terça-feira, 27 de março de 2012

Farewell


Por muito que o queiramos adiar, chega sempre uma altura qualquer em que nos temos que despedir de alguém ou de algo que acarinhámos: uma velha fotografia, um objecto de infância, um projecto profissional, um sonho pessoal.

Despedirmo-nos custa sempre, e custa à proporção do afecto com que guardámos em nós aquilo que temos que deixar partir. Mas não podemos levar a vida a arrastar algo que já não faz parte do que somos - apenas do que fomos. Há que arranjar espaço para abraçar aquilo que seremos; e para isso temos que deixar ir.

O vazio imperfeito que nos fica depois da decisão incomoda, às vezes dói. A tristeza de termos tido que desistir pode ser profunda e parecer inultrapassável.
Mas se aquilo que guardámos tão junto ao peito foi verdadeiramente rodeado de carinho, chegará o dia em que apenas esse carinho perdurará com a recordação.

E as boas recordações não pesam nem ocupam espaço.
:)

1 comentário:

Daniel C.da Silva disse...

E esta podia ser uma sinopse do outonoa da vida, em que são as recordações que nos mantêm vivos e sorridentes conforme tenhamos mesmo vivido e nao apenas deambulado egoisticamente pela vida...

beijinho. palavras sempre muitíssimo bem conseguidas e articuladas...