terça-feira, 26 de outubro de 2004

Separação

Pelas palavras que nunca disseste
Pelo olhar que lesto desviaste
Pela mão que cedo me retiraste
Deixando a minha, vazia e agreste

Tentei saber porquê, não respondeste
Viraste-me as costas, caminhaste
Por essa senda estreita onde encontraste
Outra mão, que entre as tuas prendeste

Chorei gotas de gelo ardente, então
Pelo que de mim, contigo, levaste
Nada importante, só o coração

Aquele que, como barro, quebraste
Colhi-o, com um sussurro, na mão:
“Repousa agora, tu que tanto amaste”

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