Quando liberto a mente e deixo os pensamentos divagar, invariavelmente seguem os passos do coração.
E quando dou por eles estão sentados em silêncio junto ao portão da vereda que leva até ti - como crianças perdidas à procura do caminho de casa.
E é como se fossem crianças que lhes dou a mão para os trazer de volta ao mundo real, palpável, da dor e da luta diárias; mas não sem que os meus olhos se fixem com tristeza nesse portão fechado que não mais se voltará a abrir... esse mesmo caminho por onde o meu coração fugiu.
2 comentários:
"E quando dou por eles estão sentados em silêncio junto ao portão da vereda que leva até ti"
É um texto triste sobretudo no final, como tantas vezes também a vida é triste. "Esse mesmo caminho por onde o meu coração fugiu". Deixa a pesnar...
Um bj amigo
Obrigado pelas palavras, Daniel.
Escrever é, para mim e muita gente, uma forma de expurgar sentimentos que se atropelam. Vejo o acto da escrita como um crivo, quase como uma ETAR, que filtra o turbilhão, prende nas suas malhas o que é pesado e difícil de processar, purificando o resto... transformando-o em memórias que podemos guardar sem dor.
Um abraço :)
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