É apenas o desejo que preenche o espaço vazio ao meu lado e no entanto é como se conseguisse sentir-te aqui. Impalpável, mas aqui.
Os lábios entreabrem-se para sussurrar o teu nome e só a noite me escuta. Sei que não virás, que nunca virás, por isso fico-me com o sabor proibido de dizer assim, em surdina, o que calo todos os dias - ainda que já o tenha escrito tantas vezes em letras de variados feitios.
Só a noite me escuta mas o vento não me responde, ainda que ulule por todas as frinchas das janelas, clamando o seu poder e exigindo passagem de forma impiedosa. Estremeço, desejando mais uma vez que aqui estivesses, querendo abraçar-te e ser-te porto de abrigo e conforto contra o vento e a dor.
Recolho-me ao leito frio e segredo uma vez mais o teu nome ao fechar os olhos, invocando o sonho onde irei ao teu encontro dos teus braços - algures num mundo irreal
Adormeço com o teu nome nos lábios, sorrindo.
Corres-me nas veias e a cada batida do coração percorres todo o meu corpo.
Sem o saberes, trago-te comigo. Sempre.
Sem comentários:
Enviar um comentário