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente.
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento de mais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento –
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim – à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
Ricardo Reis, 1914
quarta-feira, 16 de junho de 2010
Pequenices
Pequenos momentos.
Pequenos nadas.
Lyrics | Rob Thomas - Little Wonders lyrics
Gostava de ter mais, mas dos bons - momentos e quase-nadas.
E às vezes, de surpresa, pequenas maravilhas.
Coisas que me façam recordar, sorrir, aquecer por dentro.
E sim - neste momento tenho um pequenino sorriso, secreto, ao evocar algumas em particular.
Pequenos nadas.
Lyrics | Rob Thomas - Little Wonders lyrics
Gostava de ter mais, mas dos bons - momentos e quase-nadas.
E às vezes, de surpresa, pequenas maravilhas.
Coisas que me façam recordar, sorrir, aquecer por dentro.
E sim - neste momento tenho um pequenino sorriso, secreto, ao evocar algumas em particular.
terça-feira, 8 de junho de 2010
Amizades
Amigos. Há-os de muitos tipos.
Os mais-conhecidos-que-amigos, que são amigos de amigos;
os "amigos" do Facebook, alguns de quem não conhecemos sequer a cara (nem eles a nossa) mas mesmo assim podem ser uns belos compinchas de jogos;
os amigos de infância/adolescência de quem perdemos um bocado (ou completamente) o contacto quando crescemos;
os amigos-mesmo-amigos de infância ou adolescência que reencontramos de vez em quando e é como se nos tivéssemos visto na véspera (tirando a quantidade de novidades a contar de parte a parte);
os amigos que poderiam-ter-sido-mais-qualquer-coisa-mas-não-foram, fosse qual fosse o motivo;
os amigos próximos, mesmo próximos, que tanto podemos conhecer há vinte anos como há vinte dias.
Temos tanta maneira de "classificar" os amigos... às vezes dentro do mesmo grupo há-os muito diferentes uns dos outros, como os que são bons a desenrascar-nos com algum problema prático e os que não têm jeito nenhum para isso mas são óptimos para nos levantar o astral num dia de neura; aqueles a quem telefonamos para pedir uma opinião sobre um portátil novo ou os que arrastamos atrás para ir comprar livros; os que convidamos para ir a um museu ou os que nos convidam para ir à praia; os que nos dão uma palmadinha nas costas quando algo correu mal e os que choram connosco.
Tudo isto porque deparei com uma frase que me fez sorrir - sim, sobre os amigos. Sobre a distinção entre um bom amigo e um verdadeiro amigo.
"Um bom amigo é aquele que paga a tua fiança se fores preso; um verdadeiro amigo é o que está na prisão sentado ao teu lado dizendo: Hehe, desta vez fizemo-la bonita..."
Acho que me posso considerar uma pessoa emocionalmente rica: tenho amigos de todos os tipos. Muitos.
Isso sabe muito bem... e faz-me sorrir, como hoje.
Os mais-conhecidos-que-amigos, que são amigos de amigos;
os "amigos" do Facebook, alguns de quem não conhecemos sequer a cara (nem eles a nossa) mas mesmo assim podem ser uns belos compinchas de jogos;
os amigos de infância/adolescência de quem perdemos um bocado (ou completamente) o contacto quando crescemos;
os amigos-mesmo-amigos de infância ou adolescência que reencontramos de vez em quando e é como se nos tivéssemos visto na véspera (tirando a quantidade de novidades a contar de parte a parte);
os amigos que poderiam-ter-sido-mais-qualquer-coisa-mas-não-foram, fosse qual fosse o motivo;
os amigos próximos, mesmo próximos, que tanto podemos conhecer há vinte anos como há vinte dias.
Temos tanta maneira de "classificar" os amigos... às vezes dentro do mesmo grupo há-os muito diferentes uns dos outros, como os que são bons a desenrascar-nos com algum problema prático e os que não têm jeito nenhum para isso mas são óptimos para nos levantar o astral num dia de neura; aqueles a quem telefonamos para pedir uma opinião sobre um portátil novo ou os que arrastamos atrás para ir comprar livros; os que convidamos para ir a um museu ou os que nos convidam para ir à praia; os que nos dão uma palmadinha nas costas quando algo correu mal e os que choram connosco.
Tudo isto porque deparei com uma frase que me fez sorrir - sim, sobre os amigos. Sobre a distinção entre um bom amigo e um verdadeiro amigo.
"Um bom amigo é aquele que paga a tua fiança se fores preso; um verdadeiro amigo é o que está na prisão sentado ao teu lado dizendo: Hehe, desta vez fizemo-la bonita..."
Acho que me posso considerar uma pessoa emocionalmente rica: tenho amigos de todos os tipos. Muitos.
Isso sabe muito bem... e faz-me sorrir, como hoje.
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Dúvida que não tira o sono
mas tem todo o potencial para isso.
As pessoas mudam?
O animal humano é capaz de mudar, realmente?
Ou é apenas capaz de mudar algumas das suas atitudes em função do que deseja obter?
E quando muda... seja o core seja apenas a atitude; consegue-se que dure "para sempre"?
As pessoas mudam?
O animal humano é capaz de mudar, realmente?
Ou é apenas capaz de mudar algumas das suas atitudes em função do que deseja obter?
E quando muda... seja o core seja apenas a atitude; consegue-se que dure "para sempre"?
quarta-feira, 26 de maio de 2010
E vão duas
tentativas bem diferentes.
Se derem ambas para o torto (a probabilidade é maior numa do que na outra), ou deixo de me armar em Julius Cesar com as frases ou deixo de atirar dados, que é como quem diz, mandar o barro à parede.
Deixo de perseguir cataratas e fico-me pelos rios e lagos que conheço...
Se derem ambas para o torto (a probabilidade é maior numa do que na outra), ou deixo de me armar em Julius Cesar com as frases ou deixo de atirar dados, que é como quem diz, mandar o barro à parede.
Deixo de perseguir cataratas e fico-me pelos rios e lagos que conheço...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Do fingimento dos poetas
Em meia dúzia de linhas, criamos/recriamos realidades alternativas/virtuais/deslocalizadas no espaço-tempo.
Espraiamos uma dor real espelhando-a na fantasia - impessoalizada; no tempo - deslocada. Até que se torne tão irreal como um sonho. Ou um pesadelo.
Concentramos a dor imaginária nesse espaço/tempo retratado, virando contra ela as baterias da negação.
Negando a dor imaginada, afastamos a dor real, ficcionando-a para recreação, nossa e de outrem.
Por fim, terminado o expurgo, rimo-nos dizendo que tudo é virtual, irreal, imaginário. Rasgando as folhas escritas rasgamos também o retrato ficcionado, ficcionário, lançando-as num vento de alívio, também ele muitas vezes fictício, fingido.
Mas só nós sabemos onde, no meio de tudo isso, se quedou a realidade, mudamente escondida sob o manto da fantasia.
Espraiamos uma dor real espelhando-a na fantasia - impessoalizada; no tempo - deslocada. Até que se torne tão irreal como um sonho. Ou um pesadelo.
Concentramos a dor imaginária nesse espaço/tempo retratado, virando contra ela as baterias da negação.
Negando a dor imaginada, afastamos a dor real, ficcionando-a para recreação, nossa e de outrem.
Por fim, terminado o expurgo, rimo-nos dizendo que tudo é virtual, irreal, imaginário. Rasgando as folhas escritas rasgamos também o retrato ficcionado, ficcionário, lançando-as num vento de alívio, também ele muitas vezes fictício, fingido.
Mas só nós sabemos onde, no meio de tudo isso, se quedou a realidade, mudamente escondida sob o manto da fantasia.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Bah!!!
Eu aqui a preparar o rufar dos tambores para um TA-DAAAAAAAAAAAAAAA triunfal... e fico a saber que afinal vai demorar mais um bocadinho do que o previsto e que já nem era a data inicial mas o segundo adiamento consecutivo.
Já se tem tão pouca coisa com que ficar contentita e ainda por cima toca a afastar um pouco o prémio como um puto sacana a tirar a cenoura da frente do burrico.
Fonha-se, pá! Não há condições!
Já se tem tão pouca coisa com que ficar contentita e ainda por cima toca a afastar um pouco o prémio como um puto sacana a tirar a cenoura da frente do burrico.
Fonha-se, pá! Não há condições!
sexta-feira, 7 de maio de 2010
They're Back!!!!!
Eles estão de volta, eles estão de volta, eles estão de volta!
Markl, fartaste-te de falar deles na Caderneta de Cromos mas o Alvim é que deu a boa notícia!
Eles estão de volta!
Sim!!!!!!
Os míticos SANJO voltaram!!!!!
Markl, fartaste-te de falar deles na Caderneta de Cromos mas o Alvim é que deu a boa notícia!
Eles estão de volta!
Sim!!!!!!
Os míticos SANJO voltaram!!!!!
Alea Jacta Est
Não sou o Julius Cesar mas acho que posso dizer o mesmo.
No fim do prazo à boa maneira 'tuga - mas já vai a caminho.
No fim do prazo à boa maneira 'tuga - mas já vai a caminho.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
A vida
é uma treta.
Quando se pensa que as coisas parecem estar a correr bem, paft! leva-se um sopapo.
Daqueles que nos fazem ver estrelas, mas não das bonitas.
Daqueles que nos fazem sentir que o chão desapareceu sob os nossos pés.
Daqueles que nos fazem questionar uma montanha de coisas - como o que raio andamos aqui a fazer e para que perdemos tempo com mesquinhices.
Daqueles que nos deitam mesmo ao chão e nos tiram toda a vontade de levantar.
Hoje levei um desses sopapos. Caí, vi estrelas, fiquei zonza e sinceramente não tenho vontade de me levantar. Por agora, não.
What's the point?
Life's a bitch.
Quando se pensa que as coisas parecem estar a correr bem, paft! leva-se um sopapo.
Daqueles que nos fazem ver estrelas, mas não das bonitas.
Daqueles que nos fazem sentir que o chão desapareceu sob os nossos pés.
Daqueles que nos fazem questionar uma montanha de coisas - como o que raio andamos aqui a fazer e para que perdemos tempo com mesquinhices.
Daqueles que nos deitam mesmo ao chão e nos tiram toda a vontade de levantar.
Hoje levei um desses sopapos. Caí, vi estrelas, fiquei zonza e sinceramente não tenho vontade de me levantar. Por agora, não.
What's the point?
Life's a bitch.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Crónicas
Era uma menina sossegada. Tinha o riso fácil sem gargalhar, que subia até aos olhos e criava covinhas nas bochechas. Brincava com bonecas ou carrinhos, sem distinção – mas a sua preferência ia sempre para os livros que lhe abriam portas de outras casas, retratos de outras paisagens, vozes de outras gentes.
A menina cresceu. Pouco falava de si e do que pensava, excepto quando as perguntas lhe eram colocadas directamente.
Na escola os professores dividiam-se: uns gostavam da adolescente calada que não perturbava as aulas e só mostrava o que sabia nos testes escritos; outros achavam que isso apenas provava que ela se limitava a estudar para esses mesmos testes sem apre(e)nder de facto a matéria e penalizavam-na na nota final.
O seu riso tornou-se mais reservado, poucas vezes passando além do sorriso, o seu humor tornou-se apreciador da ironia, do sarcasmo, dos subentendidos.
“Humor britânico” era o que lhe atribuíam os colegas que lhe conheciam essa faceta.
Teve os seus amores e desamores como todas as meninas adolescentes. Sofreu em silêncio e desabafou por escrito as dores de crescimento como muitas meninas adolescentes. E à semelhança dessas outras meninas criou-se dentro dela um mundo feito de palavras, cores e sentimentos, que não partilhava com quase ninguém – normalmente só com outras meninas portadoras de mundos similares.
A menina tornou-se mulher. Achando que tudo seria mais fácil, que já não precisaria do seu pequeno mundo, trancou-o. Fez-se à vida adulta de peito feito, acreditou no poder do amor para tudo vencer e foi traída pela sua crença. Uma, duas, várias vezes acreditou – e de todas essas vezes foi derrotada.
Acabou por perceber que, para de facto ter poder, o Amor precisa que dois seres lhe dêem a força necessária para vencer os obstáculos; um não é o suficiente.
Magoada, reabriu o portão do seu mundo secreto, pequeno mas verdejante: de tantas lágrimas engolidas durante anos, tinha rios, e as sombras escondidas no olhar tinham chovido abundantemente sobre os altos e baixos feitos colinas. O seu mundo interior era agora um imenso Mar a redescobrir, sonhos liquefeitos em cambiantes de azul.
Partiu em descoberta, registando em pequenas notas os caminhos que trilhara, as baías onde se abrigara das tempestades, os monstros que lhe tinham tolhido passagens. Via o mundo exterior como uma continuação desse mesmo mar, para cuja exploração as suas notas seriam preciosas.
De vez em quando o mundo interior da menina corria perigo. As águas contidas estalavam em tempestades ensurdecedoras capazes de a fazer perder o controlo. Chorava então, um dia inteiro de choro silencioso ou uma noite inteira de soluços fungados. Ambos, às vezes. Quando a acalmia se impunha, partia de novo então na sua viagem, crendo que iria um dia encontrar o que procurava; a razão da sua partida.
Ao longo dos anos conheceu muitos mundos como o que criara. Uns completamente abertos, outros bastante fechados, outros ainda divididos onde existia sempre uma zona reservada, um domínio proibido. Coloridos, baços, áridos ou florestados, tão variados como os seus criadores.
Acabou por abrir as suas portas a outros viajantes, guardando no entanto para si os locais favoritos: as montanhas escarpadas, o promontório, a ilha e sua torre de marfim. Sítios onde podia isolar-se quando quisesse, ou largar tudo e navegar até ao seu próprio centro. Criou outros mundos (alguns terrivelmente estranhos) para onde viajava a seu bel-prazer, traçando cores novas num imenso arco-íris. Visitou mundos alheios, deixando quase sempre uma pincelada da sua imensa paleta nos livros de visitas.
O tempo foi passando, as notas e cartas de marear acumularam-se bem como as experiências.
A menina, hoje mulher, não perdeu apesar de tudo a vontade de navegar e viaja de olhos postos no céu.
Sabe que o mundo é enorme e sonha que talvez algures, no mar ou entre as estrelas, exista algo ou alguém que torne desnecessária a existência de um mundo secreto para onde fugir, que lhe proporcione forças para construir uma realidade inquebrável, fazendo erguer dos mares do medo uma ilha segura.
Talvez nem valha a pena procurar, porque a menina também aprendeu que mais importante do que o destino é ter coragem para se pôr a caminho. Companhia, se existir, será um bónus... mas a viagem terá que ser sua. Não mais viajará a reboque de outros.
Contra medos e marés, sonha num qualquer amanhecer acostar à última praia acolhedora e deixar-se adormecer sem receio, embalada pelo arrulhar das ondas.
Um dia irá partilhar com o mundo as suas crónicas de viagem - e as cartas de marear.
Espero que seja em breve...
A menina cresceu. Pouco falava de si e do que pensava, excepto quando as perguntas lhe eram colocadas directamente.
Na escola os professores dividiam-se: uns gostavam da adolescente calada que não perturbava as aulas e só mostrava o que sabia nos testes escritos; outros achavam que isso apenas provava que ela se limitava a estudar para esses mesmos testes sem apre(e)nder de facto a matéria e penalizavam-na na nota final.
O seu riso tornou-se mais reservado, poucas vezes passando além do sorriso, o seu humor tornou-se apreciador da ironia, do sarcasmo, dos subentendidos.
“Humor britânico” era o que lhe atribuíam os colegas que lhe conheciam essa faceta.
Teve os seus amores e desamores como todas as meninas adolescentes. Sofreu em silêncio e desabafou por escrito as dores de crescimento como muitas meninas adolescentes. E à semelhança dessas outras meninas criou-se dentro dela um mundo feito de palavras, cores e sentimentos, que não partilhava com quase ninguém – normalmente só com outras meninas portadoras de mundos similares.
A menina tornou-se mulher. Achando que tudo seria mais fácil, que já não precisaria do seu pequeno mundo, trancou-o. Fez-se à vida adulta de peito feito, acreditou no poder do amor para tudo vencer e foi traída pela sua crença. Uma, duas, várias vezes acreditou – e de todas essas vezes foi derrotada.
Acabou por perceber que, para de facto ter poder, o Amor precisa que dois seres lhe dêem a força necessária para vencer os obstáculos; um não é o suficiente.
Magoada, reabriu o portão do seu mundo secreto, pequeno mas verdejante: de tantas lágrimas engolidas durante anos, tinha rios, e as sombras escondidas no olhar tinham chovido abundantemente sobre os altos e baixos feitos colinas. O seu mundo interior era agora um imenso Mar a redescobrir, sonhos liquefeitos em cambiantes de azul.
Partiu em descoberta, registando em pequenas notas os caminhos que trilhara, as baías onde se abrigara das tempestades, os monstros que lhe tinham tolhido passagens. Via o mundo exterior como uma continuação desse mesmo mar, para cuja exploração as suas notas seriam preciosas.
De vez em quando o mundo interior da menina corria perigo. As águas contidas estalavam em tempestades ensurdecedoras capazes de a fazer perder o controlo. Chorava então, um dia inteiro de choro silencioso ou uma noite inteira de soluços fungados. Ambos, às vezes. Quando a acalmia se impunha, partia de novo então na sua viagem, crendo que iria um dia encontrar o que procurava; a razão da sua partida.
Ao longo dos anos conheceu muitos mundos como o que criara. Uns completamente abertos, outros bastante fechados, outros ainda divididos onde existia sempre uma zona reservada, um domínio proibido. Coloridos, baços, áridos ou florestados, tão variados como os seus criadores.
Acabou por abrir as suas portas a outros viajantes, guardando no entanto para si os locais favoritos: as montanhas escarpadas, o promontório, a ilha e sua torre de marfim. Sítios onde podia isolar-se quando quisesse, ou largar tudo e navegar até ao seu próprio centro. Criou outros mundos (alguns terrivelmente estranhos) para onde viajava a seu bel-prazer, traçando cores novas num imenso arco-íris. Visitou mundos alheios, deixando quase sempre uma pincelada da sua imensa paleta nos livros de visitas.
O tempo foi passando, as notas e cartas de marear acumularam-se bem como as experiências.
A menina, hoje mulher, não perdeu apesar de tudo a vontade de navegar e viaja de olhos postos no céu.
Sabe que o mundo é enorme e sonha que talvez algures, no mar ou entre as estrelas, exista algo ou alguém que torne desnecessária a existência de um mundo secreto para onde fugir, que lhe proporcione forças para construir uma realidade inquebrável, fazendo erguer dos mares do medo uma ilha segura.
Talvez nem valha a pena procurar, porque a menina também aprendeu que mais importante do que o destino é ter coragem para se pôr a caminho. Companhia, se existir, será um bónus... mas a viagem terá que ser sua. Não mais viajará a reboque de outros.
Contra medos e marés, sonha num qualquer amanhecer acostar à última praia acolhedora e deixar-se adormecer sem receio, embalada pelo arrulhar das ondas.
Um dia irá partilhar com o mundo as suas crónicas de viagem - e as cartas de marear.
Espero que seja em breve...
quarta-feira, 21 de abril de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
Ainda os nomes
Bom. Fiz uma lista exaustiva de todos os nomes que já me passaram pela ideia e equacionei, ainda que brevemente, usar como título do meu projecto. Depois submeti-a ao crivo de alguns amigos que me conhecem melhor - a mim e aos meus textos - para me darem feedback sobre qual achavam que melhor traduziria as minhas pancas.
De uma página consegui reduzir a coisa a dois. Acho que só decido qual será quando tiver todos os textos escolhidos e puder olhar para a "cara" do projecto - exactamente como fiz para decidir o nome da minha filha ;)
Nota: Brevemente vou ter novidades para contar. Não posso ainda divulgar quais; embora não estejam no segredo dos deuses, articulam-se em três partes distintas mas relacionadas e não quero estragar o efeito. Por isso, só quando tiver essas novidades nas minhas mãos é que conto - embora quem me conhece mais de perto saiba exactamente do que falo...
De uma página consegui reduzir a coisa a dois. Acho que só decido qual será quando tiver todos os textos escolhidos e puder olhar para a "cara" do projecto - exactamente como fiz para decidir o nome da minha filha ;)
Nota: Brevemente vou ter novidades para contar. Não posso ainda divulgar quais; embora não estejam no segredo dos deuses, articulam-se em três partes distintas mas relacionadas e não quero estragar o efeito. Por isso, só quando tiver essas novidades nas minhas mãos é que conto - embora quem me conhece mais de perto saiba exactamente do que falo...
quinta-feira, 1 de abril de 2010
terça-feira, 9 de março de 2010
Dar nomes às coisas
Uma amiga disse-me hoje que um elaborar um livro será algo como um parto - sem a parte da dor.
De facto, um livro é como um filho, mas saído da nossa alma em vez do corpo.
Portanto agora tenho um pequeno dilema: tenho um projecto de "filho" para apresentar a uma editora mas não sei que nome lhe dar. Os amigos que consulto com ideias são tudo menos consensuais. Quero que "o meu menino" tenha um nome mais apelativo do que apenas "Retalhos do Arco-Íris", que convide mãos sensíveis a ler as palavras moldadas no seu interior, as paisagens descritas e os sentimentos pincelados. Quero que quem olhar para ele saiba que mostra as minhas rotas, os meus caminhos, as minhas baías seguras e as costas infestadas de monstros de que me afasto, como velhas Cartas de Marear da minha vida e do meu sentir.
Ainda não achei nenhum que me faça retinir um sininho cá dentro como se dissesse "é mesmo isto!".
E agora?
De facto, um livro é como um filho, mas saído da nossa alma em vez do corpo.
Portanto agora tenho um pequeno dilema: tenho um projecto de "filho" para apresentar a uma editora mas não sei que nome lhe dar. Os amigos que consulto com ideias são tudo menos consensuais. Quero que "o meu menino" tenha um nome mais apelativo do que apenas "Retalhos do Arco-Íris", que convide mãos sensíveis a ler as palavras moldadas no seu interior, as paisagens descritas e os sentimentos pincelados. Quero que quem olhar para ele saiba que mostra as minhas rotas, os meus caminhos, as minhas baías seguras e as costas infestadas de monstros de que me afasto, como velhas Cartas de Marear da minha vida e do meu sentir.
Ainda não achei nenhum que me faça retinir um sininho cá dentro como se dissesse "é mesmo isto!".
E agora?
quarta-feira, 3 de março de 2010
Projectos
A amiga de quem falei no post anterior e à qual por razões de privacidade chamarei agora (até que ela me diga o contrário) Prinçusa Leandra adora escrever. Tenho acompanhado a sua evolução de escrita (meteórica, por sinal) e gosto de brincar aos revisores com ela - que é como quem diz, olhar para um texto em bruto e dizer-lhe o que acho que falta ou está a mais. Coisas como vírgulas ou parágrafos, por exemplo.
Um dia destes a Prinçusa veio falar-me de um concurso. Uma editora propunha-se lançar uma antologia de contos e ilustrações na área do Fantástico, com prémios para os primeiros classificados em cada categoria e tudo. É claro que pensei "Fantástico! Até que enfim alguém dá lugar aos autores desconhecidos!". Ainda pensei em concorrer também - mas, como devem ter calculado pelo ar de abandono que o blog teve até esta manhã, estava total e completamente desinspirada tirando uma ou outra convulsão sináptica que jorrou para o Arco-Íris do lado.
Surgiram vozes contestando a editora (chamando-lhe vanity press e author mill) e a validade do concurso. Mas o concurso foi para a frente e no final de Outubro passado o livro foi lançado. Quase todos os textos submetidos foram publicados - creio que com as ilustrações se passou o mesmo. Perguntei à Prinçusa qual o saldo da experiência: "Negativo. A revisão foi pobre e o preço dos livros foi alto... se soubesse não me tinha metido nisso". Passou a encarar concursos/passatempos com esta tipologia com um pé atrás.
Mas gostou, como eu sei que um dia gostarei, de pegar num livro e ver o seu nome, o seu texto, as suas palavras impressas e à disposição do público. Não como num blog, onde damos as nossas palavras, o nosso tempo e muito do que nos vai cá dentro. Um livro, material, palpável, que outros pagarão para ter. O nosso "trabalho" a ser avaliado, a ser apreciado, a servir de prenda para alguém, a ser lido por quem vai saber o nosso nome - não apenas XR, Mag, Laranja ou Prinçusa Leandra, mas quem somos "lá fora".
Para ti, Prinçusa, o meu voto de que as tuas palavras cheguem aos escaparates das grandes livrarias, que os teus contos sejam lidos à lareira ou nos transportes públicos, oferecidos ao irmão ou à namorada. Sabe-se lá se um dia até fazem um filmucho baseado nas tuas histórias ... olha que acho que gostaria de o ver. ;)
Um dia destes a Prinçusa veio falar-me de um concurso. Uma editora propunha-se lançar uma antologia de contos e ilustrações na área do Fantástico, com prémios para os primeiros classificados em cada categoria e tudo. É claro que pensei "Fantástico! Até que enfim alguém dá lugar aos autores desconhecidos!". Ainda pensei em concorrer também - mas, como devem ter calculado pelo ar de abandono que o blog teve até esta manhã, estava total e completamente desinspirada tirando uma ou outra convulsão sináptica que jorrou para o Arco-Íris do lado.
Surgiram vozes contestando a editora (chamando-lhe vanity press e author mill) e a validade do concurso. Mas o concurso foi para a frente e no final de Outubro passado o livro foi lançado. Quase todos os textos submetidos foram publicados - creio que com as ilustrações se passou o mesmo. Perguntei à Prinçusa qual o saldo da experiência: "Negativo. A revisão foi pobre e o preço dos livros foi alto... se soubesse não me tinha metido nisso". Passou a encarar concursos/passatempos com esta tipologia com um pé atrás.
Mas gostou, como eu sei que um dia gostarei, de pegar num livro e ver o seu nome, o seu texto, as suas palavras impressas e à disposição do público. Não como num blog, onde damos as nossas palavras, o nosso tempo e muito do que nos vai cá dentro. Um livro, material, palpável, que outros pagarão para ter. O nosso "trabalho" a ser avaliado, a ser apreciado, a servir de prenda para alguém, a ser lido por quem vai saber o nosso nome - não apenas XR, Mag, Laranja ou Prinçusa Leandra, mas quem somos "lá fora".
Para ti, Prinçusa, o meu voto de que as tuas palavras cheguem aos escaparates das grandes livrarias, que os teus contos sejam lidos à lareira ou nos transportes públicos, oferecidos ao irmão ou à namorada. Sabe-se lá se um dia até fazem um filmucho baseado nas tuas histórias ... olha que acho que gostaria de o ver. ;)
Xiii... já???
Epá... mudámos de ano e quase nem dei por isso! A sério!
A vida continua mais ou menos na mesma. Alegrias e desilusões, chatices e projectos - uns com pernas para andar outros irremediavelmente arrumados na prateleira (e nem sempre por culpa minha).
Já uma vez tinha dito que não vejo o blog como uma página do twitter. Se me apetecer escrever, escrevo - caso contrário fica a ganhar pó virtual. Não tenho obrigação a não ser comigo mesma, de não sentir que tenho algo a dizer e atirar para o canto. Não sou politicamente correcta. Barafusto, grito e digo asneirolas se estiver francamente irritada. Mando outros condutores brincar com um cone de sinalização quando me obrigam a travar a fundo devido a uma manobra mal feita (deles, claro).
Só que durante todo este tempo ocorreram várias coisas que quero mencionar.
*A mais recente foi a minha sobrinha de cinco anos ter começado a fazer as chamadas "perguntas complicadas"... o que quer dizer que a mãe dela vai ficar a saber o que eu passei quando os meus tiveram essa fase (big evil grin showing up).
*A minha irmã de alma envolveu-se em projectos que a enchem de alegria - e a mim de desmedido orgulho por ter tido o privilégio de acompanhar a gestação desses projectos e sonhos e, ainda que numa escala minúscula, dado o meu apoio ou espicaçado a prosseguir consoante o caso.
*Uma amiga "recente" mas a quem pareço conhecer há décadas (não muitas senão teria andado com ela ao colo ... ai espera, até tenho idade para isso!) conseguiu algo que também quero para mim um dia (ser publicada! estavam a pensar no quê, hum?)
*Comprei uma mesa gráfica que, embora não seja daquelas marcas e modelos todos XPTO-ripipi, faz o que quero, portanto fico contente com isso
*Voltei a um dos meus grandes amores ....... a escrita sái-fái
*Tive uma resposta "mais ou menos positiva" de uma editora aos meus textos do Arco-Íris - agora que implicação/contornos terá essa resposta ainda está para ser visto
*Aprendi coisas novas, algumas sobre mim mesma.
Como vêem, estive ocupada. Já perceberam porque é que não andei a escrever por cá?
A vida continua mais ou menos na mesma. Alegrias e desilusões, chatices e projectos - uns com pernas para andar outros irremediavelmente arrumados na prateleira (e nem sempre por culpa minha).
Já uma vez tinha dito que não vejo o blog como uma página do twitter. Se me apetecer escrever, escrevo - caso contrário fica a ganhar pó virtual. Não tenho obrigação a não ser comigo mesma, de não sentir que tenho algo a dizer e atirar para o canto. Não sou politicamente correcta. Barafusto, grito e digo asneirolas se estiver francamente irritada. Mando outros condutores brincar com um cone de sinalização quando me obrigam a travar a fundo devido a uma manobra mal feita (deles, claro).
Só que durante todo este tempo ocorreram várias coisas que quero mencionar.
*A mais recente foi a minha sobrinha de cinco anos ter começado a fazer as chamadas "perguntas complicadas"... o que quer dizer que a mãe dela vai ficar a saber o que eu passei quando os meus tiveram essa fase (big evil grin showing up).
*A minha irmã de alma envolveu-se em projectos que a enchem de alegria - e a mim de desmedido orgulho por ter tido o privilégio de acompanhar a gestação desses projectos e sonhos e, ainda que numa escala minúscula, dado o meu apoio ou espicaçado a prosseguir consoante o caso.
*Uma amiga "recente" mas a quem pareço conhecer há décadas (não muitas senão teria andado com ela ao colo ... ai espera, até tenho idade para isso!) conseguiu algo que também quero para mim um dia (ser publicada! estavam a pensar no quê, hum?)
*Comprei uma mesa gráfica que, embora não seja daquelas marcas e modelos todos XPTO-ripipi, faz o que quero, portanto fico contente com isso
*Voltei a um dos meus grandes amores ....... a escrita sái-fái
*Tive uma resposta "mais ou menos positiva" de uma editora aos meus textos do Arco-Íris - agora que implicação/contornos terá essa resposta ainda está para ser visto
*Aprendi coisas novas, algumas sobre mim mesma.
Como vêem, estive ocupada. Já perceberam porque é que não andei a escrever por cá?
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