
És agora um fantasma nos meus dias, intangível presença cujos sinais se evaporaram com um simples clique.
Pelas quatro dimensões que um dia iluminaste alastra-se agora um impalpável mar cinzento cujas ondas imóveis parecem talhadas em pedra.
Quando tento mover-me, tropeço na imponderabilidade da tua ausência e agarro-me ao único vestígio sólido que me ficou, para evitar cair no vazio que deixaste; o mesmo de onde as memórias recusam aproximar-se com receio de desaparecerem também.
Desvaneceram-se para ti todos os meus ecos, sugados pelo buraco negro que criaste ao franzir o espaço-tempo onde por breves momentos existi na tua vida.
Tornei-me invisível ao teu espectrómetro.
Nunca se regressa de um buraco negro, pois não?
Sem comentários:
Enviar um comentário