O sítio onde os meus pensamentos se transformam em palavras ... e onde os colo conforme me dá na telha
terça-feira, 23 de outubro de 2012
A vida, a esperança, o futuro
Será que quando nascemos já trazemos o itinerário traçado? Os sítios onde haveremos de ir, cabendo-nos a nós escolher a rota e a forma de lá chegar?
Uns vão de concorde, foguete, maglev, whatever, chegam, assunto resolvido, karma saldado e pronto; outros levam tempo, perdem-se, enganam-se, tentam não ir àquele sítio ou ignorar que mais tarde ou mais cedo vão ter que passar por lá, mesmo que numa outra vivência.
Será que quando nascemos já trazemos marcadas as doses do que iremos ter? Quanto de amor, quanto de carinho, quanto de frustração, dor ou alegria? E será que se soubéssemos de antemão quanto do quê nos está reservado viveríamos de outra forma? Desistiríamos antes do tempo, talvez, se achássemos que as doses do que é negativo ou menos bom seriam demasiado para suportarmos?
Será que perderíamos a esperança se soubéssemos que já tínhamos vivido todo o amor, carinho e alegria a que tínhamos direito nesta vida? Ou será que faríamos finca-pé de resistir e tentar reverter as possibilidades, trocar as cartas que nos foram dadas como quem tenta nova mão no poker?
Não sabemos. Nada. O futuro é uma incógnita, por mais que queiramos conhecê-lo, por mais que nos anunciem que no-lo vão revelar a troco de algumas notas. E talvez não o saibamos para nossa própria protecção, para que continuemos a tentar, para que não percamos a esperança de que um dia vamos (voltar a) ser felizes, por fim.
sábado, 16 de junho de 2012
Funambular
Viver o dia-a-dia como se andasse sobre uma corda bamba cansa.
Fisicamente, porque se tem que manter uma força e um equilíbrio tremendos para não cair.
Mentalmente porque vive em nós o receio de que não haja rede de segurança lá em baixo. E pior ainda quando sabemos que não há mesmo.
domingo, 3 de junho de 2012
domingo, 27 de maio de 2012
&
I have wasted years of my life
Agonizing up at the fires
It started when I thought that to be strong you must be flame retardant
And I may be romantic
And I may risk my life for it
But I ain't gonna die for you
You know I ain't no Juliet
And I'm not gonna watch you wanna burn yourself out baby
No I'm not gonna stop you
Cause I'm not the one that's crazy, yeah
I'm not the one that's crazy, yeah
I'm not the one that's crazy…
quarta-feira, 23 de maio de 2012
525,600 moments
To a very, very dear & close friend, this.song.is.me :)
This is also what friends are about - to see, in us, something beautiful we never thought was there. Some will say nice things to make us feel better. But not her - she is a true friend, a sincere and honest one, and she doesn't believe in white lies.
So, maybe... maybe this is me, somehow. And to think of it warms my soul.
(i.heart.thee.A.N.!)
Five hundred twenty-five thousand six hundred minutes
Five hundred twenty-five thousand moments so dear
Five hundred twenty-five thousand six hundred minutes
How do you measure, measure a year?
In daylights, in sunsets, in midnights
In cups of coffee
In inches, in miles, in laughter, in strife.
In five hundred twenty-five thousand six hundred minutes
How do you measure a year in the life?
How about love?
How about love?
How about love? Measure in love
Seasons of love. Seasons of love
Five hundred twenty-five thousand six hundred minutes
Five hundred twenty-five thousand journeys to plan
Five hundred twenty-five thousand six hundred minutes
How do you measure the life of a woman or a man?
In truths that she learned,
Or in times that he cried
In bridges he burned,
Or the way that she died.
It's time now to sing out,
Tho' the story never ends
Let's celebrate
Remember a year in the life of friends
Remember the love!
Remember the love!
Seasons of love!
Oh you got to got to
Remember the love!
You know that love is a gift from up above
Share love, give love spread love
Measure, measure your life in love.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Desabafos
A suprema felicidade não é um mito. Acontece é que é diferente para cada pessoa, o próprio conceito e a ideia do que nos poderia proporcionar tal coisa. E para além disso, toda a ideia pode mudar com o tempo e a vivência de cada um.
Eu sei o que me faria a mim feliz, neste momento. Sei o lugar onde encontraria essa felicidade.
Mas ir até lá não depende apenas da minha pessoa...
Dito isto, deu-me de repente uma daquelas vontades que não sabemos como é que aparecem nem de onde vêm até nos acertarem na fronha (pensando bem, até tenho uma ideia de onde veio: li algo há bocado que contribuiu para isso).
Subitamente apeteceu-me beber moscatel.
domingo, 20 de maio de 2012
É ou não é?
"O amor é o medo de que possa não ser e a certeza de que só pode ser. O amor não é; o amor só pode ser." (Pedro Chagas Freitas)
Às vezes indagamo-nos: "Será?". E a resposta está mesmo aí.
Se não temos a certeza, então não é.
sábado, 19 de maio de 2012
(others' words)
O joy! that in our embers
Is something that doth live,
That nature yet remembers
What was so fugitive!
The thought of our past years in me doth breed
Perpetual benediction: not indeed
For that which is most worthy to be blest;
Delight and liberty, the simple creed
Of Childhood, whether busy or at rest,
With new-fledged hope still fluttering in his breast: -
Not for these I raise
The song of thanks and praise;
But for those obstinate questionings
Of sense and outward things,
Fallings from us, vanishings;
Blank misgivings of a Creature
Moving about in worlds not realised,
High instincts before which our mortal Nature
Did tremble like a guilty Thing surprised:
But for those first affections,
Those shadowy recollections,
Which, be they what they may,
Are yet the fountain-light of all our day,
Are yet a master-light of all our seeing;
Uphold us, cherish, and have power to make
Our noisy years seem moments in the being
Of the eternal Silence: truths that wake,
To perish never;
Which neither listlessness, nor mad endeavor,
Nor Man nor Boy,
Nor all that is at enmity with joy,
Can utterly abolish or destroy!
Hence in a season of calm weather
Though inland far we be,
Our Souls have sight of that immortal sea
Which brought us hither,
Can in a moment travel thither,
And see the Children sport upon the shore,
And hear the mighty waters rolling evermore.
(William Wordsworth, "Ode: Intimations of Immortality" - IX)
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Unwriting
“I believed that I wanted to be a poet, but deep down I just wanted to be a poem”
("Yo creía que quería ser poeta, pero en el fondo quería ser poema...") Jaime Gil de Biedma (1929-1990)
I...
I wanted to be a word
so I could dance in your mouth
between the teeth and the velvet of your liquid tongue
before slipping out to the air
I...
I wanted to be a sound
not the haunting voice
of the mermaid
not the deep roar of the thunder but the soft, hidden, rhythmic thump-thumping of your heartbeat I...
I want to be a poem
your poem, your very own
that shall never be written
for every poem, before
being captured by words
is born in the poet's heart
So, make me your poem
and never write me
so I can live in your heart forever
I...
I wanted to be a word
so I could dance in your mouth
between the teeth and the velvet of your liquid tongue
before slipping out to the air
I...
I wanted to be a sound
not the haunting voice
of the mermaid
not the deep roar of the thunder but the soft, hidden, rhythmic thump-thumping of your heartbeat I...
I want to be a poem
your poem, your very own
that shall never be written
for every poem, before
being captured by words
is born in the poet's heart
So, make me your poem
and never write me
so I can live in your heart forever
domingo, 13 de maio de 2012
Em repeat
If you've been hiding from love
If you've been hiding from love
I can understand where you're coming from
I can understand where you're coming from
If you've suffered enough
If you've suffered enough
I can understand what you're thinking of
I can see the pain that you're frightened of
-_-
quarta-feira, 9 de maio de 2012
HBD
Há um desconforto que não consigo identificar, um cansaço quase extremo que se alastra ao espírito e faz com que qualquer esforço, físico ou mental, pareça para além das minhas forças.
É como se um manto de desalento me cobrisse e tolhesse o corpo - este corpo que não sinto como meu.
Há muito tempo, acreditava que corpo e mente formavam um único elemento. Levou muito tempo mas habituei-me ao conceito de duas entidades unas mas independentes - como se imagina que seja a perfeita união de dois amantes. Já não estranho (ainda que não compreenda nem goste) estar a funcionar, ultimamente, em piloto automático. Meras rotinas - (sobre)viver.
Estou cansada de fingir uma normalidade que não é minha.
Ajo como é suposto agir, falo como é suposto falar, rio quando é suposto rir. Mas são (re)acções sem sensações, apenas o que esperam de mim - não aquilo que realmente sou atrás da imagem que vêem.
Sou muito mais do que pensam - e ninguém me compreende. Tentam, mas quedam-se longe, muito longe da realidade.
Um dia desabafei dizendo que todos estamos aqui de passagem, que os meus dias estão contados, que anseio deixar a terra como acabará por acontecer. Foi um erro. Primeiro pensaram que eu tinha uma doença terminal. Depois suspeitaram de uma tentativa de suicídio e quiseram medicar-me, psicanalisar-me, internar-me. Como poderia então contar-lhes quem sou, falar-lhes do ser alado e ardente com que me identifico interiormente?
Aprendi a calar-me, a não desabafar, a não partilhar o que penso e/ou sinto. Afasto-me das pessoas, inventando afazeres. O convívio custa; a incompreensão é um fardo.
Perguntam-me se estou bem mas evito responder. Da minha boca saem palavras quando gostaria de expelir labaredas... acabo por sorrir de uma forma tão enviesada que se transforma num esgar de insatisfação, quase desprezo por este corpo com que me arrasto.
Ao anoitecer, no terraço, recosto-me a olhar para as estrelas.
Deixo-me invadir pela saudade e de olhos molhados conto os dias que faltam para o fim do meu tempo aqui.
Fecho os olhos.
Não é fácil estar a mais de cem anos-luz de casa.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
[Sigh]
Estes últimos dias têm sido de loucos. Correrias, papeladas, números, impostos. Trabalhar em quatro softwares diferentes, coordenando a transição e parametrização de dois deles. Horas em ligação remota com um servidor a 300km. Debater opções. Combater resistências - de quem quer continuar a deter algum controlo sozinho e de quem apenas não está habituado a um método diferente daquele que usou durante dez anos.
Estou tão cansada...
quarta-feira, 2 de maio de 2012
This... what do you call it?
This Love
This love is a strange love
A faded kind of
Day love
This love
This Love
I think I'm going to fall again
And even when you held my hand
It didn't mean a thing
This Love
This love
Now rehearsed we stay, love
Doesn't know it is love
This love
This Love
Doesn't have to feel love
Doesn't need to be love
Doesn't need a thing
This love
This love
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Oh ffs!!!
Quando achamos que já suportámos o que podíamos suportar e que finalmente há uma luz ao fundo, a silver lining in the cloud, a vida encarrega-se de nos pregar mais uma rasteira.
E a seguir atira-nos um balde de água fria em cima.
Aquela velha história de que quando se fecha uma porta se abre uma janela? Ninguém nos avisa do comprimento do corredor até lá! E é escuro p'ra caramba :(
Oh ffs!!!
sábado, 28 de abril de 2012
From the edge
... of the deep green sea
i wish i could just stop
i know another moment will break my heart
too many tears
too many times
too many years i've cried for you
it's always the same
wake up in the rain
head in pain
hung in shame
a different name
same old game
love in vain
and miles and miles and miles and miles and miles
away from home again...
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Zero
A simple tale.
How long can one stand against prejudice and disdain?
How strong must one be to endure being different?
How big must a heart be to hold enough hope and survive when everyone else is against you?
Would you be this strong?
Take a good look at yourself: we're all zeros in one way or another.
Can love really make a difference?
I hope so.
Love FTW :)
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Breve instante
Um instante.
Breve - por isso há coisas que são instantâneas.
Doce - por isso há coisas que queremos que durem para sempre.
Azul - um intervalo no cinzento dos dias.
Um sonho no silêncio para além do olhar.
Alguns sonhos calam-se... adormecem... desfalecem.
Alguns sonhos morrem na espuma da alvorada...
Uma palavra e desvanecem-se no infinito.
Mar - azul de sonhos liquefeitos. Breves.
O intervalo acaba. O instante não volta mais.
A realidade continua dentro de momentos.
terça-feira, 24 de abril de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
A golden memory
Ou como uma canção da Alanis
You've been my golden best friend
Now with post-demise at hand
Can't go to you for consolation
Cause we're off limits during this transition
me recordou outra, que em tempos teve muito significado.
Memories exist to be remembered. They cannot be relived.
I want to create new golden memories to treasure in the future.
Can we?
You've been my golden best friend
Now with post-demise at hand
Can't go to you for consolation
Cause we're off limits during this transition
me recordou outra, que em tempos teve muito significado.
Memories exist to be remembered. They cannot be relived.
I want to create new golden memories to treasure in the future.
Can we?
e sonhar
No post anterior falei sobre a importância/necessidade de analisarmos os nossos desejos/sonhos, o que nos motiva, o que nos leva a continuar. Para nosso próprio equilíbrio, é conveniente analisar e distinguir aqueles que valem a pena tentar alcançar dos que são apenas miragens em que perdemos tempo e com que nos arriscamos a sair magoados.
Acontece que não somos perfeitos. Ninguém é.
Guardamos sempre num lugar recôndito do coração um sonho que nos é mais querido do que todos os outros, por muito impossível que possa ser. Uma carreira de que se desistiu, um projecto que nunca se iniciou, um amor que se perdeu.
São estes que nos lembram a incontornável questão de sermos humanos.
Falíveis, anónimos ou gloriosos - sempre com sentimentos.
São estes os mais preciosos, os que nos doem mas ao mesmo tempo nos fazem ter noção de estarmos vivos - e nos afastam da mente a certeza de que um dia "todos esses momentos se perderão no tempo... como lágrimas à chuva".
Acontece que não somos perfeitos. Ninguém é.
Guardamos sempre num lugar recôndito do coração um sonho que nos é mais querido do que todos os outros, por muito impossível que possa ser. Uma carreira de que se desistiu, um projecto que nunca se iniciou, um amor que se perdeu.
São estes que nos lembram a incontornável questão de sermos humanos.
Falíveis, anónimos ou gloriosos - sempre com sentimentos.
São estes os mais preciosos, os que nos doem mas ao mesmo tempo nos fazem ter noção de estarmos vivos - e nos afastam da mente a certeza de que um dia "todos esses momentos se perderão no tempo... como lágrimas à chuva".
Sonhar
Vejo ao meu redor uma "onda positiva" de gente que tenta incentivar os outros a encontrar-se, a encontrar o seu lugar no mundo, a alinhar-se com a energia do Universo e a dar o seu melhor. É lógico, e bem o sabemos, que entre os que acreditam que estão a fazer isso para o bem do próprio ser - e, por extensão, à humanidade como um todo - há os que têm como primeiro objectivo ganhar dinheiro. É uma troca: enchem-nos de esperança enquanto lhes enchemos os bolsos.
Mas não falemos disso agora.
Uns e outros dizem-nos que não devemos renegar o nosso potencial, que é um dever perante nós próprios maximizar aquilo que somos capazes de fazer. Realizar-nos e com isso tornarmo-nos (mais) felizes, espalhar essa felicidade em redor criando uma onda que se alastra como a ondulação causada pela queda de uma pedrinha na água.
É-nos dito que não devemos desistir de perseguir os nossos sonhos. Mas poucos nos relembram que devemos analisar esses mesmos sonhos e ver se se trata de algo que sejamos capazes de obter pelos nossos próprios esforços. Ter sonhos, desejos, ambições, não exclui ser realista.
Um exemplo? Posso sonhar tudo o que quiser mas nunca serei uma top model. E quando digo isto não me respondam "com força de vontade consegues dominar o teu corpo e perder esse peso a mais, ó badocha"; a força de vontade e a atitude positiva nunca me farão crescer 10 cm... nem a mim nem a ninguém. (E não, nunca sonhei ser top model!)
Temos que parar para pensar naquilo que desejamos, que sonhamos conseguir/ter. Há coisas que pura e simplesmente não são para nós, por um ou outro motivo. Analisá-las racionalmente, reconhecê-las e afastá-las não é desistir: é abrir espaço para sonhos e desejos que sejamos realmente capazes de alcançar.
Um guerreiro experiente não desperdiça as suas energias em qualquer escaramuçazita.
Um bom guerreiro guarda as suas forças para algo pelo qual valha realmente a pena lutar. Difícil é, por vezes, descobrir qual é esse algo.
Pensem nisso ;)
Mas não falemos disso agora.
Uns e outros dizem-nos que não devemos renegar o nosso potencial, que é um dever perante nós próprios maximizar aquilo que somos capazes de fazer. Realizar-nos e com isso tornarmo-nos (mais) felizes, espalhar essa felicidade em redor criando uma onda que se alastra como a ondulação causada pela queda de uma pedrinha na água.
É-nos dito que não devemos desistir de perseguir os nossos sonhos. Mas poucos nos relembram que devemos analisar esses mesmos sonhos e ver se se trata de algo que sejamos capazes de obter pelos nossos próprios esforços. Ter sonhos, desejos, ambições, não exclui ser realista.
Um exemplo? Posso sonhar tudo o que quiser mas nunca serei uma top model. E quando digo isto não me respondam "com força de vontade consegues dominar o teu corpo e perder esse peso a mais, ó badocha"; a força de vontade e a atitude positiva nunca me farão crescer 10 cm... nem a mim nem a ninguém. (E não, nunca sonhei ser top model!)
Temos que parar para pensar naquilo que desejamos, que sonhamos conseguir/ter. Há coisas que pura e simplesmente não são para nós, por um ou outro motivo. Analisá-las racionalmente, reconhecê-las e afastá-las não é desistir: é abrir espaço para sonhos e desejos que sejamos realmente capazes de alcançar.
Um guerreiro experiente não desperdiça as suas energias em qualquer escaramuçazita.
Um bom guerreiro guarda as suas forças para algo pelo qual valha realmente a pena lutar. Difícil é, por vezes, descobrir qual é esse algo.
Pensem nisso ;)
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Máscara
Ser forte é lixado.
Não estou a falar de fisicamente forte - normalmente isso dá imenso jeito, a menos que essa força implique que se tenha dedos como pequenos troncos, o que dificulta imenso quando se tem que apanhar algo que caiu num espaço estreitinho.
Estou a falar da força psicológica, de ânimo, de alma, de espírito, o que lhe quiserem chamar. Aquilo que faz com que não desistamos à primeira contrariedade nem à segunda. Aquilo que nos dá energia para levantar depois de uma noite mal dormida. Aquilo que nos impele para a frente quando a vontade é ficar sentado com a cabeça entre as mãos.
Sim, ser forte é lixado. Toda a gente se habitua a pensar que a nossa força é inquestionável, incontornável, que nada nos deita abaixo.
Acredito que talvez existam pessoas assim, sem momentos de fraqueza.
Mas não me parece que seja isso que se passa com a maioria das pessoas ditas "fortes". Temos momento menos bons e por vezes duvidamos de que sejamos capazes de chegar onde queremos ou conseguir o que temos que fazer.
Às vezes temos trezentas coisas a correr mal na nossa vida ao mesmo tempo mas não queremos dar parte de fracos. Porque há quem conte com a nossa força para se amparar, para acreditar que também será capaz de dar a volta, de continuar em frente - mais um passo, mais uma tarefa, mais um dia. Porque temos que dar o exemplo aos filhos de que não se deve desistir quando algo correu mal da primeira vez - mesmo que não seja a primeira mas a enésima; mas eles não precisam de saber dessa parte. Só precisam de saber, pelo exemplo, que devemos continuar a tentar.
Ser forte é lixado.
Porque quando estamos em baixo às vezes estamos mesmo em baixo - e de tão habituados que estão a ver-nos respirar fundo, endireitar as costas e continuar, os outros não se apercebem de que naquele momento só nos apetece enrolar numa bola e fingir que o mundo e todos os seus problemas entraram em animação suspensa até reencontrarmos a força para os enfrentar.
Ser forte é lixado.
Colocamos uma máscara que não deixe ver o quão fracos, de facto, por vezes nos sentimos e atribuímos o desânimo ao cansaço físico para que os outros sintam que também serão capazes de ser fortes e continuar apesar das contrariedades. Mesmo que por trás dessa máscara sintamos que estamos a morrer por dentro - porque é contra a nossa natureza atirarmo-nos para o chão a gritar e choramingar que já não somos capazes de prosseguir.
Ser forte é lixado e chega a ser solitário.
Porque todos se habituam a que sejamos nós a estender a mão a quem está em baixo dizendo "Não desistas, vais conseguir!"; mas quando somos nós a chegar a um ponto em que não sabemos como ou por onde continuar, ninguém pensa que naquele momento somos nós que precisamos de apoio - à excepção de quem nos conheça tão bem, tão bem, tão bem que vislumbre as lágrimas atrás do sorriso, a fraqueza por baixo da máscara da força - e nos dê um abraço em silêncio. Um simples abraço.
Por vezes isso faz toda a diferença.
Não estou a falar de fisicamente forte - normalmente isso dá imenso jeito, a menos que essa força implique que se tenha dedos como pequenos troncos, o que dificulta imenso quando se tem que apanhar algo que caiu num espaço estreitinho.
Estou a falar da força psicológica, de ânimo, de alma, de espírito, o que lhe quiserem chamar. Aquilo que faz com que não desistamos à primeira contrariedade nem à segunda. Aquilo que nos dá energia para levantar depois de uma noite mal dormida. Aquilo que nos impele para a frente quando a vontade é ficar sentado com a cabeça entre as mãos.
Sim, ser forte é lixado. Toda a gente se habitua a pensar que a nossa força é inquestionável, incontornável, que nada nos deita abaixo.
Acredito que talvez existam pessoas assim, sem momentos de fraqueza.
Mas não me parece que seja isso que se passa com a maioria das pessoas ditas "fortes". Temos momento menos bons e por vezes duvidamos de que sejamos capazes de chegar onde queremos ou conseguir o que temos que fazer.
Às vezes temos trezentas coisas a correr mal na nossa vida ao mesmo tempo mas não queremos dar parte de fracos. Porque há quem conte com a nossa força para se amparar, para acreditar que também será capaz de dar a volta, de continuar em frente - mais um passo, mais uma tarefa, mais um dia. Porque temos que dar o exemplo aos filhos de que não se deve desistir quando algo correu mal da primeira vez - mesmo que não seja a primeira mas a enésima; mas eles não precisam de saber dessa parte. Só precisam de saber, pelo exemplo, que devemos continuar a tentar.
Ser forte é lixado.
Porque quando estamos em baixo às vezes estamos mesmo em baixo - e de tão habituados que estão a ver-nos respirar fundo, endireitar as costas e continuar, os outros não se apercebem de que naquele momento só nos apetece enrolar numa bola e fingir que o mundo e todos os seus problemas entraram em animação suspensa até reencontrarmos a força para os enfrentar.
Ser forte é lixado.
Colocamos uma máscara que não deixe ver o quão fracos, de facto, por vezes nos sentimos e atribuímos o desânimo ao cansaço físico para que os outros sintam que também serão capazes de ser fortes e continuar apesar das contrariedades. Mesmo que por trás dessa máscara sintamos que estamos a morrer por dentro - porque é contra a nossa natureza atirarmo-nos para o chão a gritar e choramingar que já não somos capazes de prosseguir.
Ser forte é lixado e chega a ser solitário.
Porque todos se habituam a que sejamos nós a estender a mão a quem está em baixo dizendo "Não desistas, vais conseguir!"; mas quando somos nós a chegar a um ponto em que não sabemos como ou por onde continuar, ninguém pensa que naquele momento somos nós que precisamos de apoio - à excepção de quem nos conheça tão bem, tão bem, tão bem que vislumbre as lágrimas atrás do sorriso, a fraqueza por baixo da máscara da força - e nos dê um abraço em silêncio. Um simples abraço.
Por vezes isso faz toda a diferença.
Só amizade
Tenho escrito muito sobre a amizade e o seu valor.
Um assunto que não abordei foi o da amizade entre pessoas do sexo oposto. Para mim amigos são amigos, quase como se fossem assexuados. É certo que os assuntos de conversa podem ser diferentes (não vou perguntar ao R. onde é que compro umas sabrinas giras nem peço à M. uma opinião sobre um filme de um género que sei que ela não aprecia) mas, sendo amigos, dá para falar de quase tudo com uns e outros.
Hoje, ao ler mais um tópico no blog do Fernando Alvim percebi que, pessoalmente, não tenho que me preocupar com esse assunto. É que, segundo ele, os homens têm uma visão muito particular sobre a a amizade com uma mulher: "se uma mulher for bonita, bem feita e com uma personalidade admirável, a amizade não é a primeira coisa que nos passa pela cabeça."
Não será uma verdade indiscutível, até porque nos blogs escrevemos o que nos dá na real gana e mai' nada. Mas se até fosse, eu e outras mulheres que não encaixam naqueles adjectivos poderíamos estar descansadas: os nossos amigos (masculinos) só querem mesmo a nossa amizade.
E quando é isso que nos interessa, não há confusões.
Um assunto que não abordei foi o da amizade entre pessoas do sexo oposto. Para mim amigos são amigos, quase como se fossem assexuados. É certo que os assuntos de conversa podem ser diferentes (não vou perguntar ao R. onde é que compro umas sabrinas giras nem peço à M. uma opinião sobre um filme de um género que sei que ela não aprecia) mas, sendo amigos, dá para falar de quase tudo com uns e outros.
Hoje, ao ler mais um tópico no blog do Fernando Alvim percebi que, pessoalmente, não tenho que me preocupar com esse assunto. É que, segundo ele, os homens têm uma visão muito particular sobre a a amizade com uma mulher: "se uma mulher for bonita, bem feita e com uma personalidade admirável, a amizade não é a primeira coisa que nos passa pela cabeça."
Não será uma verdade indiscutível, até porque nos blogs escrevemos o que nos dá na real gana e mai' nada. Mas se até fosse, eu e outras mulheres que não encaixam naqueles adjectivos poderíamos estar descansadas: os nossos amigos (masculinos) só querem mesmo a nossa amizade.
E quando é isso que nos interessa, não há confusões.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Por vezes
... sem se dar por isso
... sem sequer se saber porquê
All that we needed tonight
Are people who love us and like
I know how it feels to need
Oh when we leave here, you'll see
Open to everything happy and sad
Seeing the good when it's all going bad
Seeing the sun when I can't really see
Hoping the sun will at least look at me
Focus on everything better today
All that I needed I never could say
Hold on to people, they're slipping away
Hold on to this while it's slipping away
... sem sequer se saber porquê
All that we needed tonight
Are people who love us and like
I know how it feels to need
Oh when we leave here, you'll see
Open to everything happy and sad
Seeing the good when it's all going bad
Seeing the sun when I can't really see
Hoping the sun will at least look at me
Focus on everything better today
All that I needed I never could say
Hold on to people, they're slipping away
Hold on to this while it's slipping away
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Gatices
Sou uma cat person.
Também gosto de cães (mais de umas raças do que outras) mas sou mesmo, mesmo uma pessoa que gosta de gatos.
Gosto de gatos bebés
de gatos mais ou menos "farfalhudos"
e gatos... simplesmente gatos
Gosto do facto de serem independentes - alimentam-se sozinhos sem fazer grande bagunça e não precisam de ser passeados - mas mesmo assim gostarem de colinho, de se aninhar, de dar marradinhas, de dormirem enroscados junto de nós.
Gostam de ter o "seu tempo"... e de partilhar o nosso. Sabe bem chegar a casa e encontrar um gato feliz por nos ver, sem no entanto nos atabafar (embora possa fazer-nos cair por se roçar tanto nas nossas pernas que se ensarilha nelas). Não andam constantemente "agrafados" aos donos mas à hora de deitar lá estão eles.
Um gato é fiel - à sua maneira especial. Tem espaço e dá-nos espaço. Recebe e devolve carinho.
Sim, gosto muito de gatos - mesmo às riscas ;)
Também gosto de cães (mais de umas raças do que outras) mas sou mesmo, mesmo uma pessoa que gosta de gatos.
Gosto de gatos bebés
de gatos mais ou menos "farfalhudos"
e gatos... simplesmente gatos
Gosto do facto de serem independentes - alimentam-se sozinhos sem fazer grande bagunça e não precisam de ser passeados - mas mesmo assim gostarem de colinho, de se aninhar, de dar marradinhas, de dormirem enroscados junto de nós.
Gostam de ter o "seu tempo"... e de partilhar o nosso. Sabe bem chegar a casa e encontrar um gato feliz por nos ver, sem no entanto nos atabafar (embora possa fazer-nos cair por se roçar tanto nas nossas pernas que se ensarilha nelas). Não andam constantemente "agrafados" aos donos mas à hora de deitar lá estão eles.
Um gato é fiel - à sua maneira especial. Tem espaço e dá-nos espaço. Recebe e devolve carinho.
Sim, gosto muito de gatos - mesmo às riscas ;)
domingo, 15 de abril de 2012
Here
And I feel your warmth
And it feels like home
And I feel your warmth
And it feels like home
Here is the house
Where it all happens
Those tender moments
Under this roof
Body and soul come together
As we come closer together
And as it happens
It happens here in this house
sábado, 14 de abril de 2012
Um dia é da zebra e outro...
As zebras não são apenas "cavalos em pijama". O padrão que as torna tão distintas é o mesmo que lhes dá algum grau de protecção contra predadores fortes, esfomeados e como tal implacáveis.
Quando correm para fugir a um predador, as zebras não optam por uma corrida em linha recta, o que, por uma lógica linear, pareceria fazer mais sentido porque lhes permitiria ganhar mais distância. Mas isto não resultaria com uma chita: enquanto a zebra pode atingir 65 km/hora em corrida, a chita ultrapassa facilmente os 100 km/hora.
As zebras correm em ziguezague à frente do predador, confundindo-o: as listas fazem parecer que a zebra vai numa direcção e ela inflecte para a outra. Isto faz com que o predador perca algum tempo a corrigir a direcção, permitindo à zebra ganhar um pouco de distância e até defender-se com um forte coice.
Só que nem sempre isto funciona, e é exactamente isso que providencia o equilíbrio na natureza. Se os predadores apanhassem todas as zebras, elas extinguir-se-iam; se elas conseguissem sempre escapar, poderia haver uma superpopulação que sobrecarregasse fortemente os recursos alimentares, afectando inclusive outras espécies que partilhassem a mesma dieta.
"Um dia é da caça, outro do caçador" (ou, um dia é da zebra e outro da leoa)
Viva o equilíbrio :)
Quando correm para fugir a um predador, as zebras não optam por uma corrida em linha recta, o que, por uma lógica linear, pareceria fazer mais sentido porque lhes permitiria ganhar mais distância. Mas isto não resultaria com uma chita: enquanto a zebra pode atingir 65 km/hora em corrida, a chita ultrapassa facilmente os 100 km/hora.
As zebras correm em ziguezague à frente do predador, confundindo-o: as listas fazem parecer que a zebra vai numa direcção e ela inflecte para a outra. Isto faz com que o predador perca algum tempo a corrigir a direcção, permitindo à zebra ganhar um pouco de distância e até defender-se com um forte coice.
(imagem copiada daqui)
Só que nem sempre isto funciona, e é exactamente isso que providencia o equilíbrio na natureza. Se os predadores apanhassem todas as zebras, elas extinguir-se-iam; se elas conseguissem sempre escapar, poderia haver uma superpopulação que sobrecarregasse fortemente os recursos alimentares, afectando inclusive outras espécies que partilhassem a mesma dieta.
"Um dia é da caça, outro do caçador" (ou, um dia é da zebra e outro da leoa)
Viva o equilíbrio :)
sexta-feira, 13 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
A tempo
Por vezes, o que se interpõe entre a nossa cabeça e uma parede é uma mão cheia de palavras certeiras.
Mesmo que pareçam ter vindo de um advogado do diabo.
Tudo conta: o efeito e a intenção.
Neste caso, ambos muito bons.
O dia foi terrível mas consigo sorrir novamente.
Reposição de bola em campo.
Preparo a raquete...
Game: ON.
Mesmo que pareçam ter vindo de um advogado do diabo.
Tudo conta: o efeito e a intenção.
Neste caso, ambos muito bons.
O dia foi terrível mas consigo sorrir novamente.
Reposição de bola em campo.
Preparo a raquete...
Game: ON.
quarta-feira, 11 de abril de 2012
[Intervalo]
Momentos azuis recortados no cinzento dos dias.
Vivê-los com a alegria, a ânsia, a inocência das crianças.
Reencontrar ecos atrás do olhar e permitirmo-nos por instantes ser Peter Pan.
Com um sorriso (e um) doce.
Tão bom :)
Vivê-los com a alegria, a ânsia, a inocência das crianças.
(original aqui)
Reencontrar ecos atrás do olhar e permitirmo-nos por instantes ser Peter Pan.
Com um sorriso (e um) doce.
Tão bom :)
terça-feira, 10 de abril de 2012
Roads, paths and the likes
Funny how playing with words around Ragnarök Avenue leads to finding out these could be the access keys to a certain place I want to go back to (and not to leave this time).
There are others, of course. The best are those that come from near the place where Love is all there is. But that's a whole other story ;)
So true: GMTA (and sometimes GMTIPG...)
There are others, of course. The best are those that come from near the place where Love is all there is. But that's a whole other story ;)
So true: GMTA (and sometimes GMTIPG...)
Heartstrings
Falling in love only lasts as long as a piece of string.
Strings get broken.
And yet, sometimes they can be mended - for "where there's a will there's a way"...
yes, here
( here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of a sky of a tree called life;
which grows higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
Strings get broken.
And yet, sometimes they can be mended - for "where there's a will there's a way"...
yes, here
( here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of a sky of a tree called life;
which grows higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart
[from e.e.cummings' "i carry your heart with me"]
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Aproveitar
(original aqui)
A vida não é madrasta, é mãe - embora possa não ser das mais atentas...
Dá-nos oportunidades que muitas vezes, por uma ou outra razão, descartamos. O que nem sempre nos dá é uma segunda oportunidade para algo que não aproveitámos antes. E se, numa situação dessas, somos suficientemente tolos para a desperdiçar novamente, não vale a pena marrar a cabeça na parede e dizer que a vida é injusta, que os outros têm a sorte toda, yadda yadda yadda, etc e tal.
É muito raro existirem terceiras oportunidades. Pena é que algumas pessoas pensem que elas caem do céu, e que sempre haverá uma chance de corrigir um erro ou uma má escolha.
Se não aproveitarmos as nossas oportunidades enquanto podemos... às vezes é simplesmente tarde demais.
Carpe Diem.
sábado, 7 de abril de 2012
Adagio
Esculpe-me nos teus sentidos
inteira
Procura-me onde o horizonte
se encontra
Céu e mar
voo e mergulho
tocata e fuga e reencontro
e nós, além.
Eis a minha mão.
Vem, e por um momento
escapemos à gravidade
e às outras leis...
e dancemos no infinito
dos sonhos liquefeitos
em tons de azul.
inteira
Procura-me onde o horizonte
se encontra
Céu e mar
voo e mergulho
tocata e fuga e reencontro
e nós, além.
Eis a minha mão.
Vem, e por um momento
escapemos à gravidade
e às outras leis...
e dancemos no infinito
dos sonhos liquefeitos
em tons de azul.
quinta-feira, 5 de abril de 2012
On words
I'm talkative. I like to communicate. That's how we establish bonds with others, not just exchange information, jokes, share secrets or gossip of some sort.
The thing is, communication can also be excessive.
If someone like me tries not to step on someone else's toes or go too far when in a delicate moment - trying to hold back, stepping away from their usual pattern - eventually gets the feeling they didn't say what they wanted to say or ask what they wanted to ask.
So, things can get messy then - because one can overcompensate. When trying to say what we really wanted to say in the first place (or ask what we really wanted to ask), we can go further than we originally wanted, risking to alienate people we wanted to connect or tighten our bonds with.
It can be even worse if we apologize too much after we realize we overstepped the thin boundary between "communicating" and "invading others' personal space".
Yes, there is a thing as apologizing too much, didn't you know? It really does.
Been there, done that... one big mistake.
We become estranged from those we wanted to be close to.
And then it might take a long time to even get to the point where we once were before - if ever.
Communication is a harsh mistress - miscommunication's a bitch. And the first can become the second in the blink of an eye.
It was hard the first time - harder than I ever thought.
Hopefully I got the second time around back on track before it was too late.
I'm talkative and sometimes I talk too much. I guess my saving grace is that I am sincere and do and act and live wholeheartedly; people who know me know that when I'm not telling jokes or so, what comes out of my mouth is actually coming out of my heart. Too bad some people can't handle that much sincerity.
But then again, it's their loss. I wouldn't trade it for their posture, tsk tsk, no way jose. Those who stick with me after they've known my quirks are those worth keeping. And I'd go to hell and back to keep them close and make sure they know how much I cherish them. They're that special.
So here's to you, dear friends, special friends who can get over the miscommunication and understand what I feel rather than some silly things I might say. Thank you for being in my life.
I love you.
:)
The thing is, communication can also be excessive.
If someone like me tries not to step on someone else's toes or go too far when in a delicate moment - trying to hold back, stepping away from their usual pattern - eventually gets the feeling they didn't say what they wanted to say or ask what they wanted to ask.
So, things can get messy then - because one can overcompensate. When trying to say what we really wanted to say in the first place (or ask what we really wanted to ask), we can go further than we originally wanted, risking to alienate people we wanted to connect or tighten our bonds with.
It can be even worse if we apologize too much after we realize we overstepped the thin boundary between "communicating" and "invading others' personal space".
Yes, there is a thing as apologizing too much, didn't you know? It really does.
Been there, done that... one big mistake.
We become estranged from those we wanted to be close to.
And then it might take a long time to even get to the point where we once were before - if ever.
Communication is a harsh mistress - miscommunication's a bitch. And the first can become the second in the blink of an eye.
It was hard the first time - harder than I ever thought.
Hopefully I got the second time around back on track before it was too late.
I'm talkative and sometimes I talk too much. I guess my saving grace is that I am sincere and do and act and live wholeheartedly; people who know me know that when I'm not telling jokes or so, what comes out of my mouth is actually coming out of my heart. Too bad some people can't handle that much sincerity.
But then again, it's their loss. I wouldn't trade it for their posture, tsk tsk, no way jose. Those who stick with me after they've known my quirks are those worth keeping. And I'd go to hell and back to keep them close and make sure they know how much I cherish them. They're that special.
So here's to you, dear friends, special friends who can get over the miscommunication and understand what I feel rather than some silly things I might say. Thank you for being in my life.
I love you.
:)
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Oceano
Liquid pearls streaming
down my face
telling away my pain
my sorrow
my loss
why is it said they're salty?
they're not
they're bitter
they're sour
they burn
Only tears of joy are salty
like the sea
that place where
your mind wanders to.
I want to be the ocean.
down my face
telling away my pain
my sorrow
my loss
why is it said they're salty?
they're not
they're bitter
they're sour
they burn
Only tears of joy are salty
like the sea
that place where
your mind wanders to.
I want to be the ocean.
WHMS
If only in real life things turned out as nice as in some Hollywood movies...
but they don't.
Not for most people, anyway.
but they don't.
Not for most people, anyway.
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Sem retorno
Sem capacete, estendo os dedos
e toco o vazio onde não estás
os meus ouvidos enchem-se
do silêncio
que me rodeia, onde o teu nome não soa
porque te guardo ferozmente, trancado
a setenta chaves no meu espírito
para que não descubram que és
o que és
e não quem digo que és.
Escondidas sob o fato de astronauta
trago na pele queimaduras
indolores, invisíveis, insuspeitas
onde as tuas mãos pousaram
ardentes
num tempo a que já perdi o tempo
marcaste-me tua, sem hipótese
de retorno ao que era,
ao que fui
num outro tempo que esmaece.
Oh, quantas vezes quis
arrancar de mim essas marcas,
tatuagens que ninguém vê
e apagar de mim a tua memória
partindo ad astra sem regressar!
Mas aterrei em mim.
Veio o tempo da calma,
pacífica aceitação
de que, mal grado o que quis,
estás embutido no que sou;
e hoje sou,
sou eu que não quero
voltar
a esse tempo perdido no tempo
em que simplesmente não eras
parte de mim.
Em que nenhum de nós era astronauta
nem tu a maior estrela no meu céu.
imagem copiada daqui
domingo, 1 de abril de 2012
Equinócio
Despes-me o olhar, e a tua sombra
aflora-me ao de leve os sentidos
tuas mãos contornam o espaço
que deixo no intervalo de nós
e um sussurro prende a alma
que quis fugir de madrugada...
Fecho os olhos, fecho a porta
fecho o segredo cá dentro
à espera que tragas a chuva
e faças florescer no meu peito
a Primavera ansiada.
aflora-me ao de leve os sentidos
tuas mãos contornam o espaço
que deixo no intervalo de nós
e um sussurro prende a alma
que quis fugir de madrugada...
Fecho os olhos, fecho a porta
fecho o segredo cá dentro
à espera que tragas a chuva
e faças florescer no meu peito
a Primavera ansiada.
sábado, 31 de março de 2012
Primavera
Authentic
Scars and bruises
I wear them all
proud in my pain
and no excuses
Oh I don't back down
no challenge too big
but my own fears
yet to conquer
And I wear them all
and I wear them all
my scars and bruises
each one a memory
of a dare accepted
or a fear vanquished
So yes, I wear
my scars and bruises
proudly
with no excuses.
I wear them all
proud in my pain
and no excuses
Oh I don't back down
no challenge too big
but my own fears
yet to conquer
And I wear them all
and I wear them all
my scars and bruises
each one a memory
of a dare accepted
or a fear vanquished
So yes, I wear
my scars and bruises
proudly
with no excuses.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Dardos
Dar, receber: dardos; lâmina.
Uma, fechada, guarda o segredo dos olhos e das mãos.
E eu guardo-a comigo (sempre comigo todos os dias), morna recordação de momentos perdidos, evocados quando o metal roda para fora do seu leito de madeira.
Os outros? Talvez cobertos de pó. Talvez arrumados algures onde os olhos não cheguem, recordação permanentemente arredada do sentir. Não sei.
Só sei de mim, dos sorrisos que guardo no bolso e do seu calor.
O que sinto e recordo é meu, só meu.
quinta-feira, 29 de março de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
Farewell
Por muito que o queiramos adiar, chega sempre uma altura qualquer em que nos temos que despedir de alguém ou de algo que acarinhámos: uma velha fotografia, um objecto de infância, um projecto profissional, um sonho pessoal.
Despedirmo-nos custa sempre, e custa à proporção do afecto com que guardámos em nós aquilo que temos que deixar partir. Mas não podemos levar a vida a arrastar algo que já não faz parte do que somos - apenas do que fomos. Há que arranjar espaço para abraçar aquilo que seremos; e para isso temos que deixar ir.
O vazio imperfeito que nos fica depois da decisão incomoda, às vezes dói. A tristeza de termos tido que desistir pode ser profunda e parecer inultrapassável.
Mas se aquilo que guardámos tão junto ao peito foi verdadeiramente rodeado de carinho, chegará o dia em que apenas esse carinho perdurará com a recordação.
E as boas recordações não pesam nem ocupam espaço.
:)
segunda-feira, 26 de março de 2012
Herói
Perguntei-te se tinhas síndroma de Errol Flynn.
Riste-te, pensando que a pergunta tinha algo a ver com os collants do Robin Hood...
A verdade é que te mostravas como alguém sem medo, maior do que a própria vida, como um herói em busca de uma causa a que se dedicar. E eu expliquei-te que não era uma causa, não era uma princesa sentada numa torre à espera de ser salva nem uma donzela aos gritinhos por ter visto uma aranha.
Era e sou a que pegaria na espada e sairia porta fora sozinha para dar porrada nos assaltantes, a que pisa baratas e enxota aranhas com um piparote, a que não se submete nem diz que sim a tudo "a bem da harmonia", a que diz o que tem a dizer sem calar por receio, a que às vezes amua e outras vezes se irrita, a que não tem medo de gritar nem vergonha de chorar, a que não espera por ajuda para carregar sacos de lenha nem acha que "força física é coisa de homens". Disse-te que não queria ser ignorada, dominada nem tratada como deusa-mãe. Queria apenas o que sempre quis: ser respeitada como ser humano inteiro e ser tratada como igual enquanto mulher, com as minhas ideias, idiossincrasias e necessidades.
Voltaste para o teu bosque solitário, para a tua casa na árvore, deixando-me rodeada de silêncio. Talvez fosse demasiado para o que esperavas - ou apenas muito diferente do que pensavas encontrar. Achei que era medo de tirar as teimas, de lidar de frente com alguém (sim, eu!) como tua igual, com tanta capacidade e força de espírito como tu. A minha alcunha deveria ter-te posto de sobreaviso, de que não era o medo que me guiava.
Preferiste a tua isolada pacatez sem incidentes, sem ninguém que te desafie, que te questione, que discorde de ti e te diga na cara que podes não ter razão; mas também sem quem puxe por ti e lute ao teu lado, que te acompanhe, te encoraje e (por vezes) até te ajude. Não precisava nem queria que fosses um herói; bastar-me-ia que fosses um homem à minha altura.
Mas se um dia monstros ou zombies te aparecerem à porta pela calada da noite... a tua espada estará sozinha contra tudo porque assim o quiseste.
Fica bem.
Quem sabe talvez nos encontremos à chegada a Bifröst.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Do(a)r amor... [guardar a dor]
Separados rejeitamos
o doar, o doer e o querer
de nós dois:
tu que não queres
sem querer que te doasse
e eu que quero
sem querer que me doesse
Ouch I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found,
Yeah I think that I might break
I've lost myself again and I feel unsafe
Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up
And breathe me
o doar, o doer e o querer
de nós dois:
tu que não queres
sem querer que te doasse
e eu que quero
sem querer que me doesse
(obrigado, Conceição)
Ouch I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found,
Yeah I think that I might break
I've lost myself again and I feel unsafe
Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up
And breathe me
quarta-feira, 21 de março de 2012
Muitas...
Sete Luas
Há noites que são feitas dos meus braços
e um silêncio comum às violetas
e há sete luas que são sete traços
de sete noites que nunca foram feitas
Há noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada à bainha de um cometa.
Há noites que nos deixam para trás
enrolados no nosso desencanto
e cisnes brancos que só são iguais
à mais longínqua onda de seu canto.
Há noites que nos levam para onde
o fantasma de nós fica mais perto:
e é sempre a nossa voz que nos responde
e só o nosso nome estava certo.
(Natália Correia)
Há noites que são feitas dos meus braços
e um silêncio comum às violetas
e há sete luas que são sete traços
de sete noites que nunca foram feitas
Há noites que levamos à cintura
como um cinto de grandes borboletas.
E um risco a sangue na nossa carne escura
duma espada à bainha de um cometa.
Há noites que nos deixam para trás
enrolados no nosso desencanto
e cisnes brancos que só são iguais
à mais longínqua onda de seu canto.
Há noites que nos levam para onde
o fantasma de nós fica mais perto:
e é sempre a nossa voz que nos responde
e só o nosso nome estava certo.
(Natália Correia)
terça-feira, 20 de março de 2012
Ilusões
Quando nos cruzámos, quando primeiro nos defrontámos não sabendo com o que estávamos a lidar, perguntaste-me candidamente se estarias a tomar a nuvem por Juno.
Hoje, meses ou aeons depois, posso dizer-te com toda a propriedade que estavas enganado - pois eu puxei da espada e revelei-me Atena...
enquanto tu te esfumaste como a nuvem que afinal eras.
Não sou uma ilusão. Eu permaneço - e o meu coração comigo.
Que venha a chuva e o granizo, cá estarei.
Hoje, meses ou aeons depois, posso dizer-te com toda a propriedade que estavas enganado - pois eu puxei da espada e revelei-me Atena...
enquanto tu te esfumaste como a nuvem que afinal eras.
Não sou uma ilusão. Eu permaneço - e o meu coração comigo.
Que venha a chuva e o granizo, cá estarei.
segunda-feira, 19 de março de 2012
domingo, 18 de março de 2012
Uma casa, uma vida
... ou como um filme nos agarra pelos colarinhos, fazendo-nos abrir bem os olhos, e nos obriga a ver que, por vezes, se conseguem corrigir erros passados.
(mesmo que às vezes seja demasiado tarde para desfrutar disso)
Direitinho para o meu top de "movies of a lifetime".
(esperando que a vida, além de tempo, me dê oportunidade de corrigir pelo menos alguns dos erros que cometi nesta longa estrada)
(mesmo que às vezes seja demasiado tarde para desfrutar disso)
Direitinho para o meu top de "movies of a lifetime".
(esperando que a vida, além de tempo, me dê oportunidade de corrigir pelo menos alguns dos erros que cometi nesta longa estrada)
quinta-feira, 15 de março de 2012
Storm
(imagem linkada de HowStuffWorks)
Tempestade.
Raios, trovões, chuva intensa.
Gosto do cheiro da terra molhada.
Gosto de tempestades: de estar à janela, na varanda ou no terraço e olhar para o céu. Gosto ainda mais quando tenho uma máquina fotográfica decente e consigo tirar uma foto a um relâmpago.
Gosto de presenciar a força imensa que se desencadeia nesses breves instantes, sentir os cabelos da nuca e do braço a arrepiarem-se, testemunhar a luz que tudo inunda.
Sim, gosto de tempestades. E às vezes gosto de andar à chuva.
(Há ainda outra coisa relacionada com tempestades de que gosto, mas como não pode ser é melhor nem falar disso...)
XS
"I was standing
you were there..."
two worlds collided
in a storm that echoed across the universe
no one could tear us apart
but ourselves
... and we did.
you were there..."
two worlds collided
in a storm that echoed across the universe
no one could tear us apart
but ourselves
... and we did.
quarta-feira, 14 de março de 2012
Pearls of salt
Estava a ler as notícias no G+ e um título chamou-me a atenção.
The Soundtrack of Loss e a história de Jacqueline du Pré. Ao fundo, Elgar.
Resolvi ouvir o 1º movimento do concerto para violoncelo - tocado por ela, claro. Não as consegui conter... nem às lágrimas nem às palavras.
Loss...
tears peeking under the eyelid
caught like pearls by the eyelashes
until the eyes close, as if swooned by raw emotion
and pearls become water
salt water running free
down the cheeks to the sound
of the mourning strings
The Soundtrack of Loss e a história de Jacqueline du Pré. Ao fundo, Elgar.
Resolvi ouvir o 1º movimento do concerto para violoncelo - tocado por ela, claro. Não as consegui conter... nem às lágrimas nem às palavras.
Loss...
tears peeking under the eyelid
caught like pearls by the eyelashes
until the eyes close, as if swooned by raw emotion
and pearls become water
salt water running free
down the cheeks to the sound
of the mourning strings
Voando
Tenho visto muitos por aí, de há uns tempos para cá. Meses.
Totalmente negros, com penas de um preto muito muito denso, uns parecendo mais brilhantes e outros mais opacos, mas todos eles intensamente negros e com um bico alaranjado. Melros, acho eu.
Não sei o que lhes terá mudado os hábitos por forma a andarem mais visíveis em sítios que de ermos e/ou florestados pouco têm. A temperatura? A ausência de chuva? A falta de comida? Não sei, mesmo.
O que sei é que aparecem por todo o lado, pulando e saltaricando, na relva do canteiro à porta de casa, nos ramos baixos dos pinheiros que ainda crescem entre os prédios lá do bairro, nos muretes das escadinhas, nos passeios do canto meio enviesado onde costumo estacionar o carro quando os lugares já escasseiam... e até mesmo no trabalho, onde já me cruzei com um bando pousado no parque de estacionamento e há alguns (parecem sempre os mesmos) que visitam a espécie de terraço rodeado de canteiros para onde dá a janela do gabinete onde trabalho.
Saltaricam, piam, olham como que pedindo atenção. Talvez procurem os seus semelhantes. Talvez tenham fome. Os pedacitos de pão que lhes atirei um dia à tarde já lá não estavam no dia seguinte - mas também podiam ter sido os pombos, esses esganados, a comê-los.
Já não estranho vê-los tantas vezes mesmo que não saiba o porquê. Eles aparecem, simplesmente. E depois voam.
Voltam as memórias e espreita a saudade. E eu sorrio, com vontade de voar para casa.
Totalmente negros, com penas de um preto muito muito denso, uns parecendo mais brilhantes e outros mais opacos, mas todos eles intensamente negros e com um bico alaranjado. Melros, acho eu.
Não sei o que lhes terá mudado os hábitos por forma a andarem mais visíveis em sítios que de ermos e/ou florestados pouco têm. A temperatura? A ausência de chuva? A falta de comida? Não sei, mesmo.
O que sei é que aparecem por todo o lado, pulando e saltaricando, na relva do canteiro à porta de casa, nos ramos baixos dos pinheiros que ainda crescem entre os prédios lá do bairro, nos muretes das escadinhas, nos passeios do canto meio enviesado onde costumo estacionar o carro quando os lugares já escasseiam... e até mesmo no trabalho, onde já me cruzei com um bando pousado no parque de estacionamento e há alguns (parecem sempre os mesmos) que visitam a espécie de terraço rodeado de canteiros para onde dá a janela do gabinete onde trabalho.
Saltaricam, piam, olham como que pedindo atenção. Talvez procurem os seus semelhantes. Talvez tenham fome. Os pedacitos de pão que lhes atirei um dia à tarde já lá não estavam no dia seguinte - mas também podiam ter sido os pombos, esses esganados, a comê-los.
Já não estranho vê-los tantas vezes mesmo que não saiba o porquê. Eles aparecem, simplesmente. E depois voam.
Voltam as memórias e espreita a saudade. E eu sorrio, com vontade de voar para casa.
terça-feira, 13 de março de 2012
Lâmina
Como descrever uma saudade maior do que o corpo que a enovela e a alma que a embala?
Faltam-me as palavras para o fazer.
Faltam-me os gestos para o desenhar.
No bolso trago uma recordação - mas não chega para fazer com que doa menos.
A tua ausência é como uma lâmina a roçar-me os nervos nus.
Faltas-me.
Na raiz da saudade está algo - pessoa, coisa ou lugar - inesquecível.
Faltam-me as palavras para o fazer.
Faltam-me os gestos para o desenhar.
No bolso trago uma recordação - mas não chega para fazer com que doa menos.
A tua ausência é como uma lâmina a roçar-me os nervos nus.
Faltas-me.
Na raiz da saudade está algo - pessoa, coisa ou lugar - inesquecível.
segunda-feira, 12 de março de 2012
Aceitar
que há coisas que terminam e outras que começam - incluindo a necessidade de umas para que aconteçam as outras;
que há acções cometidas e palavras ditas que são como o atirar de uma pedra - depois de suceder, não há como voltar atrás e o melhor é viver com isso, tentando corrigir o que se fez de errado;
que, por vezes, nada do que façamos pode corrigir um erro;
que há sentimentos que nenhuma distância consegue apagar ou diminuir;
que um mal entendido pode fazer uma amizade engasgar-se mas não matá-la, se houver a vontade de lhe fazer uma manobra de Heimlich;
que há coisas que são inquestionáveis e é uma perda de tempo matutar nos porquês;
que há coisas que são inevitáveis e é uma perda de tempo tentarmos escapar-nos delas;
que, por mais que tentemos, por vezes não é possível alterar certas coisas;
que o amor não tem que ter razões, explicações ou outras -ões que a razão desconhece;
que o amor não nasce nem cresce à conta de lógica, pragmatismos, racionalismos e outros -ismos;
que o amor não tem que ser integralmente compreendido e dissecado para ser sentido;
que, por muito que tentemos, não é possível forçarmo-nos a amar alguém - nem a deixar de o fazer.
Por vezes tenho que fazer uma pausa para me lembrar de tudo isto e não deixar que coisas impossíveis (sim, daquelas de que nos podemos lembrar às meias dúzias antes do pequeno almoço) me bloqueiem os passos e me impeçam de viver a minha vida o melhor que posso... é que, quer queira(m) quer não, a vida é minha e ninguém a pode viver por mim. Por isso o melhor que tenho a fazer é sentir-me bem na minha pele e fruir um dia de cada vez.
:)
que há acções cometidas e palavras ditas que são como o atirar de uma pedra - depois de suceder, não há como voltar atrás e o melhor é viver com isso, tentando corrigir o que se fez de errado;
que, por vezes, nada do que façamos pode corrigir um erro;
que há sentimentos que nenhuma distância consegue apagar ou diminuir;
que um mal entendido pode fazer uma amizade engasgar-se mas não matá-la, se houver a vontade de lhe fazer uma manobra de Heimlich;
que há coisas que são inquestionáveis e é uma perda de tempo matutar nos porquês;
que há coisas que são inevitáveis e é uma perda de tempo tentarmos escapar-nos delas;
que, por mais que tentemos, por vezes não é possível alterar certas coisas;
que o amor não tem que ter razões, explicações ou outras -ões que a razão desconhece;
que o amor não nasce nem cresce à conta de lógica, pragmatismos, racionalismos e outros -ismos;
que o amor não tem que ser integralmente compreendido e dissecado para ser sentido;
que, por muito que tentemos, não é possível forçarmo-nos a amar alguém - nem a deixar de o fazer.
Por vezes tenho que fazer uma pausa para me lembrar de tudo isto e não deixar que coisas impossíveis (sim, daquelas de que nos podemos lembrar às meias dúzias antes do pequeno almoço) me bloqueiem os passos e me impeçam de viver a minha vida o melhor que posso... é que, quer queira(m) quer não, a vida é minha e ninguém a pode viver por mim. Por isso o melhor que tenho a fazer é sentir-me bem na minha pele e fruir um dia de cada vez.
:)
quinta-feira, 8 de março de 2012
Possível vs. Impossível
Eu acreditava e tu não. Quando me dizias que "não é possível de forma alguma", eu ficava sem saber como te demonstrar o contrário. Se fosse hoje, mandar-te-ia ler esta crónica do José Luís Peixoto e talvez percebesses que, às vezes, o impossível só o é num dado enquadramento temporal.
Ao encontrar-se um novo sentido, é o mundo todo que renasce. Uma boa ideia carrega em si o tamanho do mundo, uma espécie de felicidade incandescente.
(...)
As ideias são fogo, fazem corar as faces. Quando se tenta contar uma ideia, luta-se com os limites das palavras. Nesse momento, a esperança é que o outro se possa inclinar nas janelas dos nossos olhos e, descobrindo-se no alto de uma torre, possa ver tudo o que contêm, horizonte, distância.
Então, pode muito bem acontecer que o outro fique a olhar com o rosto impassível, anestesiado, pálpebras semidescaídas, até ao momento em que, perante o silêncio e a obrigação de se pronunciar, diz: não, acho que não vai correr bem. Nesse momento, há algo que nos é roubado. Perdemos as chaves de casa, estamos, de repente, numa cidade estrangeira, deixamos de saber quem somos. Nesse momento, há uma reacção térmica, fogo versus gelo, e há um desapontamento sem direcção. Não sabemos se estamos decepcionados com o outro por não ter conseguido compreender o alcance da ideia que tentámos descrever, ou se estamos decepcionados connosco próprios por não termos sido capazes de descrevê-la, ou se estamos decepcionados com a ideia por não ser à prova de descrença.
(...)
Este é o momento de dizer a esses pessimistas disfarçados de prudentes, de racionais ou de razoáveis, que não. Dizemos não ao não deles. Quando nunca se tentou contradizê-los, parece difícil. As primeiras tentativas de resposta, magoadas, escorregam nas paredes da sua intransigência. Mas a prática demonstra que é incrivelmente fácil resistir-lhes, basta deixar que a sua descrença nos atravesse, basta transformá-la em silêncio, subtrair com uma seringa invisível todo o sentido à sua descrença, basta não acreditar nela. A sua decepção total e permanente para com o mundo não nos arrastará.
(...)
O impossível de antes sempre foi possível, apenas não tinha acontecido que alguém tivesse sido capaz de chegar até ele. Faltava a quantidade de pessoas que acreditaram, que perseguiram o filão até o demonstrarem e construírem. O mesmo acontece com o impossível de agora. O impossível de agora não deve ser muito diferente do impossível de antes. Por sua vez, o impossível mesmo impossível existia num e continua a existir no outro, mas como não pode ser distinguido do impossível que será possível no futuro, a hipótese mais criadora, aquela que propõe mais esperança é a que considera que tudo o que formos capazes de imaginar poderá ser materializado. Ou seja, todo o impossível poderá vir a ser possível. Assim, não há nenhum motivo para fazer cara de peido e dizer: não, acho que não vai correr bem.
Sabes que mais? Ainda acredito.
A crónica completa está na Visão.
Portanto vai lá ler, vá. E sem cara de peido, se faz favor.
Ao encontrar-se um novo sentido, é o mundo todo que renasce. Uma boa ideia carrega em si o tamanho do mundo, uma espécie de felicidade incandescente.
(...)
As ideias são fogo, fazem corar as faces. Quando se tenta contar uma ideia, luta-se com os limites das palavras. Nesse momento, a esperança é que o outro se possa inclinar nas janelas dos nossos olhos e, descobrindo-se no alto de uma torre, possa ver tudo o que contêm, horizonte, distância.
Então, pode muito bem acontecer que o outro fique a olhar com o rosto impassível, anestesiado, pálpebras semidescaídas, até ao momento em que, perante o silêncio e a obrigação de se pronunciar, diz: não, acho que não vai correr bem. Nesse momento, há algo que nos é roubado. Perdemos as chaves de casa, estamos, de repente, numa cidade estrangeira, deixamos de saber quem somos. Nesse momento, há uma reacção térmica, fogo versus gelo, e há um desapontamento sem direcção. Não sabemos se estamos decepcionados com o outro por não ter conseguido compreender o alcance da ideia que tentámos descrever, ou se estamos decepcionados connosco próprios por não termos sido capazes de descrevê-la, ou se estamos decepcionados com a ideia por não ser à prova de descrença.
(...)
Este é o momento de dizer a esses pessimistas disfarçados de prudentes, de racionais ou de razoáveis, que não. Dizemos não ao não deles. Quando nunca se tentou contradizê-los, parece difícil. As primeiras tentativas de resposta, magoadas, escorregam nas paredes da sua intransigência. Mas a prática demonstra que é incrivelmente fácil resistir-lhes, basta deixar que a sua descrença nos atravesse, basta transformá-la em silêncio, subtrair com uma seringa invisível todo o sentido à sua descrença, basta não acreditar nela. A sua decepção total e permanente para com o mundo não nos arrastará.
(...)
O impossível de antes sempre foi possível, apenas não tinha acontecido que alguém tivesse sido capaz de chegar até ele. Faltava a quantidade de pessoas que acreditaram, que perseguiram o filão até o demonstrarem e construírem. O mesmo acontece com o impossível de agora. O impossível de agora não deve ser muito diferente do impossível de antes. Por sua vez, o impossível mesmo impossível existia num e continua a existir no outro, mas como não pode ser distinguido do impossível que será possível no futuro, a hipótese mais criadora, aquela que propõe mais esperança é a que considera que tudo o que formos capazes de imaginar poderá ser materializado. Ou seja, todo o impossível poderá vir a ser possível. Assim, não há nenhum motivo para fazer cara de peido e dizer: não, acho que não vai correr bem.
Sabes que mais? Ainda acredito.
A crónica completa está na Visão.
Portanto vai lá ler, vá. E sem cara de peido, se faz favor.
Afiados
Nem sempre sou uma moçoila calma e simpática.
Às vezes irrito-me.
Às vezes grito.
Às vezes mordo - e deixo marca.
Às vezes irrito-me.
Às vezes grito.
Às vezes mordo - e deixo marca.
quarta-feira, 7 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
Aos solavancos
Hoje, no mural de uma facebookfriend li uma descrição que me tocou de perto: coração aos solavancos.
Acho que posso descrever o meu assim, também.
Não sou de gostares pacíficos a meio gás, que se mantêm indefinidamente sem avanços nem recuos. Nas amizades, ou é ou não é. Nada daquelas amizades insossas em que não há confiança mútua, em que há assuntos que não se podem/devem tocar, cheias de pruridos e perlicoquices. Amigos são amigos, com franqueza, com abertura, com frontalidade carinhosa quando é preciso falar e mãos doces e calorosas quando é preciso o silêncio de um abraço. Ou apenas um ouvido e um ombro firme emprestados.
No amor também não gosto de dúvidas, hesitações, indefinições, minhoquices. Quando se tem a certeza de que se ama, qual o problema em admiti-lo? Qual o problema de se dizer "estou apaixonada!"? Não gosto de andar a medo, de ficar a magicar "e se... mas talvez..." ad aeternum até que já não haja volta a dar porque a janela de oportunidade se fechou.
Se esta postura já me trouxe dissabores? Já, sim senhor. A mim e a muita gente que admite ser como eu.
Amar torna-nos vulneráveis, porque abrir o coração dá à outra pessoa a hipótese de nos magoar de muitas formas, e nem todas são exercidas sem intenção. Há quem opte por nos ignorar ostensivamente ou adopte atitudes que sabe à partida que nos vão custar a assistir. Há quem, ao saber do sentimento que despertou, vá ridicularizá-lo junto dos amigos, para gáudio pessoal e auto-promoção. Há quem finja que não viu nada, que não deu por nada, a ver se "a coisa" termina sem ruído nem ter que tomar qualquer tipo de atitude, como se o amor fosse algo incómodo, rasteiro, indesejável e deixando-nos sem reacção, sem resposta. Pendurados.
Poucos têm a força de carácter para nos olhar nos olhos e dizer, sem acidez e sem vontade de ferir "não sinto o mesmo por ti".
É apenas esta última atitude que revela empatia, compaixão, ao não querer tirar vantagem da vulnerabilidade que revelamos mas ao mesmo tempo a dar-nos uma resposta concreta, mesmo que não seja aquela que desejamos. A partir daí podemos decidir seguir em frente e permitirmo-nos sarar. Com o tempo poderemos até rir-nos da nossa própria tolice sem nos sentirmos mal com ela, sem nos auto-depreciarmos, auto-sabotarmos seja de que forma for. Com o coração sarado, ainda que marcado por cicatrizes.
Se eu gostaria de ser/sentir de outra forma? Não. Já me debrucei a pensar sobre o assunto e tenho a certeza disso. Em relação aos que gostam de "amores de banho-maria" tenho momentos baixos bem mais baixos e negros, podem ter a certeza. Mas os meus momentos altos são incomparavelmente mais altos e brilhantes também, como se pudesse, realmente, voar.
Sim, tenho um coração que vive aos solavancos, que se entrega totalmente quando se apaixona, que vibra na proximidade, que parece morrer quando o amor não é correspondido, que parece apagar-se quando a paixão acaba. Tenho um coração cheio de cicatrizes e marcas de remendos, mas vivo, intenso e pulsante.
É assim que sou e que amo, e se não prejudico mais ninguém com isso não estou minimamente interessada em mudar. Não trocaria o meu coração por nenhum outro.
Antes um coração aos solavancos do que uma vida a meio-gás.
:)
Acho que posso descrever o meu assim, também.
Não sou de gostares pacíficos a meio gás, que se mantêm indefinidamente sem avanços nem recuos. Nas amizades, ou é ou não é. Nada daquelas amizades insossas em que não há confiança mútua, em que há assuntos que não se podem/devem tocar, cheias de pruridos e perlicoquices. Amigos são amigos, com franqueza, com abertura, com frontalidade carinhosa quando é preciso falar e mãos doces e calorosas quando é preciso o silêncio de um abraço. Ou apenas um ouvido e um ombro firme emprestados.
No amor também não gosto de dúvidas, hesitações, indefinições, minhoquices. Quando se tem a certeza de que se ama, qual o problema em admiti-lo? Qual o problema de se dizer "estou apaixonada!"? Não gosto de andar a medo, de ficar a magicar "e se... mas talvez..." ad aeternum até que já não haja volta a dar porque a janela de oportunidade se fechou.
Se esta postura já me trouxe dissabores? Já, sim senhor. A mim e a muita gente que admite ser como eu.
Amar torna-nos vulneráveis, porque abrir o coração dá à outra pessoa a hipótese de nos magoar de muitas formas, e nem todas são exercidas sem intenção. Há quem opte por nos ignorar ostensivamente ou adopte atitudes que sabe à partida que nos vão custar a assistir. Há quem, ao saber do sentimento que despertou, vá ridicularizá-lo junto dos amigos, para gáudio pessoal e auto-promoção. Há quem finja que não viu nada, que não deu por nada, a ver se "a coisa" termina sem ruído nem ter que tomar qualquer tipo de atitude, como se o amor fosse algo incómodo, rasteiro, indesejável e deixando-nos sem reacção, sem resposta. Pendurados.
Poucos têm a força de carácter para nos olhar nos olhos e dizer, sem acidez e sem vontade de ferir "não sinto o mesmo por ti".
É apenas esta última atitude que revela empatia, compaixão, ao não querer tirar vantagem da vulnerabilidade que revelamos mas ao mesmo tempo a dar-nos uma resposta concreta, mesmo que não seja aquela que desejamos. A partir daí podemos decidir seguir em frente e permitirmo-nos sarar. Com o tempo poderemos até rir-nos da nossa própria tolice sem nos sentirmos mal com ela, sem nos auto-depreciarmos, auto-sabotarmos seja de que forma for. Com o coração sarado, ainda que marcado por cicatrizes.
Se eu gostaria de ser/sentir de outra forma? Não. Já me debrucei a pensar sobre o assunto e tenho a certeza disso. Em relação aos que gostam de "amores de banho-maria" tenho momentos baixos bem mais baixos e negros, podem ter a certeza. Mas os meus momentos altos são incomparavelmente mais altos e brilhantes também, como se pudesse, realmente, voar.
Sim, tenho um coração que vive aos solavancos, que se entrega totalmente quando se apaixona, que vibra na proximidade, que parece morrer quando o amor não é correspondido, que parece apagar-se quando a paixão acaba. Tenho um coração cheio de cicatrizes e marcas de remendos, mas vivo, intenso e pulsante.
É assim que sou e que amo, e se não prejudico mais ninguém com isso não estou minimamente interessada em mudar. Não trocaria o meu coração por nenhum outro.
Antes um coração aos solavancos do que uma vida a meio-gás.
:)
sábado, 3 de março de 2012
Far away
Com pequenos nadas encho o nada
da distância que me aperta
com música preencho o silêncio
da tua voz que me falta
teço as palavras que escorrem
do coração posto a nu
e o olhar perde-se nas estrelas
tão longínquas como tu
Sei que o céu é o mesmo
que te cobre a ti também
mas às vezes pareço estar
do outro lado do espelho
onde tudo me é estranho
onde eu não quero ficar
longe, tão longe de casa
e sem meio de regressar...
da distância que me aperta
com música preencho o silêncio
da tua voz que me falta
teço as palavras que escorrem
do coração posto a nu
e o olhar perde-se nas estrelas
tão longínquas como tu
Sei que o céu é o mesmo
que te cobre a ti também
mas às vezes pareço estar
do outro lado do espelho
onde tudo me é estranho
onde eu não quero ficar
longe, tão longe de casa
e sem meio de regressar...
sexta-feira, 2 de março de 2012
Leve, levemente
Bate a saudade, a vontade,
o querer e o querer estar
em silêncio ou em conversa
em riso solto ou em beijo
quero passear, caminhar contigo
no meio da serra ou na areia da praia
perder o olhar e os sentidos em ti
ao sabor do vento
e que de olhos brilhantes
bem abertos ou bem fechados
nos percamos um no outro
sem tempo de regressar
Home?
Durante muito tempo, o lugar onde esta foto foi tirada era onde me sentia 'em casa'. Ia lá muitas vezes porque tinha de ir, e mais vezes ainda porque queria. Havia o sítio onde vivia - e havia o 'lar', a 'casa' onde me sentia integrar, como uma peça de puzzle a encaixar-se no seu lugar, tornando-me parte do todo.
Ainda lá volto quando posso, embora isso agora suceda muito menos vezes. Ainda tenho a sensação de regressar ao 'lar' da infância, a um lugar que aquece o peito.
Já não lhe posso chamar 'casa' porque essa... enfim, já não é ali. Mas é a 'next best', o lugar onde o coração sorri por voltar enquanto os olhos se perdem vagueando entre o verde e o azul.
(Home is where the heart smiles with the eyes closed)
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
Frágil
A amizade é algo precioso.
Não como uma jóia - essa, por muito bonita que seja, continua a ser uma peça mineral, de pedrarias e/ou metais, fria e passível de ser vendida.
Para mim a amizade assemelha-se a uma flor rara, de extrema beleza, frágil e delicada.
Uma flor deve ser cuidada para que não murche, alimentada com um bom solo e água na quantidade ideal (umas precisam de muita e outras de muito pouca), protegida de maleitas e insectos que a devorem.
A amizade deve ser tratada de forma semelhante. Se formos descuidados na forma como tratamos os outros, será que a amizade resiste? Se a negligenciarmos, poderemos ainda invocá-la como válida? Não me parece.
Há amizades que parecem cactos - resistem (ou parecem resistir) a tudo. Mas mesmo os cactos precisam de ser nutridos e protegidos. Por muito fortes que sejam, há um componente de fragilidade que os torna susceptíveis ao enfraquecimento e à morte.
No caso da amizade, o perigo vem dos mal-entendidos.
Pequenas coisas aparentemente inócuas que são vistas, por um dos lados, de forma totalmente diferente, positiva ou negativa.
Um telemóvel perdido ou roubado pode fazer com que não consigamos telefonar a desejar feliz aniversário; o aniversariante poderá ficar a pensar que nos esquecemos da data.
Podemos dar um abraço só porque nos sentimos felizes e bem dispostos; o receptor desse abraço pode pensar que há qualquer outra razão por trás do gesto e sentir-se constrangido ou, pior ainda, começar a imaginar o que não existe.
É por isto que sou pela completa franqueza entre amigos, desdenhando o 'politicamente correcto'. Podemos, sim, usar de algum tacto caso o que temos a dizer não seja agradável; mas reter uma informação, uma opinião que pode afectar a convivência, acho que não o devemos fazer de forma alguma. O que é essencial é esclarecer as coisas, reiterando que não se deseja que a amizade em si seja posta em causa. Amigos verdadeiros não levarão isso a mal - se levarem, a amizade talvez não seja assim tão profunda.
Tenhamos em consideração a fragilidade, nutramo-la e evitemos mal entendidos; porque uma grande amizade é das coisas mais preciosas que a vida tem. :)
Não como uma jóia - essa, por muito bonita que seja, continua a ser uma peça mineral, de pedrarias e/ou metais, fria e passível de ser vendida.
Para mim a amizade assemelha-se a uma flor rara, de extrema beleza, frágil e delicada.
Uma flor deve ser cuidada para que não murche, alimentada com um bom solo e água na quantidade ideal (umas precisam de muita e outras de muito pouca), protegida de maleitas e insectos que a devorem.
A amizade deve ser tratada de forma semelhante. Se formos descuidados na forma como tratamos os outros, será que a amizade resiste? Se a negligenciarmos, poderemos ainda invocá-la como válida? Não me parece.
Há amizades que parecem cactos - resistem (ou parecem resistir) a tudo. Mas mesmo os cactos precisam de ser nutridos e protegidos. Por muito fortes que sejam, há um componente de fragilidade que os torna susceptíveis ao enfraquecimento e à morte.
No caso da amizade, o perigo vem dos mal-entendidos.
Pequenas coisas aparentemente inócuas que são vistas, por um dos lados, de forma totalmente diferente, positiva ou negativa.
Um telemóvel perdido ou roubado pode fazer com que não consigamos telefonar a desejar feliz aniversário; o aniversariante poderá ficar a pensar que nos esquecemos da data.
Podemos dar um abraço só porque nos sentimos felizes e bem dispostos; o receptor desse abraço pode pensar que há qualquer outra razão por trás do gesto e sentir-se constrangido ou, pior ainda, começar a imaginar o que não existe.
É por isto que sou pela completa franqueza entre amigos, desdenhando o 'politicamente correcto'. Podemos, sim, usar de algum tacto caso o que temos a dizer não seja agradável; mas reter uma informação, uma opinião que pode afectar a convivência, acho que não o devemos fazer de forma alguma. O que é essencial é esclarecer as coisas, reiterando que não se deseja que a amizade em si seja posta em causa. Amigos verdadeiros não levarão isso a mal - se levarem, a amizade talvez não seja assim tão profunda.
Tenhamos em consideração a fragilidade, nutramo-la e evitemos mal entendidos; porque uma grande amizade é das coisas mais preciosas que a vida tem. :)
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Em curso
Não sangrava, não se justificava a gaze. Um penso rápido era pequeno demais.
Mas era preciso sarar - porque sim, porque é preciso. Mesmo.
Optei pela fita adesiva, daquela que se usa para segurar um penso. Já fiz muitos pensos na vida, já tratei muitos dói-dóis, próprios e de outros, desde os putos todos lá da rua que não queriam ir a sangrar para casa com medo de ficar de castigo, até ao pós-operatório do ex. Portanto, fazer pensos não tem grande segredo para mim.
Mal ou bem, juntei os bordos e coloquei a fita com jeito, sem apertar demasiado para não doer nem prejudicar a integridade do tecido.
Apercebi-me da falta de pedaços (nestas coisas perdem-se sempre pedaços). Mas o tecido acaba por se regenerar de alguma forma, nuns casos melhor do que noutros, sim, mas consegue-se.
O processo começou, devagar. Cicatrização em curso.
Os dias não são iguais, nem a intensidade da dor que ainda surge de vez em quando.
Sei que vão ficar linhas esbranquiçadas como um mapa de estradas. Algumas atenuar-se-ão aos poucos. Outras nunca desaparecerão, marcas indeléveis de lições aprendidas.
Mas nós somos seres muito resistentes.
E o coração há-de sarar por completo.
:)
Mas era preciso sarar - porque sim, porque é preciso. Mesmo.
Optei pela fita adesiva, daquela que se usa para segurar um penso. Já fiz muitos pensos na vida, já tratei muitos dói-dóis, próprios e de outros, desde os putos todos lá da rua que não queriam ir a sangrar para casa com medo de ficar de castigo, até ao pós-operatório do ex. Portanto, fazer pensos não tem grande segredo para mim.
Mal ou bem, juntei os bordos e coloquei a fita com jeito, sem apertar demasiado para não doer nem prejudicar a integridade do tecido.
Apercebi-me da falta de pedaços (nestas coisas perdem-se sempre pedaços). Mas o tecido acaba por se regenerar de alguma forma, nuns casos melhor do que noutros, sim, mas consegue-se.
O processo começou, devagar. Cicatrização em curso.
Os dias não são iguais, nem a intensidade da dor que ainda surge de vez em quando.
Sei que vão ficar linhas esbranquiçadas como um mapa de estradas. Algumas atenuar-se-ão aos poucos. Outras nunca desaparecerão, marcas indeléveis de lições aprendidas.
Mas nós somos seres muito resistentes.
E o coração há-de sarar por completo.
:)
sábado, 25 de fevereiro de 2012
Da Amizade
A amizade tem muitas cores e contornos.
Há aquelas alturas em que precisamos de um ombro onde nos apoiarmos. Outras, de um ouvido que nos escute. Ou aquelas em que precisamos de quem nos impeça de cometer um erro.
E há as alturas em que basta a presença, o calor, os risos e sorrisos, as brincadeiras e o carinho de um abraço solto para nos apercebermos de que a vida tem mais cor do que nos andava a parecer.
Hoje tive a noção do quanto recebi, de que posso retribuir tudo isso e apercebo-me de que afinal tenho muito para dar.
Obrigada :)
Há aquelas alturas em que precisamos de um ombro onde nos apoiarmos. Outras, de um ouvido que nos escute. Ou aquelas em que precisamos de quem nos impeça de cometer um erro.
E há as alturas em que basta a presença, o calor, os risos e sorrisos, as brincadeiras e o carinho de um abraço solto para nos apercebermos de que a vida tem mais cor do que nos andava a parecer.
Hoje tive a noção do quanto recebi, de que posso retribuir tudo isso e apercebo-me de que afinal tenho muito para dar.
Obrigada :)
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Há dias assim
Há dias em que
a tristeza faz
de mim mera sombra
sem cor.
Há dias em que
me escondo atrás
das gotas de chuva
sem corpo.
Há dias em que
meus olhos não brilham
velados de dor
sem voz.
Há dias em que
só quero voar
para lá do horizonte
sem fim.
Há dias em que
me sinto tempestade
sou raio e trovão
aqui.
E há dias em que
eu sou apenas eu
pousada no centro
de mim.
a tristeza faz
de mim mera sombra
sem cor.
Há dias em que
me escondo atrás
das gotas de chuva
sem corpo.
Há dias em que
meus olhos não brilham
velados de dor
sem voz.
Há dias em que
só quero voar
para lá do horizonte
sem fim.
Há dias em que
me sinto tempestade
sou raio e trovão
aqui.
E há dias em que
eu sou apenas eu
pousada no centro
de mim.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Pequenas coisas...
Há coisas engraçadas.
Tomar uma decisão interiormente e quase logo a seguir alguém vir dizer que 'devias fazer assim'. E esse alguém ficar convencido de que as coisas mudaram só porque assim o quis.
Deixá-los. Pequenas mentes contentam-se com pequenas coisas.
É pena é não lhes interessar ouvir a(s) verdade(s). Mas isso destruir-lhes-ia toda a ilusão de serem detentores da razão absoluta...
"L'umile, sente che sbaglia e lo ammette... l'ipocrita, sente che sbaglia e lo nasconde; l'arrogante è immune all'errore." (autor desconhecido)
Tomar uma decisão interiormente e quase logo a seguir alguém vir dizer que 'devias fazer assim'. E esse alguém ficar convencido de que as coisas mudaram só porque assim o quis.
Deixá-los. Pequenas mentes contentam-se com pequenas coisas.
É pena é não lhes interessar ouvir a(s) verdade(s). Mas isso destruir-lhes-ia toda a ilusão de serem detentores da razão absoluta...
"L'umile, sente che sbaglia e lo ammette... l'ipocrita, sente che sbaglia e lo nasconde; l'arrogante è immune all'errore." (autor desconhecido)
Eyes on the horizon
In my dream I was drowning my sorrows
But my sorrows, they learned to swim
Surrounding me, going down on me
Spilling over the brim
Waves of regret, waves of joy
I reached out for the one I tried to destroy
You, you said you'd wait till the end of the world.
But my sorrows, they learned to swim
Surrounding me, going down on me
Spilling over the brim
Waves of regret, waves of joy
I reached out for the one I tried to destroy
You, you said you'd wait till the end of the world.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
22
Será um dia como os outros, mas não um dia qualquer.
Será uma quarta-feira como as outras, mas não uma quarta-feira qualquer.
Um dia de fins e princípios.
Coisas há que vão mudar e outras que até não.
Em parte é uma formalidade mas há formalidades importantes.
Hoje é o último. Amanhã será o primeiro.
Depois disso... quem sabe?
:)
Será uma quarta-feira como as outras, mas não uma quarta-feira qualquer.
Um dia de fins e princípios.
Coisas há que vão mudar e outras que até não.
Em parte é uma formalidade mas há formalidades importantes.
Hoje é o último. Amanhã será o primeiro.
Depois disso... quem sabe?
:)
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Continuar. Viver.
Respirar fundo. Ter coragem, fé em nós próprios.
Acreditar, dia após dia, que um dia chegaremos "lá". E no dia seguinte continuar a acreditar, arregaçando as mangas e dando o nosso melhor sem esperar que nos façam a papinha, que nos dêem palmadinhas nas costas, que um acto miraculoso nos alivie a carga que nos propusemos (ou fomos obrigados a) levar.
Respirar fundo. Armarmo-nos de coragem para continuar.
Olhar com atenção em volta, pois qualquer pequena luz é melhor do que a escuridão. Se as descobrirmos, se soubermos onde estão, tornar-se-á mais fácil.
Respirar fundo. Ganhar fôlego e continuar.
Não podemos vencer a morte, mas podemos negar, recusar a morte-em-vida dos desistentes, que se deixam ficar à beira da estrada, fracos e trémulos, à espera do fim.
Respirar fundo. Continuar, sempre.
A nossa vida é nossa, de cada um de nós. Ninguém a viverá por nós, ninguém a aproveitará por nossa conta; saboreemo-la, fruamo-la, conheçamo-la, groquemo-la. Toda, pois é nossa - não pode ser dada, as experiências que vivemos são nossas, impregnadas no padrão de memórias daquilo que somos. De quem somos.
Respirar fundo. Viver.
your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.
[Charles Bukowski - Laughing Heart]
Acreditar, dia após dia, que um dia chegaremos "lá". E no dia seguinte continuar a acreditar, arregaçando as mangas e dando o nosso melhor sem esperar que nos façam a papinha, que nos dêem palmadinhas nas costas, que um acto miraculoso nos alivie a carga que nos propusemos (ou fomos obrigados a) levar.
Respirar fundo. Armarmo-nos de coragem para continuar.
Olhar com atenção em volta, pois qualquer pequena luz é melhor do que a escuridão. Se as descobrirmos, se soubermos onde estão, tornar-se-á mais fácil.
Respirar fundo. Ganhar fôlego e continuar.
Não podemos vencer a morte, mas podemos negar, recusar a morte-em-vida dos desistentes, que se deixam ficar à beira da estrada, fracos e trémulos, à espera do fim.
Respirar fundo. Continuar, sempre.
A nossa vida é nossa, de cada um de nós. Ninguém a viverá por nós, ninguém a aproveitará por nossa conta; saboreemo-la, fruamo-la, conheçamo-la, groquemo-la. Toda, pois é nossa - não pode ser dada, as experiências que vivemos são nossas, impregnadas no padrão de memórias daquilo que somos. De quem somos.
Respirar fundo. Viver.
your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.
[Charles Bukowski - Laughing Heart]
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Ao serão
Havia planos para ver um filme (Dragon Heart) mas foram adiados para amanhã.
Sozinha e com o trabalho praticamente acabado (sem vontade nenhuma de lhe pegar novamente, em abono da verdade) lembrei-me de pegar num pet project de tradução de um conto para submissão a uma webzine.
Resultado: pesquisa intensiva sobre Norbert Wiener, as suas obras e citações. Às tantas já estava a ler correlações entre o seu trabalho e as teorias de Schrödinger, entropia negativa, termodinâmica e demónios de Maxwell...
Um título excelente que serviria de partida para textos certamente muito diferentes dos de Wiener: The Human Use of Human Beings.
Science and Sci-Fi. Geekfun no seu melhor :D
Sozinha e com o trabalho praticamente acabado (sem vontade nenhuma de lhe pegar novamente, em abono da verdade) lembrei-me de pegar num pet project de tradução de um conto para submissão a uma webzine.
Resultado: pesquisa intensiva sobre Norbert Wiener, as suas obras e citações. Às tantas já estava a ler correlações entre o seu trabalho e as teorias de Schrödinger, entropia negativa, termodinâmica e demónios de Maxwell...
Um título excelente que serviria de partida para textos certamente muito diferentes dos de Wiener: The Human Use of Human Beings.
Science and Sci-Fi. Geekfun no seu melhor :D
Countdown
D-minus-4
O tempo parece demorar imenso a passar.
Os dias arrastam-se entre tarefas, problemas, pequenos nadas - e pássaros negros que surgem, saltitantes, onde menos os espero ou me espreitam a poucos metros da janela do escritório.
As noites fluem num sono de chumbo, sem sonhos.
Às vezes gostaria de poder desligar o interruptor do pensómetro.
O tempo parece demorar imenso a passar.
Os dias arrastam-se entre tarefas, problemas, pequenos nadas - e pássaros negros que surgem, saltitantes, onde menos os espero ou me espreitam a poucos metros da janela do escritório.
As noites fluem num sono de chumbo, sem sonhos.
Às vezes gostaria de poder desligar o interruptor do pensómetro.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Viral
Ontem este vídeo surgia em inúmeros murais no facebook. Autenticamente viral, do que resulta que não o vi porque não. Não vou atrás das viralidades (virosidades? virolidades? whatever!!!), e contrario a corrente de propósito, o que significa que só há dias ouvi pela primeira vez Lana Del Rey e até gostei.
Ontem toda a gente via e comentava este vídeo e eu não o vi.
Hoje uma amiga fez um comentário e, já que já passou o tal dia do ano em que muitas pessoas pensam que é suficiente dizer 'amo-te', dar flores e peluches e chocolates para depois se esquecerem de demonstrar o que sentem nos 364 dias seguintes... bem, hoje vi o vídeo.
E o meu sorriso foi triste.
Ontem toda a gente via e comentava este vídeo e eu não o vi.
Hoje uma amiga fez um comentário e, já que já passou o tal dia do ano em que muitas pessoas pensam que é suficiente dizer 'amo-te', dar flores e peluches e chocolates para depois se esquecerem de demonstrar o que sentem nos 364 dias seguintes... bem, hoje vi o vídeo.
E o meu sorriso foi triste.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
O Som da Vida
Light a flame in the dark
Light a flame in my heart
Light a candle to see me through these times
Hands reach for hands now
We just need each other now
Someone to hold on to in these times
There's a new way of life - It's up ahead
Looks like an open road - But what's up ahead?
With my opened arms I'm frightened too
Looks like the new way of life
Takes me away from you
Always kept caution close at hand
Never threw it to the wind
I am wary of the unknown
But I can't stay the same
Never change, never change
We must take this future and make it our own
Valen-what?
Não preciso de datas especiais no calendário para dizer o que sinto.
Aqui canto, aqui declamo, aqui repito Amar - Amor - Amar todos os dias, porque um ano é feito de 365 (ou 366) dias para amar e não apenas um.
Hoje é um dia como os outros.
E tal como em todos os outros dias... amo-te. Só isso.
Aqui canto, aqui declamo, aqui repito Amar - Amor - Amar todos os dias, porque um ano é feito de 365 (ou 366) dias para amar e não apenas um.
Hoje é um dia como os outros.
E tal como em todos os outros dias... amo-te. Só isso.
Echo
I think I was searching for treasures or stones
in the clearest of pools
when your face...
__________when your face
like the moon in a well
where I might wish...
__________might well wish
for the iced fire of your kiss
only on water my lips, where your face...
where your face was reflected, lovely
not really there when I turned
to look behind at the emptying air
the emptying air
(Carol Ann Duffy)
in the clearest of pools
when your face...
__________when your face
like the moon in a well
where I might wish...
__________might well wish
for the iced fire of your kiss
only on water my lips, where your face...
where your face was reflected, lovely
not really there when I turned
to look behind at the emptying air
the emptying air
(Carol Ann Duffy)
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Take me home
Take me home, you silly girl
Put your arms around me
Take me home you silly girl
Oh the world's not round without you
I'm so sorry that I broke your heart
Please don't leave my side
Take me home you silly girl
Cause I'm still in love with you
domingo, 12 de fevereiro de 2012
De que serve o Amor?
Para quê o Amor quando não serve de nada?
Amor só não basta, tal como desejo só não basta.
'O Amor é lindo!'. Então e o resto? Não falo da pele contra pele, do tocar, da suspensão de gravidade que parece existir nos momentos em que os corpos se fundem. Isso também é importante, também é bom.
Mas uma relação, uma vida em conjunto é muito mais. São as adversidades que se enfrentam, as prioridades que se revêm, a roupa para lavar e dobrar, as compras, a despensa arrumada, a lenha e os rolos de cozinha, o chá e o leite com chocolate, o pão com manteiga e os vegetais, o vinho e a água, os hábitos que mudam, os amigos - os comuns e os outros - que passam a lidar com uma unidade recém.criada que, por muito que integre duas pessoas que não perdem individualidade, é algo de novo a ter em conta com as suas próprias rotinas e horários e passatempos e sítios e coisas.
Pontos de vista que se alteram, coisas a que se não dava importância e que afinal passam a entrar nas rotinas essenciais, momentos que passam a ser a dois - escrever uma história em comum, recordações que serão partilhadas, vidas entretecidas em conjunto a partir de certa altura.
Não se pode comer o bolo e ficar com ele. Há coisas de que inevitavelmente se abre mão, uma escolha que se tem que fazer quando se acha que alguém vale a pena, que o querer estar com essa pessoa nos é mais caro ao coração do que a total independência e o fazer o que nos dá na telha a toda a hora e momento, que a felicidade de estar juntos é melhor do que a felicidade de estar sozinho.
Não, só o Amor não chega, só o desejo não chega.
É preciso coragem, é preciso esforço, é preciso colaboração, é preciso todos os dias aparecer e arregaçar as mangas e dar o seu melhor e arriscar e abrir o coração sem defesas a quem nos pode magoar mais do que qualquer outra pessoa. E se esse 'quem' não tirar partido dessas defesas em baixo, se tiver a coragem de abrir igualmente o coração e se dispuser também a arriscar e esforçar-se e arregaçar as mangas e dar o seu melhor todos os dias, a verdadeira história a dois poderá então começar, e fazer-se dos momentos de alegria e de tristeza, de glória e de dor, de um que ampara o outro que está em baixo, o outro que defende o um injustamente atacado, dos risos, dos silêncios, das noites em branco, dos beijos, dos olhares e todas as outras coisas que não se podem comprar.
Não se pode comprar o Amor, embora se possa fingir que existe.
Não se pode comprar o desejo, embora se possa fingir que existe.
Não se pode comprar a coragem de arriscar, de tentar, de dar um salto para o desconhecido - e isso não se pode fingir. Ou se tem e se tenta e nos arriscamos a experimentar o fogo e o trovão e todas as dimensões que se concretizam... ou não se tem e nunca se saberá como poderia ter sido.
'Sometimes you wake up. Sometimes the fall kills you. And sometimes, when you fall, you fly.'
(Neil Gaiman, The Sandman - vol. 6)
Amor só não basta, tal como desejo só não basta.
'O Amor é lindo!'. Então e o resto? Não falo da pele contra pele, do tocar, da suspensão de gravidade que parece existir nos momentos em que os corpos se fundem. Isso também é importante, também é bom.
Mas uma relação, uma vida em conjunto é muito mais. São as adversidades que se enfrentam, as prioridades que se revêm, a roupa para lavar e dobrar, as compras, a despensa arrumada, a lenha e os rolos de cozinha, o chá e o leite com chocolate, o pão com manteiga e os vegetais, o vinho e a água, os hábitos que mudam, os amigos - os comuns e os outros - que passam a lidar com uma unidade recém.criada que, por muito que integre duas pessoas que não perdem individualidade, é algo de novo a ter em conta com as suas próprias rotinas e horários e passatempos e sítios e coisas.
Pontos de vista que se alteram, coisas a que se não dava importância e que afinal passam a entrar nas rotinas essenciais, momentos que passam a ser a dois - escrever uma história em comum, recordações que serão partilhadas, vidas entretecidas em conjunto a partir de certa altura.
Não se pode comer o bolo e ficar com ele. Há coisas de que inevitavelmente se abre mão, uma escolha que se tem que fazer quando se acha que alguém vale a pena, que o querer estar com essa pessoa nos é mais caro ao coração do que a total independência e o fazer o que nos dá na telha a toda a hora e momento, que a felicidade de estar juntos é melhor do que a felicidade de estar sozinho.
Não, só o Amor não chega, só o desejo não chega.
É preciso coragem, é preciso esforço, é preciso colaboração, é preciso todos os dias aparecer e arregaçar as mangas e dar o seu melhor e arriscar e abrir o coração sem defesas a quem nos pode magoar mais do que qualquer outra pessoa. E se esse 'quem' não tirar partido dessas defesas em baixo, se tiver a coragem de abrir igualmente o coração e se dispuser também a arriscar e esforçar-se e arregaçar as mangas e dar o seu melhor todos os dias, a verdadeira história a dois poderá então começar, e fazer-se dos momentos de alegria e de tristeza, de glória e de dor, de um que ampara o outro que está em baixo, o outro que defende o um injustamente atacado, dos risos, dos silêncios, das noites em branco, dos beijos, dos olhares e todas as outras coisas que não se podem comprar.
Não se pode comprar o Amor, embora se possa fingir que existe.
Não se pode comprar o desejo, embora se possa fingir que existe.
Não se pode comprar a coragem de arriscar, de tentar, de dar um salto para o desconhecido - e isso não se pode fingir. Ou se tem e se tenta e nos arriscamos a experimentar o fogo e o trovão e todas as dimensões que se concretizam... ou não se tem e nunca se saberá como poderia ter sido.
'Sometimes you wake up. Sometimes the fall kills you. And sometimes, when you fall, you fly.'
(Neil Gaiman, The Sandman - vol. 6)
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Silencio
"Yo voy a cerrar los ojos.
Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raíces preferidas.
Una es el amor sin fin.
Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.
Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
del fuego en el frío silvestre.
En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.
La quinta cosa son tus ojos,
(...)
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.
Amigos, eso es cuanto quiero.
Es casi nada y casi todo."
Pablo Neruda
(excerto de 'Pido Silencio')
Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raíces preferidas.
Una es el amor sin fin.
Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.
Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
del fuego en el frío silvestre.
En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.
La quinta cosa son tus ojos,
(...)
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.
Amigos, eso es cuanto quiero.
Es casi nada y casi todo."
Pablo Neruda
(excerto de 'Pido Silencio')
Talvez
Here I go climbing a mountain
It's much too high for me
And here I go crossing the ocean
Losing myself, getting lost in the sea
Where did I go wrong
When did I stop singing a love song
Maybe I was wrong
Maybe I was blind and could not see
Maybe you were never the one
Maybe you were not the one for me
Maybe
Here I go posing a question
Not sure of what I'll hear
Here I go refusing to let you answer
Until I make myself so very clear
We can take what was wrong
We can end these words in a love song
Maybe if we try
Maybe we can start again when we've already said goodbye
Maybe we can still be what we always dreamed that we could be
And I know that I was wrong to let you go
But I'm still holding on to let you know
Maybe I was wrong
Maybe I was blind and could not see
Oh but baby I'll be strong
And I'll sacrifice the very breath I breathe
If I could only hear you say to me
When I ask you if you think you still love me
...Maybe
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Azul frio
Amar, amor, amar-te
sob todos os céus
sob todas as estrelas do Universo
é a minha realidade constante.
Céu.
Imenso, intenso, onde perdemos o olhar, imersos nas possibilidades e nos sonhos. Mergulhamos no céu como nos olhos do ser amado, igualmente esquecidos do que nos rodeia, desejando para sempre estar perdidos assim.
És o meu céu.
E igualmente inatingível.
sob todos os céus
sob todas as estrelas do Universo
é a minha realidade constante.
Céu.
Imenso, intenso, onde perdemos o olhar, imersos nas possibilidades e nos sonhos. Mergulhamos no céu como nos olhos do ser amado, igualmente esquecidos do que nos rodeia, desejando para sempre estar perdidos assim.
És o meu céu.
E igualmente inatingível.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Neruda & eu
"Aqui te amo
Nos sombrios pinheiros desenreda-se o vento
a lua fosforesce sobre as águas errantes
andam dias iguais a perseguir-se.
Desperta-se a névoa em dançantes figuras
uma gaivota de prata desprende-se do ocaso
Às vezes uma vela. Altas, altas estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Sozinho.
Às vezes amanheço e até a alma está húmida.
Soa, ressoa o Mar ao longe.
Este é um porto.
Aqui te amo.
Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
Às vezes vão meus beijos nesses barcos solenes
que correm pelo Mar rumo a onde não chegam.
Já me creio esquecido como estas velhas âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta.
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.
Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos
mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho
Olham-me com teus olhos as estrelas maiores
E como eu te amo! Os pinheiros no vento
querem cantar o teu nome com suas folhas de cobre
AQUI DISTANTE, EU TE AMO!"
(Pablo Neruda)
Daqui distante te mando um beijo
em cada sussurro de brisa
que me apaga as lágrimas que não deixo que meus olhos vertam
e arrasto-me sob o sol que incendeia a tarde, lá no alto
neste mesmo céu sob o qual estás, e o teu espírito tão longe
tão longe, para lá do Mar.
E eu aqui, distante. Mas sempre tua.
Aqui te amo. E em todo o lado.
Nos sombrios pinheiros desenreda-se o vento
a lua fosforesce sobre as águas errantes
andam dias iguais a perseguir-se.
Desperta-se a névoa em dançantes figuras
uma gaivota de prata desprende-se do ocaso
Às vezes uma vela. Altas, altas estrelas.
Ou a cruz negra de um barco.
Sozinho.
Às vezes amanheço e até a alma está húmida.
Soa, ressoa o Mar ao longe.
Este é um porto.
Aqui te amo.
Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
Às vezes vão meus beijos nesses barcos solenes
que correm pelo Mar rumo a onde não chegam.
Já me creio esquecido como estas velhas âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta.
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.
Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos
mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho
Olham-me com teus olhos as estrelas maiores
E como eu te amo! Os pinheiros no vento
querem cantar o teu nome com suas folhas de cobre
AQUI DISTANTE, EU TE AMO!"
(Pablo Neruda)
Daqui distante te mando um beijo
em cada sussurro de brisa
que me apaga as lágrimas que não deixo que meus olhos vertam
e arrasto-me sob o sol que incendeia a tarde, lá no alto
neste mesmo céu sob o qual estás, e o teu espírito tão longe
tão longe, para lá do Mar.
E eu aqui, distante. Mas sempre tua.
Aqui te amo. E em todo o lado.
Swords
See her come down, through the clouds
I feel like a fool
I aint got nothing left to give
Nothing to lose
So come on Love, draw your swords
Shoot me to the ground
You are mine, I am yours
Lets not f**k around
Cause you are, the only one
Cause you are, the only one
I see them snakes come through the ground
They choke me to the bone
They tie me to their wooden chair
Here are all my songs
So come on Love, draw your swords
Shoot me to the ground
You are mine, I am yours
Lets not f**k around
Cause you are, the only one
Cause you are, the only one
Through the looking glass
"The time has come," the Walrus said,
"To talk of many things:
Of shoes—and ships—and sealing-wax—
Of cabbages—and kings—
And why the sea is boiling hot—
And whether pigs have wings."
(Lewis Carroll)
There's got to be more to life than this.
But right now I don't know where. My compass keeps pointing to the one place I cannot go, the kingdom I was banned from.
A warrior in exile, whose strength was dispensed.
Yet I prefer to bury my sword than to become a mercenary and sell my beliefs.
I hold the truth I've discovered, precious knowledge even if it leads me nowhere.
And though broken and scarred, I walk in the sun standing tall, holding it close to my soul. For this is what I know, my most cherished thought and delightful certainty.
It is my just.discovered true desire, "the deepest secret nobody knows, and I carry it in my heart".
With a sad smile I bid farewell to you, my silent lord; for thou shall not know what I keep within.
"To talk of many things:
Of shoes—and ships—and sealing-wax—
Of cabbages—and kings—
And why the sea is boiling hot—
And whether pigs have wings."
(Lewis Carroll)
There's got to be more to life than this.
But right now I don't know where. My compass keeps pointing to the one place I cannot go, the kingdom I was banned from.
A warrior in exile, whose strength was dispensed.
Yet I prefer to bury my sword than to become a mercenary and sell my beliefs.
I hold the truth I've discovered, precious knowledge even if it leads me nowhere.
And though broken and scarred, I walk in the sun standing tall, holding it close to my soul. For this is what I know, my most cherished thought and delightful certainty.
It is my just.discovered true desire, "the deepest secret nobody knows, and I carry it in my heart".
With a sad smile I bid farewell to you, my silent lord; for thou shall not know what I keep within.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Crystal clear
I never was very good at handling others' indefinitions. Even more so when I have my own to deal with.
Now that the haze gave way to clarity, I realize I've gone too far beyond the looking glass to return. It's lonely out here.
Where was this on the hologram you claimed to have seen beforehand?
Where are the years you said we would need to explain everything we saw?
The sun has dripped down beyond the shadowy lines.
Where is the droning engine that throbs in time with your beating heart?
I miss you, Dwayne.
I've got so much to tell you
but all that comes out
of my silent lips is a sigh.
Damn, how I miss you!
Love,
Ellen.
Now that the haze gave way to clarity, I realize I've gone too far beyond the looking glass to return. It's lonely out here.
Where was this on the hologram you claimed to have seen beforehand?
Where are the years you said we would need to explain everything we saw?
The sun has dripped down beyond the shadowy lines.
Where is the droning engine that throbs in time with your beating heart?
I miss you, Dwayne.
I've got so much to tell you
but all that comes out
of my silent lips is a sigh.
Damn, how I miss you!
Love,
Ellen.
Done, Pause
Terminei de processar(-te).
E se em relação a algumas coisas se me fez luz, sobre outras ficou um véu de incompreensão. Contradições que não entendo.
Mas isso já não faz grande diferença, do teu lado do espelho.
Afastei-me porque tinha que o fazer; avassalada como estava por dúvidas que não tinham só a ver contigo, tinha que me recentrar, ganhar perspectiva. Não entendeste isso dessa forma; aliás, não entendeste, ponto.
Por isso não compreendes decerto que te guardo no mesmo local onde guardava e que uma série de coisas permaneceram, apesar dos esforços.
Essa parte nem vou tentar perceber sequer. Sei que está lá e isso, para já, chega-me.
Digo-te, a parte pior de não saber de ti é mesmo essa, não saber de ti, não saber se estás bem, se estás doente, a precisar de uma sopa quente ou apenas de conversar. Não o facto de não me leres e como tal não vires a saber onde estou ou para onde me dirijo. As minhas rotas não são as tuas - mas gostaria de saber a quantas andas, que é feito de ti. O carinho não se apaga assim.
Terminei de processar(-te).
Nesse grocar descobri muito sobre um e outro, semelhanças e diferenças. E houve algo que me atingiu como um raio, um clarão de entendimento, uma epifania. Algo que nunca suspeitaste porque nunca to disse, pois nem eu ainda tinha lá chegado.
Não sei se teria feito alguma diferença dizer-to enquanto pude; mas na altura não o sabia, portanto não podia. Belo paradoxo...
Na verdade tinha uma vaga consciência de algo indefinido, mas não te iria falar de indefinições. Também nunca me deitei a pensar sobre o assunto por julgar que não se justificava, que a seu tempo tudo seria esclarecido; enganei-me.
Esta noite fez-se luz e uma noção tornou-se certeza cristalina. E, a este ponto, dolorosa.
Mas nunca saberás o quê.
E se em relação a algumas coisas se me fez luz, sobre outras ficou um véu de incompreensão. Contradições que não entendo.
Mas isso já não faz grande diferença, do teu lado do espelho.
Afastei-me porque tinha que o fazer; avassalada como estava por dúvidas que não tinham só a ver contigo, tinha que me recentrar, ganhar perspectiva. Não entendeste isso dessa forma; aliás, não entendeste, ponto.
Por isso não compreendes decerto que te guardo no mesmo local onde guardava e que uma série de coisas permaneceram, apesar dos esforços.
Essa parte nem vou tentar perceber sequer. Sei que está lá e isso, para já, chega-me.
Digo-te, a parte pior de não saber de ti é mesmo essa, não saber de ti, não saber se estás bem, se estás doente, a precisar de uma sopa quente ou apenas de conversar. Não o facto de não me leres e como tal não vires a saber onde estou ou para onde me dirijo. As minhas rotas não são as tuas - mas gostaria de saber a quantas andas, que é feito de ti. O carinho não se apaga assim.
Terminei de processar(-te).
Nesse grocar descobri muito sobre um e outro, semelhanças e diferenças. E houve algo que me atingiu como um raio, um clarão de entendimento, uma epifania. Algo que nunca suspeitaste porque nunca to disse, pois nem eu ainda tinha lá chegado.
Não sei se teria feito alguma diferença dizer-to enquanto pude; mas na altura não o sabia, portanto não podia. Belo paradoxo...
Na verdade tinha uma vaga consciência de algo indefinido, mas não te iria falar de indefinições. Também nunca me deitei a pensar sobre o assunto por julgar que não se justificava, que a seu tempo tudo seria esclarecido; enganei-me.
Esta noite fez-se luz e uma noção tornou-se certeza cristalina. E, a este ponto, dolorosa.
Mas nunca saberás o quê.
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Ainda vem longe
... essa coisa chamada Primavera.
Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...
Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...
No surprises
Doorbell rang.
Wrong address.
I knew it wasn't you - yet, for a split second, my heart smiled at the possibility.
I guess I should spank it for being so stupid.
Wrong address.
I knew it wasn't you - yet, for a split second, my heart smiled at the possibility.
I guess I should spank it for being so stupid.
Leggendo Calvino
Si conobbero. Lui conobbe lei e se stesso, perché in verità non s’era mai saputo. E lei conobbe lui e se stessa, perché pur essendosi saputa sempre mai s’era potuta riconoscere così.
Una parola piú e sarebbe troppo...
Una parola piú e sarebbe troppo...
And?
I am writing as I process things, one after the other - like I said I would.
I'd really love that you would read all of this, so you'd know why I had to walk away when I did; but I know you won't, solidly anchored in your own stubbornness, the one thing in which you can claim (and win, hands down) to be stronger than me.
The truth is, if you would show up on my doorstep I would call upon your bluff and you'd have to stand for what you once said (you claim to know everything, but I do remember everything - well, the stuff worth remembering, of course).
Oh, wait! That has already happened!
And you just hid behind excuses.
(Yet I believe in 2nd chances, and that the only way to prove a theory is to demonstrate it).
I'd really love that you would read all of this, so you'd know why I had to walk away when I did; but I know you won't, solidly anchored in your own stubbornness, the one thing in which you can claim (and win, hands down) to be stronger than me.
The truth is, if you would show up on my doorstep I would call upon your bluff and you'd have to stand for what you once said (you claim to know everything, but I do remember everything - well, the stuff worth remembering, of course).
Oh, wait! That has already happened!
And you just hid behind excuses.
(Yet I believe in 2nd chances, and that the only way to prove a theory is to demonstrate it).
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